segunda-feira, novembro 21, 2005

Voando com balões onomatopéicos

É, quem disse que é fácil bolar um nome pro blog? Do óbvio Quadradinhos (ululantemente descartado depois que uma colega da Publicidade largou a mesma idéia, de primeira), passando por Quadrado Mágico e afins, cheguei à conclusão que eu deveria sair com um mínimo de honra nessa história: não usar a palavra quadrinhos! De jeito nenhum! Nem assemelhados!

Daí passei a refletir sobre a definição do Scott McCloud de quadrinhos como "imagens pictóricas e outras justapostas em seqüência deliberada destinadas a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta no espectador". Ora, aí a alma dos quadrinhos seria o quadro, justamente. Mas, quem sabe, não fosse o balão? Sei, é possível fazer quadrinhos sem balão. Mas aí é como jogar futebol sem bola: coisa de gênio tático. Ou maluco! Pouco sei sobre a origem do balão, mas que não dá pra dissociá-lo da história dos quadrinhos, não dá, não!

Vou listar só alguns exemplos do que saiu daí, por vergonha: Balão Mágico, Balão de Hélio, Balão H (não me pergunte por quê, foi um amigo que sugeriu), Balão a Gás, Balão Onomatopéico! Isso, Balão Onomatopéico! Afinal, as onomatopéias são outras características da alma dos quadrinhos, no meu ver.

Estava feito. Balão e onomatopéia. Duas coisas numa só. Fácil de guardar.


[Tirei esta figura copyleftmente do site http://www.publico.clix.pt/sites/coleccaojuvenil/livros/01.80dias/texto2.htm]


Mas, sabe como é, esse processo criativo tem horas que não cessa. Quando me dei por conta, já estava bolando onomatopéias pra usar de nome do blog: RATATÁ, BLAM, POF... E por aí vai! Tive poucos critérios de escolha. Daí que fui consultar o famoso BUM, A Explosão Criativa dos Quadrinhos, do brasileiro Moacy Cirne, em busca de inspiração. Não deixa de ser interessante: o autor fez uma pesquisa sobre as onomatopéias mais usadas nos quadrinhos (além de graciosamente me informar que o primeiro registro onomatopéico que ele tem notícia é de 8 de dezembro de 1907, em Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay: ZZZZ, UH, UMPH e BOOM). Vou colocar aqui os três primeiros lugares:

1. BAM (9,9%) - tiro de revólver / batida
2. CRASH/CRACK (4,2%) - objeto (vidro, madeira) sendo quebrado
3. BLAM (3,2%) - porta ou janela fechando / batida de automóvel

Daí me veio o nome para o blog CRACK PLOFT BUUUM (este último, o som de uma explosão, amargando um mero 6º lugar no ranking onomatopéico; o do meio nem aparece em nenhuma lista, acho que é criação minha. Representa o som de uma bicicleta caindo com os pneus bem cheios, um saco de carvão no bagageiro. Detalhe: a bicicleta cai no barro, num dia de chuva). Esse endereço foi criticado por ter muitas letras. Abrasileirei para CRAC PLOF BUM. Mesma coisa: muitas letrinhas, difícil de guardar o endereço.

Aí um amigo deu a sugestão: usa uma onomatopéia só, seu jaguara! Acatei, que nem guri medroso, e fiquei esperando me surgir o dito cujo, ou melhor, a dita cuja, que me inspirou temporariamente outro nome pro blog: Senhora Onomatopéia. Como não veio, botei CABRUUUM, que encantou a colega de Publicidade. Tem até um referencial teórico: Cabrum é som de tempestade, que é mais ou menos a proposta deste blog: uma brainstorm, ou seja, uma tempestade de idéias. De idéias quadrinísticas, óbvio.

No mais, usar onomatopéias no título não é nenhuma novidade. Tem o livro do Moacy Cirne e dois do Álvaro de Moya, Vapt-Vupt e Shazam. Mas, enfim!, se é para ser óbvio, pelo menos estou bem acompanhado...

2 comentários:

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Eu achava o blog legal e nunca tinha lido esse post. Nada como um começo auto-referente!

Muito bom! Muito bum! Cabrum!

Anônimo disse...
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