quarta-feira, março 28, 2012

Por um lugar para Liniers na Academia

Com muito orgulho divulgo aqui o novíssimo número (o quarto!) dos Cadernos de Não-Ficção, publicação de ensaios sobre literatura da editora porto-alegrense Não Editora. Esta edição trata da Argentina. Tive a oportunidade de prestar a minha colaboração, com um ensaio sobre as entrevistas em quadrinhos do Liniers. Pode folhear e ler à vontade aí embaixo. O meu texto começa na página 62 e vai até a 69.

Importante: se clicar em cima com o mouse, você consegue ler em tela cheia. Bem mais confortável para os olhos!

sexta-feira, março 16, 2012

Angeli ocupa o Itaú Cultural a partir de hoje


Do release:

"De 16 de março a 29 de abril, o Itaú Cultural apresenta a mostra 'Ocupação Angeli', a primeira da série de ocupações de 2012. A mostra toma o térreo do instituto com uma estilização do estúdio habitado pelas criações que o celebrizaram, como Rê Bordosa, Bob Cuspe, e Woody & Stock, e por outras facetas da vida e obra desse artista representadas pelo seu traço, trabalhos e fotos menos conhecidas. A curadoria é da designer gráfica Carolina Guaycuru, mulher dele. O projeto expográfico é da cenógrafa e arquiteta Patrícia Rabbat.

Em paralelo, de 29 de março a 1 de abril, haverá a mostra de filmes HQ, a maior parte com produções na área da história em quadrinhos e animação. São 13 produções - quase todas fazem alguma referência a ele - são tirinhas que ganharam vida, ou depoimentos dele ou documentário..."

Cutuque aqui para saber detalhes da programação.

Abaixo, uma galeria de imagens do artista e da obra.

domingo, março 11, 2012

Quadrinhos e teatro em Curitiba, PR

Divulgando o release:

"CENA HQ BRASIL

Projeto inédito de leituras dramáticas e debates sobre a cena contemporânea dos quadrinhos brasileiros em Curitiba.


Com patrocínio da Caixa Federal, chega o projeto Cena HQ Brasil. Durante o ano de 2012, serão apresentadas mensalmente no Teatro da Caixa leituras dramáticas de 09 'Graphic Novels' nacionais, com direção e interpretação de alguns dos maiores nomes do teatro curitibano na atualidade. Cada leitura será seguida de um debate entre o encenador e o autor da obra. Com curadoria de obras e autores de José Aguiar e curadoria de encenadores de Paulo Biscaia Filho, o programa fará com que esses inusitados encontros entre quadrinhos e artes cênicas deflagrem discussões sobre a atual produção de quadrinhos no Brasil.

Depois desta primeira leitura, o projeto apresentará mensalmente novas obras de autores como Lourenço Mutarelli, André Diniz, Sandro Lobo entre outros. As direções estarão sob a batuta de grandes nomes do teatro curitibano como Edson Bueno, Sueli Araújo, Nina Rosa, Marcio Mattana, e outros.

SERVIÇO:
14 de março (Quarta) às 20h.
Leitura dramárica seguida de debate com os autores.
Ingresso: 01 livro de quadrinhos ou 01 livro não didático.
Teatro da Caixa - Rua Conselheiro Laurindo, 280 - Centro"

sábado, março 10, 2012

Senhor Cash

Ainda aproveitando a onda de comemorações aos 80 anos da data de nascimento de Johnny Cash, celebrados no último dia 26 de fevereiro, tive a oportunidade de responder a uma gostosa entrevista sobre a tradução de Johnny Cash - uma biografia, do quadrinista alemão Reinhard Kleist. As perguntas são do blog Senhor Cash, hiper-especializado na obra do músico. Segue abaixo!

***

"No livro, vemos um Johnny Cash mais sombrio. Foi essa mesma a intenção de Kleist?

Sim, foi mesmo, e essa intenção já se manifesta no fato de o livro ser em preto e branco. O Johnny Cash de Kleist é uma espécie de Cavaleiro das Trevas da música country, o que de certa forma demarca a inflluência da linguagem dos quadrinhos na obra. A versão cinematográfica Johnny & June, apesar de bastante diferente, também evidencia a influência de um gênero e de uma linguagem no resultado estético. Essas diferentes versões, no entanto, não significam de modo algum falhas de uma ou outra obra. O mesmo homem pode ser lido sob diferentes luzes. É questão de interpretação. Isso tudo condiz com a declaração feita por uma das personagens da HQ, na página 92: "De vez em quando você tem de ler apenas nas entrelinhas. Então você tem as verdadeiras histórias. No fim, são as histórias que permanecem, não os fatos. E histórias precisam ser contadas." O Johnny Cash de Kleist é isso, um homem iluminado pela luz de uma lanterna na floresta escura.

Qual a importância das músicas (letras) no livro, já que algumas ganharam aspecto de mini-capítulos?

É difícil fazer a biografia de um músico, tanto em quadrinhos quanto em prosa. Por quê? Porque esses são meios visuais, o que faz perder o principal elemento de um personagem como esse: a sua arte. Não que isso inviabilize um trabalho, pois há alternativas. Kleist, por exemplo, usa as músicas como interrupções para dar ritmo à leitura - como as pausas em uma música! Ele inclusive 'desenha' essas músicas, da mesma forma que Crumb faz em
Blues. Isso só é possível, claro, porque as canções de Johnny Cash são de natureza narrativa. Elas contam uma história e, quando a ouvimos, imaginamos essa história. São, portanto, músicas visuais!

Por outro lado, essa estrutura utilizada por Kleist tem outra função: ela insere as obras dentro do contexto da vida do autor contada durante todo o livro. Porque os grandes artistas - os de reconhecimento duradouro - não criam apenas por objetivos comerciais. Eles 'sentem' o que criam, e essa sua obra tem então origem nos acontecimentos à sua volta. Assim é a história de Johnny Cash e assim conseguiu Kleist reproduzir essa história na forma de quadrinhos.



Por que o livro ganhou tantos prêmio pelo mundo todo?

Premiações às vezes dizem respeito mais a questões extraliterárias (extraquadrinísticas também) do que à qualidade da obra. Mas há casos raros em que mérito e reconhecimento do meio coincidem. É o caso de
Cash - uma biografia. Vejo nessa obra diversos motivos para essa carreira premiada. Um dos principais são técnicos: a qualidade do desenho, as dificuldades de narrar em preto e branco, o layout das páginas... Outros são de natureza narrativa: o modo como Kleist compôs a obra, a escolha do narrador, a estrutura dos capítulos etc. Mas, no fundo, no fundo, o que importa mesmo é o conjunto da obra composto pelo mosaico de todas essas partes. O que importa mesmo é a interpretação que Kleist nos dá de Johnny Cash. Sem romantismo, sem iconolatria. Apenas o homem e o que ele conseguiu com sua arte, sem esquecer aí o que isso lhe custou. O ônus e o bônus. Como na vida de todos nós, pessoas reais.

Na sua opinião, o que diferencia Cash de outro ídolos da música americana?

Acho que a sua versatilidade é um elemento importante que o diferencia. Johnny Cash, que começou com um ídolo comum da música country, tornou-se no fim da vida um artista contracultural. E em todas as fases da sua carreira há músicas emblemáticas que permanecem idolatradas até hoje. Ele também é bastante admirado por sua audácia e coragem - como por ter tocado para os prisioneiros na prisão Folsom, por exemplo - e pela sua perseverança ante os obstáculos da vida - a morte do irmão, as crises com as drogas, o relacionamento com June. Em suma, Johnny Cash sintetiza a unificação entre artista e obra, e aqueles que o admiram de verdade o admiram como homem e como músico.
"

sexta-feira, março 09, 2012

Mamma mia!

Carlo Gubitosa, Mauro Biani e Marco Pinna fizeram uma estripolia na Itália. O triou inspirou-se nesta capa da revista Time...


... para fazer uma paródia na capa da revista de jornalismo gráfico Mamma!

O ser vampirizado aí é Mario Monti, primeiro-ministro da Itália.

Carlo Gubitosa descreve assim a proposta da paródia: "Os primeiros meses de Monti na presidência foram caracterizados por fortes ataques contra aposentados, pessoas em vias de se aposentar e trabalhadores das classe média e baixa, além de obediência cega às vontades dos grandes e poderosos bancos da Europa e aos 'tubarões' financeiros... nós o retratamos como vampiro porque seu plano econômico foi descrito como baseado em 'lágrimas e sangue', com a alegação de que salvaria a Itália da crise, mas a Itália precisa ser salva de pessoas como Monti e seus antigos empregados do banco Goldman Sachs."