domingo, fevereiro 25, 2007

Momento MTV do CABRUUUM

A minha amiga Ane Witt, fãzona do U2, comentou, no post anterior, que a banda irlandesa também tem um clipe intercambiando com a linguagem dos quadrinhos. Ela mesma me passou o link para o vídeo aí em cima. A música chama-se "Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me" e foi feita para o filme "Batman Forever".

No caso desse clipe, o intercâmbio maior é com a linguagem do desenho animado (e do próprio cinema), mas há algumas referências aos quadrinhos.

sábado, fevereiro 24, 2007

Musas dos quadrinhos, take me!!!

Talvez eu tenha chegado tarde. Talvez. O fato é que só agora fui conhecer o clipe da música "Take on Me", da banda norueguesa A-Ha. O vídeo é da década de 80, por isso provavelmente você já tenha assistido (a música é famosíssima). Em todo caso, ei-lo aí em cima!

O argumento do clipe é de arrepiar. É o que todo guri gostaria que acontecesse quando está lendo um hentai...

domingo, fevereiro 18, 2007

Frevo em quadrinhos

O Carnaval em Recife na visão dos cartunistas pernambucanos... Cutuque com o mouse aqui!


sábado, fevereiro 17, 2007

Entendeu ou quer que eu desenhe?

Está circulando por grupos de discussões de cartunistas um e-mail com a proposta de inclusão da disciplina de Ilustração em cursos de Comunicação Social. A idéia anterior era que o ilustrador deveria ter diploma de jornalismo, mas após alguns debates Leandro Dóro achou por bem exigir a cadeira, não o diploma. Outro cartunista, o Faoza Monteiro, aderiu à idéia. Foi ele quem escreveu o e-mail:

"salve nata desenhante, como já postei por aqui algumas vezes, desde meados de 2006 eu e alguns colegas como o Doró, estamos muito afins de preparar uma carta/documento de recomendação/sugestão destinada aos órgãos de ensino (estaduais federais - secretarias e ministérios afins) sobre a necessidade e importância da implantação de cadeiras de ilustração nos cursos superiores de comunicação social (publicidade, editoração, tv e jornalismo) - seria bacana se mais pessoas pudessem ajudar na confecção do documento, bem como será imprescindível que algumas associações assinem conjuntamente o documento final. o bacana é que algumas associações (via seus representantes) já demonstraram interesse em assinar algo do tipo. precisamos agora redigir o texto final. o texto com os argumentos para a criação da cadeira, já foi postado inúmeras vezes, mas seria bacana termos complementos ao mesmo, contra pontos tb serão muito bem vindos. quem estiver afins de colaborar, entre em contato em PVT [o que é PVT?] para agendarmos uma reunião de produção ou via troca de e-mails. o principal agora é definir uma grade da matéria (conteúdo programático). 'para começar' sugerimos que a cadeira seja anual, ou seja, aplicada apenas (ao menos) em um dos anos dos cursos de comunicação. abs, faoza faoza@faoza.com"

Leandro Dóro fez uma proposta de grade curricular para a cadeira de Ilustração. Estes seriam os conteúdos:

— Fundamentos do desenho
— Elementos da História da Arte
— História da arte seqüencial
— História da ilustração
— Aplicação da ilustração nos meios de comunicação (Teoria da Gestalt)
— Design para composição da ilustração e adequação ao projeto gráfico
— Trabalho em grupo: criação de projeto gráfico utilizando a ilustração
— Ilustração e novos meios de comunicação (Ipods, celulares, web, etc)
— Princípios do desenho animado

Foi criada uma comunidade no orkut sobre o assunto. Também há um texto sobre a não-regulamentação da carreira de ilustrador.

E veja aqui a carta com argumentações para a criação da cadeira (é o segundo post do blog, de cima pra baixo, datado de 14 de agosto de 2006).

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

CABRUUUM arrumado pra sair

Ei, você provavelmente já deve ter notado, o blog tá um pouco diferente, não? Por sinal, bem mais bonito... Vou apresentá-lo para as mudanças, então:

- À direita, como vocês podem ver, logo abaixo do selo do Site Meter, há o quadro "Quem sou eu ou Augusto M. Paim, vulgo Augustóteles", feito pelo aspirante à desenhista industrial e publicitário Rodrigo Oliveira. A técnica é Corel sobre tela, ou melhor, Corel sobre foto minha dormindo, técnica essa mais conhecida como fotoscopia (há anos eu tinha esse desenho guardado no computador, mas não sabia como colocar ali no meu perfil...).

- Mais acima, o desenho CABRUUUM!, feito pelo cartunista santamariense Jo X em homenagem a um bloguezinho qualquer que tem na internet. O detalhe é que a obra só pôde ser afixada no fundo azul graças à benevolência de Iuri Lammel e Cristian Giordani, amigos e engenheiros desse tal de ciberespaço (esse desenho também estava em estoque desde janeiro, até que o Iuri e o Cristian conseguiram colocá-lo lá em cima no blog, no tamanho certo).

Agora que o CABRUUUM está cheio dos apetrechos, é só ir pra balada! Todo post passa a ser a partir de agora um sábado à noite, então!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

VUCO VUCO

"Você nunca me amou e só me quer pra aquela hora
Me pega vuco vuco vuco vuco e vai embora (2x)"


Vuco vuco. Eis a senhora onomatopéia. Alguém sabe o que significa?

Ela aparece na música homônima, cuja autoria eu desconheço. Só sei que no Rio Grando do Sul está sendo interpretada pelo grupo Garotos de Ouro, e que há uma versão do Solteirões do Forró. Mas, enfim. O interessante é que pra mim era a onomatopéia usada nos quadrinhos para o ato sexual, mais especificamente para o entra-e-sai (e entra, e sai, e entra, e sai etc até o "sai" definitivo) do pênis na vagina, ou do tico na tcheca.

Houve até uma enquete no yahoo pra desvendar isso, o que seria "vuco vuco", veja ! E há um dicionário de folclore pra estudantes que tem esse verbete, muito embora eu ache que seja para estudantes da pré-escola, pois não há nenhuma malícia...

Creio já ter visto essa onomatopéia em algum hentai - aqueles quadrinhos pornôs. Caso alguém queira pesquisar, um amigo meu me mandou este link (juro que foi um amigo meu que descobriu!), com bastante material para pesquisa... Já dá pra ver pela imagem aí do lado, não?

domingo, fevereiro 04, 2007

(auto)crítica

"Olá Augusto. Me chamo Ricardo Fonseca e escrevo de Porto Alegre. Sou desenhista de histórias em quadrinhos e estou lançando uma revista independente chamada Recontos, é um projeto de adaptações de contos para quadrinhos, transpondo em cada exemplar um escritor diferente, o primeiro autor escolhido é Daniel Galera.

Gostaria de saber se podemos enviar pelo correio um exemplar da nossa revista para que opinasse e se possível divulgasse o nosso trabalho. Temos mais informações no nosso blog, www.luzesombrahq.blogspot.com.

Obrigado pela atenção. Ricardo"

Pois bem, Ricardo. Agradeço pelo exemplar que me enviou. Li com atenção e agora vou deixar alguns comentários, esperando não fazer aquela espécie de crítica maniqueísta que ou louva ou destrói abruptamente o trabalho do artista. Mas, bueno, vou ser obrigado a apontar o que observo.

(Relativize aí o fato de eu ser mais novo pelo menos 7 anos que você, e não saber desenhar. Mesmo assim, acredito que algumas idéias podem ser úteis).

A primeira edição da Recontos adapta os textos "Natureza morta", "Subconsciente", "Tiroteio" e "Todas as rosas do balde" do livro "Dentes Guardados", disponível online no blog do Daniel Galera. Adaptar Galera já é, por si só, um ato ousado e dúbio. Pois se há uma identificação dos quadrinistas com a alta qualidade narrativa e de conteúdo do autor (embora "Dentes" não tenha ainda a maturidade de "Mãos de Cavalo", uma obra que, no meu ver, marca uma geração), essa mesma qualidade também implica uma responsabilidade gigante: fazer a adaptação mantendo o mesmo nível. E isso logo na primeira edição da revista (mesmo se tratando de um projeto com mais de três anos, não deixa de ser uma primeira edição, com todas as inseguranças implicadas nesse pioneirismo).

Daí que, seguindo esse raciocínio, a crítica de "Recontos" deve ser feita a partir do que ela quer ser. Eis o que os autores prometem na introdução: "Para essa primeira publicação, nosso objetivo era de produzir um material de qualidade elevada, tanto artística quanto 'editorialmente' falando". Quando li isso, lembrei de uma professora da disciplina de Fundamentos de Publicidade e Propaganda (faço Jornalismo, mas essa era uma cadeira básica da Comunicação Social da UFSM) dizendo que é melhor pedir um prazo maior para entregar um produto a um cliente. Pois, se entregar antes, você vai demonstrar eficiência. E, se por acaso der algum problema, você tem tempo a mais pra refazer. Ou seja, você surpreenderá porque não prometeu muito.

Então, o meu conselho vai justamente nesse sentido: se "Recontos" prometesse menos, ela surpreenderia. Mas, ao contrário, ela constrói sua imagem como sendo um trabalho que busca alta qualidade. Infelizmente, porém, há alguns erros de português já nessa introdução, e o exemplar que me chegou em mãos tem falhas de impressão, já descumprindo a promessa.

Isso não é uma crítica à qualidade, veja bem. É antes, uma orientação sobre prometer e cumprir, ou não prometer e cumprir, ou prometer e não cumprir. Além do mais, acredito que falte à equipe da "Recontos" uma maior consciência gráfica, ou seja, consciência de fazer um trabalho sabendo (ou prevendo) o resultado final. Isso se torna possível se há um conhecimento de informática e de funcionamento de gráficas.

A introdução fala também que "esperamos que nossa singela publicação em preto e branco seja mais simpática que o colorido psicodélico nas bancas de revista". Bem, acredito que falte um domínio de recursos narrativos, também. Indico a leitura de pelo menos quatro livros clássicos dos quadrinhos (abaixo). Scott McCloud, por exemplo, fala sobre o uso de preto e branco como uma estratégia narrativa de favorecer a disseminação das idéias do texto. Obviamente, há a questão financeira, também, já que publicar em cores é mais caro. Mas, então, que se pense a publicação como sendo preto e branco e se trabalhe o enredo por esse ponto de vista, de favorecer as idéias do texto.



[Os dois livros de cima: "Desvendando os Quadrinhos" e "Reinventando os Quadrinhos", de Scott McCloud. Os dois de baixo: "Quadrinhos e Arte Seqüencial" e "Narrativas Gráficas", de Will Eisner]


Por outro lado, é admirável a vontade de "Recontos" de ousar em ângulos, planos e formato dos quadros. Os desenhos (considerem minha parca capacidade nessa área) me parecem bem feitos. Porém, senti uma falta de dominío dos recursos narrativos, ou seja: a opção por esse ou aquele ângulo por ser o adequado para a narrativa, e não por ter um resultado mais agradável, por exemplo. Mais uma vez, é uma questão de experiência e domínio da narrativa. Com o tempo, os autores de "Recontos" provavelmente terão mais cabedal para poder optar por este ou aquele plano, tonalidade, ângulo, formato dos desenhos etc. Hoje o que é admirável é a ousadia do trabalho. E, convenhamos, quadrinizar contos do Galera não é nem de longe uma tarefa fácil, muito pelo contrário...

Outra coisa: em tudo isso, há algo de tão singelo, tão interessante, que acho que deveria ser a verdadeira proposta da "Recontos": trata-se da visão de leitores do Galera sobre a obra dele. Uma visão em quadrinhos, e acho que aí a revista encontra seu lugar: pessoas que lêem e gostam do trabalho do Galera e resolvem mostrar como o enxergam em quadrinhos, segundo suas atuais capacidades. Se prometessem isso na introdução, aí sim estariam coerentes com o resultado.

Antes de terminar, preciso marcar algumas idéias. Primeiro, ressaltando: essa é a minha visão da primeira edição da "Recontos", uma visão totalmente questionável, discutível e educadamente refutável. Espero inclusive que este blog sirva pra isso, pra brotarem outras idéias. E, segundo, que essas idéias contribuam com os autores da "Recontos", artistas jovens (embora mais velhos que eu) que ainda têm bastante pra amadurecer em seu trabalho, se aproveitarem as oportunidades pra isso. E observar (filtrando) uma crítica não muito positiva é uma das maneiras.

Aliás, tentei aqui fazer uma crítica propostiva, indicando saídas, que é o jeito que funciono. Ainda assim, fica bem claro que, fazendo isso, também me coloco em posição de criticável. Inclusive por essa ser, sei lá, a segunda ou terceira crítica aqui do blog (lembro de uma ou outra). De modo que, se alguém se dispor a lançar um olhar analítico sobre o blog, eu adoraria a oportunidade de crescer...