domingo, dezembro 23, 2007

Feliz Natal!

Em vésperas de Natal (provavelmente ficarei uns tantos dias sem internet), me nego a publicar aqui qualquer mensagem de boas festas e tudo o mais. É muito brega.

Mando então esta minihq em inglês. Encontrei no orkut de sei lá quem.


Gostou? Pois trata-se de Cyanide and Happiness (isso está dito na tira, não sou nenhum expert não). Se você é bem versado no inglês (eu tive de procurar no dicionário a palavra "naked", que quer dizer "nu", ou até mesmo "peladão"), você fica sabendo mais sobre as personagens cutucando aqui.

Agora, se há outras palavras atrapalhando sua leitura, mesmo assim no problem. Este blog publica versões traduzidas.

O importante é que o conteúdo dessas histórias guarda semelhança com as tiras "Malvados", do André Dahmer. Cutuque aqui e veja se não é isso mesmo.

Bueno, boas festas!

sábado, dezembro 22, 2007

Retrospectiva 2007

O Uol Humor fez uma retrospectiva das melhores caricaturas/hqs/charges/etc de 2007. É um prato cheio, quase tão bom quanto um chester natalino. Cutuque aqui para ver a retrospectiva!

Quando você achar que já viu tudo, explore os outros álbuns, na guia que aparece no topo dos desenhos, à direita.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Audiência para a concorrência

Numa sociedade capitalista, a concorrência deve ser estimulada, para benefício de todos os cidadãos.

Capaz, é só para não perder a piada! Eheheh. Sou partidário do conhecimento construído coletivamente, sem individualismo. Pluralidade, portanto, é tudo. E, como dizia (radicalmente) um professor meu, o indivíduo não existe.

Enfim, parabéns ao www.HQNADO.com!

***

Uso as palavras do grande mestre Raul Seixas para abrir esta errata: "eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes." Afinal, o HQNado de jeito nenhum é um concorrente deste humilde blog. Trata-se de uma editora online (como a matéria mostra), nada a ver com divulgação de coisas do mundo HQístico.

Aproveito ainda para recomendar: saia a cutucar com o mouse por lá e procure, nas Tiras Anteriores, uns tais de "videoquadrinhos", que realmente são uma mistura de vídeo com quadrinhos. Algo bem estranho, por sinal.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Uma mesa, uma mulher, um homem, uma cadeira

Para mostrar que nos dias que passei em São Paulo (vide post anterior) não fiquei desligado dos quadrinhos, publico aqui, a pedidos (na verdade, foi um pedido só, mas não vem ao caso), uma mini-micro-pequena fotonovela, que não é totalmente uma história em quadrinhos mas também não deixa de ser.

Os "atores" (que assumiram esse papel sem querer, obviamente) são o Anderson e a Gleice. Vou improvisar uma legenda para dar um pouco de graça.

***

"Anderson é um jovial rapaz que tem tudo o que precisa para viver bem. Como se diz, na vida um homem só precisa de duas coisas, que são: comer."

"De repente, de Anderson tiram o firmamento, a base de tudo. Mas ele ainda tem a sua escora moral, o contrapeso feminino, embora o lado masculino seja, digamos assim, 'mais bem alimentado'."

"Então Anderson fica só. Nada para lhe consolar, nem mesmo um chope."

"Vai-se o homem. O que resta?"


Essa é pra quem acha que cadeira de bar não tem história para contar.

Quadrinhos, quadrinhos, quadrinhos, blá-blá-blá, vamos dar um tempo no assunto?

Capaz, não foi por encher o saco que este blog está há tanto tempo sem postagens. São motivos bem mais humildes.

Em primeiro lugar, passei uns quantos dias em São Paulo, participando do Colóquio Rumos Itaú Cultural de Jornalismo Cultural e conhecendo a nova turma desse programa que eu participei em 2005 (você já está cansado de saber, mas nunca é demais repetir: foi daí que este blog surgiu).

O outro motivo é que inventei de fazer um curso super-intensivo e super-cansativo de alemão, para adiantar um semestre. As aulas são de manhã, e o resultado é que no meio do dia eu já não sou capaz de lembrar meu nome e tenho que pensar por um bom tempo antes de pronunciar para o vizinho um mero "oi".

Enfim, como este humilde cérebro está avariado, mando aqui dois links para notícias alheias, que muito me chamaram a atenção. Lá vão:

A história quadro a quadro
Livro narra a chegada da família real ao Brasil em quadrinhos. [leia mais no ZeroHora.com]

Jornalistas da Bahia criam site com reportagens em quadrinhos
[procure a matéria no dia 20 de novembro no Blog dos Quadrinhos]

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Série Jornalismo em Quadrinhos - parte 8

A série continua, com:

Maurício Gonçalves, vulgo Maumau
"No final do curso (Comunicação Social - Publicidade e Propaganda) eu escolhi fazer algo que não se relacionasse com publicidade, tentei puxar pra área de comunicação mais pura, sem maiores direcionamentos, daí que até poderia passar por um TCC de estudante de jornalismo, hehe." Isso disse o Maumau ao gentilmente me enviar sua monografia, para divulgar no cabruuum.

O Maumau se formou em 2005, na Ucpel, defendendo o trabalho:

Maus: uma visão metafórica da realidade através dos quadrinhos verdade

Cutuque no título do trabalho para baixar. E mando ainda três links que falam sobre o ilustrador: um aqui, outro ali e ainda outro acolá.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Chargista, você está dispensado!

Agora há pouco, quando postei aqui a charge do Santiago, não quis dizer que ela havia sido censurada no Jornal do Commércio. Afinal, o Santiago trabalha lá.

Quer dizer, trabalhava. Por causa justamente dessa charge (ou quem sabe por um acumulado de outras charges engajadas), Santiago foi dispensado ao receber este e-mail do editor:

"Santiago, Kayser, Moa!
Agradeço o trabalho que fizemos em conjunto até agora e comunico que o JC está dispensando o serviço de vocês
."

Kayser e Moa foram os outros cartunistas dispensados, por causa de charges semelhantes à do Santiago. O Kayser inclusive fez um desabafo público aqui.

É interessante questionar a validade do discurso de "liberdade de imprensa" facilmente bravejado pela mídia quando se sente ameaçada. A liberdade é pedida, mas não exercida.

Ps.: confira a repercussão do episódio no post do dia 1º de dezembro do Blog dos Quadrinhos.

Charge do Santiago


terça-feira, novembro 27, 2007

Boas (ou más) lembranças

Estou lendo "Persépolis", e agora fiquei sabendo da existência de "Fun Home - uma tragicomédia em família" (cutuque no link amarelo para ver uma amostra da obra). Os dois são livros de memórias no formato de quadrinhos.

Nunca é demais lembrar também de "Maus", e esses três trabalhos juntos me fizeram refletir e concluir que os quadrinhos são (talvez) o meio mais adequado para livros de memórias. Tentava inclusive achar uma explicação para isso.

Talvez seja o uso de imagens, que podem provocar sensações e climas muito mais difíceis de serem alcançados com palavras. Talvez seja a sedução natural da imagem que atraia o leitor. Ou talvez o próprio fato de a leitura de quadrinhos ser uma das nossas primeiras experiências como leitor e, como isso acontece na infância, os quadrinhos acabam se consolidando como um gênero propício para memórias, tanto para quem escreve e desenha como para quem lê.

Enfim, reflexões! De todo modo, o que queria aqui era recomendar os três livros. É uma prova de todo o potencial psicológico-histórico dos quadrinhos. Apesar de termos começado a ler por meio de gibis, quadrinhos não são uma linguagem (só) para crianças. É óbvio que você, se é da área, já sabe, mas é sempre bom ressaltar.



[Marjane Satropi conta aqui a sua infância e adolescência no Irã e na Áustria, des-estereotipando o modo como do Ocidente vemos a vida naqueles lados e retratando momentos histórico-bélicos pelo ponto de vista de como a autora os vivenciou.]



[Alison Bechdel narra a convivência difícil com o pai, uma pessoa apegada a bens materiais que às escondidas mantinha relações sexuais com adolescentes. A autora cresceu nesse ambiente e, ao recriá-lo em quadrinhos, conta-nos como descobriu sua homossexualidade e o modo como a relação com o pai moldou o que ela é hoje.]



[Art Spiegelman ganhou um prêmio Pulitzer especial ao contar em quadrinhos a história de seus pais, sobreviventes do Holocausto. O livro ainda toca na relação conturbada entre Art e seu pai.]

Cutuque sobre a capa dos livros, caso queira comprá-los no Submarino. Ah, antes que pergunte: não ganho nada com isso! Ehehehe.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Até parece nepotismo: o Primo no cabruuum

Tem vezes que quero muito escrever aqui sobre coisas não necessariamente ligadas aos quadrinhos. Literatura, teatro, música, dança... a cultura como um todo, em suas várias formas de expressão. Até sobre política às vezes quero escrever. Mas não dá, o perfil deste blog está muito bem definido...

Bem, na maior parte das vezes, eu acho (ou invento) um gancho para falar do que eu quero, remetendo aos quadrinhos. No post de hoje, porém, esse gancho veio (ciber)naturalmente.

Pois navegava eu pelo site do Alex Primo, pesquisador de hipertexto e tudo o mais, quando descobri, na seção Pós-Vida, que o autor faz (foto)quadrinhos. Quero recomendar o site todo, mas não deixe de passar nessa seção em especial, onde você vai encontrar pérolas como esta:

sábado, novembro 24, 2007

Os Simpsons e os quadrinhos


Existe uma revista em quadrinhos dos Simpsons, mas isso vai ser assunto aqui em outra ocasião, sei lá quando. O post de hoje é para divulgar (ainda mais) a participação de ícones dos quadrinhos num dos episódios da série de tv, a citar: Alan Moore, Dan Clowes e Art Spiegelman.

A notícia saiu no site Omelete, e quem me avisou foi o companheiro Marcus Vinícius Corrêa de Alencar.

quinta-feira, novembro 22, 2007

ArTorpedo, Calíope, cabruuum e Mascando Clichê: 2 anos juntos!

No ano passado, dia 29 de novembro, o meu amigo Léo Lopes, bloguista do Mascando Clichê, escreveu aqui no cabruuum um texto que ironicamente é até hoje o melhor post deste humilde blog. Tudo mérito do Léo, não estou me autodepreciando não. Pois há vários posts aqui que eu considero memoráveis (inclusive o pioneiro, nunca é demais recordar, pois cortou as fitinhas do blog, inaugurando o vôo com balões onomatopéicos).

O primoroso texto do Léo foi em comemoração ao primeiro ano do cabruuum, do ArTorpedo, do Calíope e do Mascando Clichê, blogs irmãos por criação, pois surgiram juntos como atividade final do programa Rumos Itaú Cultural de Jornalismo Cultural, no fim de 2005. Ano passado, a comemoração do aniversário foi feita assim: eu escrevi no blog da Elisa, que escreveu no blog do Anderson, que escreveu no blog do Léo, que escreveu aqui.

Bem, você obviamente já reparou que agora estamos no fim de 2007... Dois anos de blogs, portanto! Desta vez, a dinâmica da comemoração vai ser um pouco diferente: eu escolhi aquele que considero o melhor post do ArTorpedo e vou publicar aqui; o Anderson, vice-versamente o fará com um post deste humilde blog (pelo jeito vai ser o texto do Léo, não?); e a Elisa e o Léo farão o mesmo, entre si.

De modo que aqui vai o melhor post do ArTorpedo, no meu ver. O post que trouxe ao meu conhecimento um conceito novo, que definiu intelectualmente aquilo que eu vagabundamente considerava apenas como "o ato de sapiar". Hoje, tomando chimarrão em frente ao computador, sapiando por essa internet adentro, já sei que não estou apenas vagabundeando por aí, nem mesmo flanando ao léu: estou eu CIBERFLANANDO!

E é, penso, graças a ciber-flâneries como você, leitor, que eu, Elisa, Léo e Anderson estamos aí já há dois anos. Obrigado a você e parabéns a todos nós! Que logo estejamos pensando na comemoração do terceiro ano!!!

Ps.: não deixe de visitar os outros blogs!

***

A vagabundagem iniciática do Ciber-flânerie

Texto publicado originalmente no blog ArTorpedo, no dia 25/10/2006.

E assim vivem os poetas-vagabundos a vagar pelas ruas de Paris, Veneza, São Paulo. Não importa o lugar, eles transformam a cidade a partir de seu olhar. Baudelaire eternizou o flâneur, essa figura que anda ocioso, gratuito e errante, sem a pressa dos que se preocupam com o relógio. Ele é quem faz seu tempo, e o espaço é refeito no seu eterno caminhar.

Assim, olhar/ler e andar/escrever formam o movimento duplo da flânerie, que Mafesoli chamou de “vagabundagem iniciática daqueles que se perdem nas malhas urbanas, pois não é apenas errância por lugares instituídos, mas também produção de sentido”, disse. O flâneur recria o ambiente urbano, tornando-o mais agradável para se viver.

No mundo digital não é diferente. André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, criou o Ciber-flâneur a partir do flâneur de Baudelaire. Assim como o errante urbano, ele mergulha no cibermundo perdendo-se na rede, clicando e deixando-se levar a outros e mais outros espaços, extraindo materiais para escrever, tendo como base as impressões de sua viagem.

“O Ciber-flânerie é flânerie por espaços relacionais criados por estruturas de informação eletrônica como sites, homepages, portais e documentos, sob forma de interatividade digital com interfaces gráficas e informações binárias, a exemplo de textos, sons, imagens fixas e animadas. O Ciber-flânerie deixa suas impressões nos portais e variados sites”, explica.

Para Lemos, o cibernauta é exemplo de flânerie contemporânea. Não se sabe onde pode chegar quando o Ciber-flâneur busca a imersão. A cada link se aporta a novos espaços digitais. A partir desse simples gesto, vai deixando sua marca pelo caminho, apropriando-se silenciosamente dos espaços, deslocando-se e escrevendo pequenas histórias. “Não é à-toa que somos ‘caçados’ pelas impressões eletrônicas que deixamos na Rede”, afirma.

Esse deslocamento é possibilitado pelo hipertexto que organiza a informação digital através das conexões da noosfera, permitindo a exploração de leitura-navegação e o deixar-levar não-linear. Lemos diz que “longe de ser apenas um novo suporte técnico para a informação, com os hipertextos o que está em jogo é toda uma outra forma de conceber a produção e apreensão da informação e do conhecimento, especialmente a partir dos links, ao mesmo tempo que é uma reconfiguração, dinâmica e inacabada do espaço”.

Imagine que o ciberespaço seja agora os muros das cidades que contam historietas de fúria e amor; as escrivaninhas que abrigam cartas e rascunhos de poemas; mesas de bar que ouve as lamúrias e casos bem e mal sucedidos; a sacada do café em que se pode observar o ambiente e o movimento da cidade que não pára. “Navegar no ciberespaço é andar num labirinto onde escritor e leitor se confundem, aventureiro e conformistas convivem lado a lado”, diz Lemos.

Para o cronista carioca do início do século XX, João do Rio, “é preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidade malsã e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar”. Dessa forma pode-se recriar o ciberespaço como quis Pierre Lévy, tornando-o um lugar que se constrói coletivamente, numa experiência cotidiana sem privações e isolamentos.

quarta-feira, novembro 21, 2007

+ Jornalismo em Quadrinhos

Num dos e-mails que eu incomodativamente enviei para divulgar a série Jornalismo em Quadrinhos deste humilde blog, recebi esta resposta do Leandro Dóro:

"Augusto, sou bem influenciado pelo jornalismo em quadrinhos. Em meu blog Contos em Quadrinhos há diversas HQs desse gênero, e meu primeiro livro, o 'Revolta dos Motoqueiros', é jornalismo histórico ao estilo literatura juvenil, mas perfeitamente adaptável para HQs. Creio que essa vertente ainda tem muito a nos oferecer, Dóro."

Eu trepliquei ao Dóro algumas palavras que se perderam no tempo e no (ciber)espaço, às quais ele respondeu/tetraplicou:

"A primeira HQ é adaptação de um conto do [Moacyr] Scliar. A New Kids é uma reportagem gonzo sobre um bar; e as demais reportagens, históricas, assim como Os Armênios. Olha lá, Dóro."

segunda-feira, novembro 19, 2007

After They Were Famous - Burt Ward

Se o Róbin virou nisso, tudo indica que estou me transformando num super-herói. Ehehehe.

sexta-feira, novembro 16, 2007

O cabruum não se cala

Todo mundo comenta o episódio envolvendo o rei da Espanha e o presidente veneuzelano Hugo Chávez. O Chávez, você sabe, em alguns momentos é o próprio Chapolim.

Mas bem, todo mundo está analisando o caso sob algum ponto de vista/simbologia/metáfora/etc. Faltava uma análise quadrinística. Como o Santiago fez:


Ps.: como nem só de quadrinhos vive o mundo (embora eu e você certamente ficaríamos felizes se isso fosse possível), linco para um artigo do Locutório, que comenta o assunto. Também vou fazer algo inédito neste blog: lincar para algo que ainda não existe. Pois aguardo ansioso o comentário que vai sair no Polipoliticus, se é que vai sair.

Ps2.: a pedido do Santiago, linco também para um texto com uma postura oposta ao do Locutório. Cutuque aqui.

terça-feira, novembro 13, 2007

É plágio?

De vez em quando, surge algum entrevero sobre plágio, num grupo de discussões que participo. Por se tratar de pessoas inteligentes, a polêmica não fica apenas no acusa-defende. Esses dias houve até um questionamento sobre que pode, de fato, ser considerado plágio. Afinal, muitos artistas usam fotografias alheias como referências para seus desenhos. É uma prática inclusive recomendada. E muitos desses desenhos beiram à imitação descarada.

Tudo bem, acuse-se o plagiador de plágio, então. Mas e quando se trata de um cara do porte, por exemplo, de Milo Manara? Pois pasme! Artistas de renome fazem referência ao trabalho de outros autores. Este artigo, por exemplo, cataloga alguns casos. E este site mostra as fontes do trabalho do artista plástico Roy Lichtenstein.

Não cabe aqui querer dar uma resposta definitiva à pergunta-título deste post. Mas se você quiser registrar sua opinião, cutuque no link azul "comentários", aí embaixo. O debate é fundamental numa questão como essa.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Saia deste blog (mas volte depois)!

Fazia tanto tempo que eu não postava vídeos neste blog... Desta vez postei dois, indiretamente (ou forçosamente) ligados ao mundo dos quadrinhos.

Resolvi digitar "quadrinhos" no campo de pesquisa do YouTube, porém. Veja lá o mar de vídeos que surgem, para você se divertir com pipoca e tudo o mais!

Private S.N.A.F.U. - 1943 Cartoon

Esse vídeo mostra como um meio aparentemente inocente (como os desenhos animados e quadrinhos infantis da Disney) pode servir para divulgar ideologias políticas. Quem estuda o assunto sabe disso: a Disney tem uma ligação muito forte com a Política da Boa Vizinhança do governo estadunidense. Várias personagens (inclusive o Zé Carioca) surgiram por uma questão política, não cultural.

Bueno, se formos pensar na Disney, até que aquelas críticas sem-fudamento do Dr. Wertham têm enfim fundamento. Ehehehe.

Akiane Kramarik

Torça para que essa guria logo logo comece a fazer quadrinhos. Nem que seja quadrinhos gospel. Eheheh.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Uma notícia de abrir sorriso no rosto do blogueiro e do leitor

Antes de mandar o link para a notícia, duas observações:

1) definitivamente, acabou aquela história de perguntar se há ou não algum autor brasileiro de Jornalismo em Quadrinhos;

2) desse jeito, a série Jornalismo em Quadrinhos, deste humilde blog, não vai acabar nunca...

Bueno, veja a notícia que originou essas observações cutucando aqui!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Antijornalismo, sem sujar os sapatos

Daqui, sem sair da cadeira, aproveito um momento de ócio das idéias e desmaio da criatividade para postar notícias, entrevistas, links, pérolas, artigos, enfim!, textos alheios que recebo de listas de discussões. Vou pôr na ordem cronológica em que eles estraram na minha caixa de entrada de e-mails, portanto não se espante de os primeiros serem beeeeeem desatualizados.

Bem, espero que a motivação esteja em convalescença. Espero.

***

Urgência, quadrinhos e educação
Paulo Scott: "O governo gasta milhões com manuais, cartilhas e reedições de clássicos da literatura para suprir as bibliotecas das escolas públicas, quando deveria gastar com histórias em quadrinhos." [leia mais]

A morte do cartum (entrevista com Jaguar)
"O cartunista Jaguar, que lança livros em debate hoje, em SP, fala sobre os rumos do humor brasileiro e o legado deixado pelo Pasquim à imprensa." [leia mais]

Camouflage Comics
Marco Vieira: "Não sei se alguém já passou esse link [cutuque sobre o nome em amarelo] aqui na lista mas eu achei nos meus 'bookmarks', há muito esquecido, e tô abobalhado com a qualidade da publicação. Entre outras, me chamaram a atenção as HQs do Diego Agrimbau e do Lautauro Fitzman, esse último em homenagem ao Breccia e ao Ostherheld."

Roberto Weil
Um cartunista venezuelano.

Charge criticando BM é "absolvida"
"A 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul rejeitou, nesta quarta-feira, reparação postulada por integrantes da Brigada Militar em função de uma charge criticando a violência policial, publicada no dia 4 de outubro de 2005, nos jornais VS, NH e Diário de Canoas (do Grupo Editorial Sinos). A charge retratou um policial militar fardado, de joelhos, demonstrando ferocidade e sendo conduzida pela guia por um cachorro, acompanhado dos dizeres 'policiamento no protesto em Sapiranga e no Beira-Rio.'" [leia mais]

Doutor Uro contra o câncer de pênis
"Assim começa a HQ: uma festa de Bumba-Meu-Boi com figuras típicas do norte e nordeste do país como: cangaceiros, retirantes, pescadores, roceiros, vaqueiros, índios e outros tipos populares. " [leia mais]

O humor de Leandro Dóro

Super-heróis da redação
"Houve uma época em que os jornalistas eram quase super-heróis e os super-heróis eram quase jornalistas. Tintim, Clark Kent, o alter-ego do Super-Homem, e o fotógrafo Peter Parker, também conhecido como Homem-Aranha, freqüentavam as redações e personificavam uma idéia romântica da profissão: melhorar o mundo. De lá pra cá, as coisas mudaram. Este ano é comemorado o centenário de nascimento do criador de Tintim, o Hergé. A data chama atenção para uma reflexão sobre o que mudou desde a invenção de seu personagem, que virou um ícone desde sua criação, em 1929. O programa Observatório da Imprensa de terça-feira (19/06) quis saber se quem mudou foram os jornalistas ou o mundo." [leia mais]



ASIFA-Hollywood Animation Archive
Cutuque aí em cima, no amarelo, e veja você mesmo do que se trata. Está tudo em inglês. Eu só sei que "comics" é quadrinhos. Eheheh.


El humor de luto: murió Roberto Fontanarrosa
"Fue el creador de Inodoro Pereyra y Boogie, el aceitoso, dos clásicos de la historieta nacional." [leia mais]

Revista "El Jueves" censurada
"El juez del Olmo ordena que se retire de los quioscos la revista 'El Jueves' por una viñeta de los Príncipes de Asturias." [leia mais] [leia mais ainda]



Le Chat du Rabbin
Glauco Caon: "o autor e desenhista francês de HQ, Joann SFAR, está começando a realização de um longa metragem de Le Chat du Rabbin."


War Angel #0: estréia de Elvis Moura nos EUA
"Mais um talento brasileiro estréia no mercado norte-americano de quadrinhos: o gaúcho Elvis Moura." [leia mais]


Horacio Gatto ilustra la tapa de "Los Juegos de Mastropiero"
"La presentación de Horacio Gatto para 'Los Juegos de Mastropiero', de Les Luthiers." [leia mais]


Os quadrinhos em novo portal com 188.000 livros eletrônicos
"Seguindo uma nota da Agência FAPESP, nós fizemos um teste do novo portal com 188.000 livros eletrônicos colocado no ar pelas 3 universidades públicas do estado de São Paulo, e chegamos a um resultado pouco animador, mas que pode ajudar a pesquiadores e bons leitores da área." [leia mais]


Marcos Vergara
"Cuando uno profesa un arte desde chico, desde antes de tener memoria, ese arte es parte de la vida cotidiana, como convivir con tus padres o hermanos, tomar mates o ir al baño. Entonces se vuelve muy difícil definir qué significa para uno ese arte. Es como intentar definir qué significa levantarse por las mañanas y tomar el desayuno. Es algo que forma parte de la vida diaria y que a veces se disfruta, otras se padece, otras se vuelve rutina, otras nos sorprende. Pero nunca deja de ser parte del día aunque sea en nuestro pensamiento." [leia (muito) mais]


Fórum Quadrinhos +
"De fã para fã, divulgando a informação para os menos afortunados. Aberto, ninguém é obrigado a registrar para ver o conteúdo!"

El Pequeño Polio
"Nacido en 1953 en el seno de una familia berber argelina (con ramificaciones varias, incluso, Turquia y Armenia) en Toulon, Farid Boudjellal contrayó polio cuando tenía 8 años (casi como Frida Kahlo). Y es esta experiencia que nos cuenta en 'El Pequeño Polio', que empezó a publicar en francés el año 1998 como 'Petit Polio', 20 años despues de su estreno en el Noveno Arte, en las paginas de la mitica Charlie Mensuel." [leia mais]

Ilustrador belga vence prémio europeu de cartoons
"O ilustrador belga Ludo Goderis venceu o Grande Prémio do Concurso Europeu de Cartoon, este ano dedicado ao tema 'Desigualdades, Discriminações e Preconceitos', anunciou hoje o júri." [leia mais]

Faculdade traz quadrinhos como disciplina de jornalismo
"As Faculdades Alfa (Goiânia/GO), em seu curso de jornalismo, apresentam uma nova matéria: Estudos de Histórias em Quadrinhos, disciplina que está sendo oferecida este semestre para os alunos do 8º período do curso." [leia mais]

Desvio
Uma experiência de HQ em forma de tiras, de A. Moraes e Jean Okada. Não deixe de ver, é realmente muito interessante. Os autores mostram que se pode tratar de qualquer tema ou assunto em apenas três ou quatro quadrinhos.

Manfred Sommer
"Morre o quadrinista que mostrou a Bahia como ninguém." [leia mais]

Blog de Bruno Ortiz
Um jovem e talentoso cartunista, desenhando/escrevendo sobre coisas de Porto Alegre. Principalmente.

Concurso Mickey Feio
Não tem premiação nem nada. [leia mais]

Carlos Estevão
Leia sobre ele.

Entrevista: Beto Nicácio
"Uma lenda segundo Beto Nicácio." [leia mais]

quarta-feira, outubro 31, 2007

Este post está chique!

A gente vive se surpreendendo e se surpreende vivendo. Afinal, nunca imaginei que este humilde blog um dia postaria uma notícia que, num piscar de link, remeteria ao site da São Paulo Fashion Week. Pois cutuque aqui e ascenda socialmente, em questão de nanossegundos.

terça-feira, outubro 30, 2007

Um post tão pequeno não precisa de título...



Antes de dormir, tenho me dedicado à maravilhosa tarefa de ler "Dom Quixote" pela primeira vez. Isso nada teria a ver com quadrinhos, se Bira Dantas não tivesse se dado ao trabalho/prazer de criar este blog aqui, no qual registra os passos que está percorrendo durante a adaptação da obra de Cervantes. Não é a primeira vez que Dom Quixote e Sancho Pança viram personagens de quadrinhos, mas talvez seja a primeira em que os esboços são postados na internet enquanto a HQ está sendo produzida.

***

Um comitê de cartunistas de várias partes do mundo se reúne para discutir questões ligadas à profissão. Isso só está neste post porque a revista em que eles publicam as discussões e os trabalhos tem o nome "DonQuichotte". É uma revista turca e alemã, mensal, de sátira. Vá até lá e visite a seção "today/bugün". Apesar de haver participação de brasileiros (como Carlos Latuff e, inclusive, Bira Dantas), você provavelmente não vai entender nada do que está escrito. As imagens, porém, são universais.

domingo, outubro 21, 2007

Série Jornalismo em Quadrinhos - parte 7

Outra pesquisadora a ser apresentada pela série é:

Érica Alvim
Sob a orientação de Sônia Luyten, Érica pesquisou sobre Jornalismo em Quadrinhos para o Programa de Especialização em Comunicação Jornalística, da PUC-SP, em 2005. O título do trabalho final foi:

História, memória e reportagem nos quadrinhos: Maus, de Art Spiegelman

Você baixa a monografia cutucando com o mouse em cima do título.

quinta-feira, outubro 18, 2007

O novo livro de Scott McCloud

Se você consultar a bibliografia de trabalhos (acadêmicos ou não) sobre quadrinhos, certamente encontrará duas obras que se repetem em todos eles. Uma dessas obras* é Understanding Comics, no Brasil traduzida como Desvendando os Quadrinhos, do estadunidense Scott McCloud. Desvendando foi publicada em 1993 e trata-se de uma sólida base teórica e prática sobre HQ. Além de teorizar sobre quadrinhos, seus elementos narrativos e sua história, McCloud também usa conhecimentos de áreas como semiótica e estudos da imagem. E o mais impressionante de tudo isso: a teorização sobre quadrinhos é feita, justamente, em quadrinhos.


Outra obra comumente citada** de McCloud é Reinventing Comics, do ano 2000. O título foi traduzido literalmente na versão brasileira. Não li Reiventando, mas sei que seu objetivo é mapear a produção atual de quadrinhos e os caminhos que ela deve seguir nas gerações futuras. Parece que o livro dá um grande espaço para os webcomics, quadrinhos feitos especialmente para a internet e que contam com os recursos da web para fazer experiências hipertextuais.


Pois bem, de agora em diante, outro trabalho do McCloud virará bibliografia básica de quadrinhos: Making Comics foi traduzido para o Brasil como Desenhando Quadrinhos, o que certamente vai causar muita confusão com a primeira obra. Mas não se engane, pois McCloud publicou Desenhando, nos Estados Unidos, em 2006, portanto treze anos depois de Desvendando.



A tradução de Desenhando ficou pronta agora, pela M. Books, mesma editora das outras obras. Não entendi por quê, mas a ficha catalográfica registra o livro como sendo de 2008. Enfim, isso é irrelevante. O que realmente importa é que recebi um exemplar da editora, para avaliação, e divulgo-o agora. Mas divulgo porque gostei e realmente me fez fechar a última página me sentindo uma pessoa diferente do que quando abri pela primeira vez o livro.

Desenhando também é feito em forma de quadrinhos. A personagem Scott McCloud está um pouco mais redonda, e as laterais do seu cabelo estão encanecidas. O que ele nos oferece agora é uma espécie de manual sobre a narrativa de quadrinhos, envolvendo aspectos como texto, imagem e a intersecção de ambos. Aliás, o subtítulo resume assim: "os segredos das narrativas de quadrinhos, mangás e graphic novels".

O segundo capítulo é especialmente importante no conjunto da obra. Dali tirei lições que facilmente podem ser transpostas para outras artes. No meu caso, aprendi muito sobre composição de personagens e cenários, o que espero usar em textos literários. Portanto, o que Desenhando ensina não é exatamente a desenhar - no máximo a "escrever com imagens", como sugere o título do primeiro capítulo. Antes, porém, Desenhando é um manual sobre "como fazer" quadrinhos, embora McCloud ressalte a todo momento que não se trata de querer que façam quadrinhos do mesmo modo que ele faz. O livro é, sim, um compêndio de técnicas que não dependem do autor. Algo como uma oficina literária, só que para quadrinhos.

O livro também dedica um bom espaço, em seu fim, para falar sobre ferramentas de desenho, sobre estilos, gêneros e cultura dos quadrinhos, e sobre o mercado de HQ. Também há muitas notas ao fim de cada capítulo, além de exercícios para quem quiser ir pondo em prática o que lê. Sem falar no intercâmbio com a internet, pois o site de McCloud inclusive hospeda o capítulo "5 e meio", uma extensão do quinto capítulo do livro, além de notas constantemente atualizadas.

De início, fiquei pensando na dificuldade que McCloud teve para fazer essa obra no formato de quadrinhos, haja vista a genialidade e a busca pela perfeição presentes em cada um dos quadros. Depois, porém, pensei: uma teorização desse nível não poderia existir senão nesse formato de quadrinhos. Leia e tente imaginar tudo que está dito com texto e imagem sendo exposto apenas por meio de palavras.

Minha opinião pessoal é que realmente se trata de uma obra fundamental. E fundamental para quem começa nos quadrinhos, para quem já está está há algum tempo e mesmo para quem é veterano na área. Passamos a gostar mais de HQ lendo McCloud. Acho que isso se dá também porque a postura dele diante do conhecimento que expõe é, ao mesmo tempo, madura e divertida. Afinal, muitas vezes ele relativiza seu próprio conhecimento, questionando a si mesmo, dizendo ao leitor para não levá-lo ao pé da letra.

"Faça testes, veja o que funciona no seu caso e construa seus próprios instintos por meio da prática. Mas quando esses instintos falharem - e isso acontece com todos nós... - esse [livro] é um mapa rodoviário que pode pô-lo de volta na trilha". Isso diz o McCloud no página 140, depois de mais de dez páginas discorrendo sobre a intersecção entre texto e imagem. No fim, o conselho vale para todo o livro, como o próprio McCloud diz, na página 180: "desenhe com os olhos, não com os ouvidos".

Com certeza há partes de Desenhando que podem ser questionadas, mas o autor mesmo abre espaço para isso. No fim do livro, McCloud faz previsões sobre como será a nova geração de quadrinistas, além de propor um esquema para definir tendências artísticas. Isso tudo poderá ser questionado, mas será questionado a partir de Desenhando. Porque, se não fosse ele, talvez nada disso viesse à tona.

***



* A outra obra sempre citada em bibliografias é Quadrinhos e Arte Seqüencial (1985), de Will Eisner.

** Eisner tem outra obra citada com freqüência. Trata-se de Narrativas Gráficas (1996). A produção de Eisner está encerrada, porém, pois ele faleceu no início de 2005.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Literatura em quadrinhos

Esta saiu no Estadão:

Clássicos em quadrinhos
Carrol, Barrie, Proust, Camões, Machado, Eça, Nelson Rodrigues: Algumas das maiores obras da literatura mundial estão à disposição na forma de gibis.

[leia mais]

terça-feira, outubro 09, 2007

Um grande livro, com duas grandes histórias

Sábado é dia de não ter hora para acordar...

- Péeeeeeeeeim!!!

Puxa, desse jeito não preciso de despertador. É o segundo fim-de-semana seguido que o carteiro me acorda. Ponho uma calça e um boné. A camiseta deixo, pois nem parece pijama. Abro três fechaduras, desço as escadas, saio pela porta do prédio e amiúdo os olhos, que o sol cega às 11 da manhã. Ainda mais para quem recém saiu do escuro.

- Uma entrega para o sr. Augusto. É o senhor?

- Sim, sim.

O envelope é branco, com detalhes em vermelho. O que deve ser? Estou esperando alguma correspondência? Ah, sim, o Léo ficou de me mandar um livro... Sim, sim, está escrito aqui o remetente: "Rede Minas", é mesmo o livro que o Léo disse ontem que me enviaria. Nossa, veio rápido.

***

Papel reciclado... Roteiro de Wellington Srbek e desenhos de Flávio Colin, já falecido. A orelha diz que "Estórias Gerais já nasceu um clássico do quadrinho nacional, e não apenas por seu tema e cenário colados à realidade e à mitologia do sertão mineiro (...)". Realmente, parece ser uma baita obra. É bom começar o sábado com um presentão desses.



Bem, bem. O Betinho está para chegar, vou preparar um chimarrão e fazer uma bóia. Depois que ele pegar o ônibus, às 16h, eu me encarno no livro.

***

Cá estou eu na rodoviária. "Chove na tarde fria de Porto Alegre", como nos versos de Ramilonga, de Vítor Ramil. 16h10. Vou na Bienal? Volto para casa? Vou ao cinema? Vou na Redenção?

Mando algumas mensagens, espero as respostas. Ainda bem que trouxe o livro. Estórias Gerais. Me encosto numa coluna, sentado num banquinho. No meio da leitura, sou interrompido pela voz de Darth Vader: um senhor afônico fala ao celular por meio de um aparelho parecido com um ultrassom de fisioterapia. Ele encosta o tubo na garganta, e o resultado é uma voz metálica, estranha para quem está perto e nunca viu disso antes. Não sei como deve ficar no telefone, para quem está do outro da linha.

17h30. Bem, pelo sim, pelo não, melhor ir para casa escapar da chuva. Continuarei a leitura lá.

***

No celular, escrevo: "tchê, adoraria estar aí no teu aniversário, é uma pena mesmo, mas esta chuva... Bem, amanhã combinamos um chimarrão. Abc."

Já são 21h, é ruim de pegar ônibus.

Logo o fixo toca:

- Cara, é o Maharis. Eu te pego aí em casa.

E foi assim que fui parar na festa de aniversário de vinte anos do meu amigo de infância, lá na Vila Petrópolis. A festa foi no mesmo dia em que o Maharis se tornou tio, graças a pequenina Sophia, recém-nascida. Era para ser festa surpresa, mas ele já estava sabendo.

Alguns rostos conhecidos: o Fernando, o Felipe, o Fabrício. Coincidência começarem com F, porque o Hélio também estava lá. Eles estão grandes, não são mais aqueles meninos de sete anos atrás, da última vez que os vi. Mas impossível não os reconhecer.

A casa em que morei a maior parte da minha vida fica dois terrenos abaixo da casa do Maharis, onde é a festa. No mesmo lugar onde agora a gente bebe cerveja, muita cerveja, antigamente nós jogávamos botão, cobrávamos pênalti nas folhagens da mãe dele e fazíamos partidas de vôlei usando a grade como rede. Sei não, isso deve ser uma realidade paralela, um vislumbre de como seria minha rotina de jovem se não tivesse me mudado para Santa Maria. Não muito diferente, mas também não igual. Agora estou de volta, e tenho a sorte de momentaneamente passar por esse estranhamento espaço-temporal. Sensações, autoanálises, associações, filosofias. Que loucura.

Mas é impossível ser saudosista aos vinte e um anos. Chego em casa só as 6h30 da manhã.

***

Domingo, tempo chonho em Porto Alegre. 16h. Ou eu dou uma volta, ou viro mofo dentro de casa.

No ônibus, retomo a leitura de Estórias Gerais. O que uma pausa no momento certo não pode fazer... Na página 112, encontrei este dizer, saindo da boca da personagem Zé Gambá:

"A jornada que leva mais longe é a que nos guia mais para dentro da gente. No ponto de chegada, o viajante já não reconhece aquele que era no porto de partida. Qual o resultado da viagem? Qual a verdade revelada? Que, na verdade, a verdade não é nada!"

E foi assim que este fim-de-semana tive mais que a história de um livro para resumir.

domingo, outubro 07, 2007

Série Jornalismo em Quadrinhos - parte 6

Hoje, o protagonista da série é o pesquisador:

Antônio Aristides Corrêa Dutra
Provavelmente a maior fonte sobre Jornalismo em Quadrinhos do Brasil, quiçá do mundo. Se você digitar as palavras "jornalismo" e "quadrinhos" no google, o primeiro artigo que aparece é dele. "Quadrinhos e jornal: uma correspondência biunívoca" é o principal texto que li, quando decidi iniciar a pesquisa sobre o assunto.

Aristides é Mestre pela ECO/UFRJ, onde defendeu, lá se vão quatro anos, a dissertação:

Jornalismo em Quadrinhos: a linguagem quadrinística como suporte para reportagem na obra de Joe Sacco e outros autores

Cutuque no link aí em cima e digite "sacco" no campo "Senha de visitação". Cortesia do autor, que pôs seu trabalho num hd virtual e permitiu que você a baixasse a partir deste humilde blog.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Xaxado na Xuxa

No sábado, recebi este e-mail num grupo de discussões:

"A maior surpresa de minha vida aconteceu hoje. O programa Xuxa da Rede Globo comentou o site do Xaxado. A própria Xuxa brincou com os joguinhos e recomendou o site. O resultado é que já recebi mais de 800 e-mails de pessoas que entraram no site (só hoje, depois do programa, e não pára de chegar) . Tem gente de todas as idades e do Brasil todo."

Quem escreveu o e-mail foi Antônio Cedraz, criador da Turma do Xaxado. Pra quem não conhece, o Xaxado é este aqui:


Há algum tempo, recebi gentilmente pelo correio duas publicações da Turma, enviadas pelo próprio Cedraz. Li, gostei e só não divulguei antes porque queria entrevistar o autor sobre duas questões (digo quais são mais adiante, no fim deste post).

Também não divulguei antes porque não se trata de algo que precisa ser divulgado: a Turma do Xaxado já é referência nos quadrinhos brasileiros. Ganhou 4 HQ Mix, e o Cedraz ainda foi considerado Mestre do Quadrinho Nacional pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo. Sem falar que a Unesco concede apoio institucional aos projetos da Turma.

O que cabe aqui, então, é falar das minhas impressões.

Em primeiro lugar, a Turma do Xaxado é usada como material pedagógico em escolas na Bahia. Afinal, o enredo das histórias gira em torno da paisagem nordestina, tratando questões como fome, pobreza, seca, desigualdade (ou, antes, disparidade) social... Os temas são tratados com olhares pueris, o que me pareceu muito enriquecedor. Afinal, as crianças baianas têm acesso a um gibi cujas personagens vivem na terra delas, passam os mesmos problemas que elas e estão imersos na mesma cultura. O poder de identificação é enorme. Eu li a Turma do Xaxado imaginando o poder que teria aqui no Sul um gibi cujas personagens fossem crianças gaúchas e as histórias fossem ambientadas, por exemplo, no pampa.

Claro que já há quadrinhos de larga escala para crianças que tratam de assuntos regionais. Na Turma da Mônica e na Disney, por exemplo, há algumas histórias assim. Mas na Turma do Xaxado o regionalismo (universal, como quase todo regionalismo que se preze) é a regra, não a exceção.

No mais, recebi também um exemplar da Turma do Xaxado chamado "Lendas e Mistérios". Achei muito interessante. A edição pega personagens de lendas e os mistura em pequenos causos com as personagens do Xaxado. Desse modo, figuras do folclore regional e nacional são apresentados às crianças. Eu mesmo aprendi lendo o gibi, pois não conhecia o Negro D'Água, nem o Pé-de-Garrafa, tampouco a Velha-da-Mata. Esses três aparecem na HQ junto com a Mula-sem-Cabeça, o Caipora e o Saci Pererê.

Vale registrar ainda que a Turma do Xaxado já rendeu inúmeras análises acadêmicas, e que esses mesmos trabalhos vice-versamente proporcionam um embasamento para o uso pedagógico dos gibis.

Portanto, a Turma do Xaxado aparecer aqui não tem quase ou nenhuma relevância. Ainda mais depois de aparecer na Xuxa. Mas se servir pra você se interessar e propagar a idéia, já me dou por satisfeito!

***

As perguntas que fiz para o Cedraz são meramente pra sanar dúvidas pessoais. Primeiro, perguntei porque os olhos da maior parte das personagens são desenhados sem íris nem pupula. Me parece uma decisão estética importante, que eu não pude descobrir a razão apelando para conhecimentos de semiótica visual. A segunda pergunta que fiz, talvez das mais óbvias e que o Cedraz deve receber com mais freqüência, é se a Turma do Xaxado sofre alguma influência da Turma da Mônica. Não há como não reparar na semelhança no jeito como as personagens e os cenários são desenhados. Penso, porém, que essa semelhança existe por ambos serem quadrinhos para crianças. Essa especificidade exige desenhos com abundância de formas arredondadas e suaves, de modo a não conotar agressividade.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Mehr Deutsch!

Esses dias fiz uma postagem sobre quadrinhos em alemão. O pessoal do Pagando O Pato deixou um comentário por aqui, dizendo que no site deles também há disso. Veja lá, cutucando no link amarelo aí em cima do nome. Quando chegar no site, cutuque dessa vez no link vermelho em que diz: "Einige Datein auch auf Deutsch".

E boa sorte!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Série Jornalismo em Quadrinhos - parte 5

Mesmo com um grande intervalo desde a última postagem, a série trazendo trabalhos acadêmicos que se debruçam sobre o tema "Jornalismo em Quadrinhos" continua, apresentando agora a pesquisadora/jornalista:

Michele Fatturi
Me considero um privilegiado por acompanhar boa parte da trajetória da Michele com seu trabalho de conclusão de curso. Desde o início houve identificação, porque optamos por fazer a monografia, e não apenas entregar um trabalho qualquer para poder se formar. Mas, bueno, vamos ao princípio da história.

Um belo dia, recebi o e-mail da Michele, até então uma desconhecida para mim, dizendo que havia me descoberto por meio deste humilde blog. Nessa fase, a Michele estava fazendo a pesquisa bibliográfica pra monografia. Trocamos msn, orkut, essas coisas.

Este ano, voltei a morar em Porto Alegre e, num dia em que fui à Unisinos, aproveitei pra conhecer pessoalmente a Michele. A gente ia visitando alguns lugares do campus, e de vez em quando ela encontrava colegas e comentava: "bah, minha mono está com 140 páginas!" Casualmente, era o dia em que ela entregou a versão final para a revisão do orientador.

Bueno, bueno. Depois disso, fui na apresentação da monografia da Michele. Cheguei dez minutos antes, ela estava nervosa, relendo e revisando o trabalho. Nervosismo à-toa. Fez uma belíssima apresentação, recebeu elogios e mais elogios da banca e foi "aprovada com distinção".

Bem, o trabalho dela chama-se:

Reportagem em Quadrinhos: análise e aplicação de uma nova possibilidade para o jornalismo

Acho que só pelo que eu disse até aqui já fica claro que é um trabalho de fundamento, não? Com revisão bibliográfica extensa, boa base teórica e a preocupação de fazer realmente um trabalho científico (se você tem dúvida, cutuque com o mouse aí em cima do título, para baixar a monografia). Como se não bastasse, porém, a Michele ainda arriscou fazer uma reportagem em quadrinhos. Ei-la:

Na Estrada do Mar - redescobrimento

A própria Michele resume a HQ como uma "tentativa de fazer reportagem". Ela e o namorado conheceram um acapamento indígena nas margens da Estrada do Mar, que liga Porto Alegre ao litoral. A reportagem surge daí e se desdobra em outros eventos, informações, entrevistas. Os desenhos são de Diogo Fatturi (só para constar, ele é primo da Michele).

Recomendo que você leia os dois trabalhos. São realmente um acréscimo.

***

Tenho que fazer dois agradecimentos. Primeiro, à Michele, que conseguiu achar um tempinho lá na Irlanda (onde ela está agora) para me mandar a reportagem em quadrinhos. E ao meu amigo Cristian Giordani, programador que hospedou para mim a HQ no Siteria.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Estou optando por um título sem trocadilhos

O cartunista Moa fez este desenho e mandou pro Greekartoon, um salão de humor grego:


Vou reformular minha última frase: o Moa mandou o desenho para um salão de humor na Grécia. Isso para não dar margem a trocadilhos. Eheheh.

Bem, olha o que diz o autor no blog dele: "[o desenho] É sobre a armadilha de deixar as crianças com a babá eletrônica. Quem já não fez isso? O problema é quando a coisa fica crônica e o mundo se reduz a ficar na frente da telinha com um controle remoto na mão. Sair pra passear, só se for para um parque de diversões com um brinquedo desses aí embaixo [no nosso caso, aí em cima]."

Com esse desenho, o Moa tirou segundo lugar no salão de humor.

terça-feira, setembro 25, 2007

"Olá, eu sou o Pança!"

Recebi e-mail de lista de discussão comentando a existência da personagem Pança, esse aí embaixo. Visitei o blog onde estão as tiras, li, gostei e indico aqui.


O autor é novinho, embora um pouco mais velho que eu. Apesar da pouca idade, criou um universo sólido para desenvolver uma porção de histórias. Se seguirem no nível das tiras que estão no blog, o Pança tem tudo para ir longe.

Bueno, lá embaixo, no blog, diz quem é o autor. Não perca tempo aqui, vai lá ver!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Ich weiss nicht Deutsch, aber ich versuche.

Estupro meu próprio cérebro há quase dois anos. Foi quando decidi, por uma dessas metas teimosas que seguidamente coloco na minha frente, começar a estudar alemão. Meus neurônios têm agüentado o tranco, mas eu já não consigo segurar o garfo e cortar a carne com a faca ao mesmo tempo. Ainda assim, tenho fé que um dia serei capaz de conversar com as pessoas ao meu redor como se estivesse brigando. É esse o meu grande sonho.

Bueno, tudo isso que eu disse foi para contar que hoje, fazendo exercícios da lição 9 do primeiro livro Berliner Platz, encontrei esta tira aqui:

Não é fácil entender o que está escrito, mesmo para quem já estuda há um tempo, que nem eu. Principalmente, porque está num "alemão coloquial" (sim, isso existe). Mas, em suma, esse monte de letrinha quer dizer mais ou menos isto:

Velhinha: - Eu preciso de algo para minha audição, que está ruim!

Farmacêutico: - Leve estas gotas aqui! São boas! Eu mesmo que faço!

Velhinha: - De jeito nenhum, eu quero um remédio de verdade!

Farmacêutica [falando para o médico, depois da velhinha ir embora]: - Uma vaca tão idiota!

Farmacêutico: - O quê?

Bem, depois de ver a tira, tentei descobrir quem é o autor. Pra minha infelicidade, existem aproximadamente 327 zilhões de quadrinistas chamados Tom.

Num primeiro momento, encontrei apenas este link, com mais obras dele. Num segundo momento, quase na prorrogação, descobri que o cara se chama Thomas Körner.

O link amarelo sobre o nome dele, que recém botei aí, vai te levar prum texto em alemão, o que é até perigoso pra sua sanidade mental. Não tente ler sem uma equipe médica ao lado, com desfribilador e tudo o mais.

Para evitar tragédias, mando também um link em inglês. Cutuque aqui! O bacana é que, se você tiver um inglês razoável, pode se esbanjar em textos e hipertextos sobre quadrinhos alemães.

Bueno, vou voltar aos meus estudos. Auf Wiedersehen.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Guia do Ilustrador

Se pra tudo na vida houvesse um guia como este... Eu seria o primeiro a encomendar o Guia do Cara Morando Sozinho pela Primeira Vez em Porto Alegre.


[cutuque com o mouse na figura para downloadear]

terça-feira, setembro 18, 2007

Eu vi, mas você não vai ver não!

Na semana passada, eu estava no Rio de Janeiro, cobrindo uma pauta para a revista Continuum, do Itaú Cultural. Esse tempo longe do blog, porém, não foi em vão. Nem mesmo para o cabruuum.

Pois o meu sábado estava livre, e eu aproveitei para conhecer o MAC e o MAM. Nos dois museus, vi exposições excelentes, algumas até lúdicas, com possibilidades de interação. Mas o que interessa aqui é que, entre tanta coisa que vi, tive acesso a obra de três artistas plásticos com influências dos quadrinhos em suas obras. São eles:


Rigo 23

A exposição "Aberturas na auto-estrada" acontece no MAC, em Niterói. Rigo é o apelido de Ricardo Gouveia, nascido na Ilha da Madeira. No fim do nome, ele sempre assinava com o ano em que estava vivendo. Tipo: Rigo 91 era seu codinome em 1991. Depois de um tempo, ele deve ter cansado: fixou em Rigo 23 mesmo.

Rigo 07 é um artista engajado, encabeçando causas políticas. Também faz algumas intervenções urbanas e retrata o cotidiano de metrópoles.

Como não tenho máquina fotográfica, não pude registrar as histórias em quadrinhos do artista. Mas achei na internet um trabalho dele que mostra um pouco dessa referência:



Antonio Dias

A obra desse artista eu tomei conhecimento na exposição Tropicália, no MAM. Trata-se de um paraíbano.

Bueno, se não fosse o acervo virtual do MAC-SP (onde encontrei a obra abaixo), isso seria tudo que tenho a dizer.

É realmente uma droga que eu não tenha uma máquina fotográfica. Me faz parecer uma idiotice este post, eu dizendo que vi obras de artistas com referências em quadrinhos, mas não podendo mostrá-las. Bueno, fica como um post pra quem quiser dar o pontapé inicial na pesquisa por esses nomes.

Rivane Neuenschwander

Apesar desse sobrenome alemão, ela nasceu e mora em BH. Fiquei conhecendo o trabalho dela também no MAM, onde havia um grande painel com quadros e balões coloridos, simulando histórias em quadrinhos. O texto de explicação da obra dizia que Rivane se inspira no Zé Carioca. A não ser que Zé Carioca seja o nome de algum entorpecente novo que surgiu, eu não entendi. Afinal, o painel esse era todo para ser preenchido com giz pelos visitantes da exposição Tropicália.

Bem, bem. A internet comprova toda a minha ignorância. Cutuque com o mouse em cima da figura a seguir e você vai entender as referências ao papagaio da Disney:

segunda-feira, setembro 17, 2007

Humornografia

Acho que foi o Maurício Ricardo quem ensinou pra Disney como pôr mensagens subliminares nos desenhos. Eheheh. Veja aqui!

Mas só se você for maior de 18 anos.

Tá bom, 14 anos já tá liberado.

Classificados do cabruuum

Só não tenteio esta porque Porto Alegre está muito bem, obrigado:

Procura-se editor II - A Missão
Estar no lugar certo, na hora certa, é apenas um dos talentos necessários para ser um super-herói. Receber a vaga certa, na hora certa, pode ser outro...

A Mythos Editora (que, entre outras coisas, faz a produção editorial dos quadrinhos da Panini Comics) procura integrantes para complementar os supertalentos de sua equipe com uma vaga para sidekick (Assistente Editorial) ou super-herói pleno (Editor). Poderes mínimos necessários para exercer a função com responsabilidade:

- Ultrapaciência
- Hiperleitura
- Superorganização
- Megaplanejamento

Alguns dos vilões que você enfrentará:

- Professor Pressão (principal poder: pressionar até o material ficar pronto!)
- Conde Crasso (o avatar dos erros de português)
- Tempus Exiguus (que se alimenta dos minutos que faltam pra produzir algum material)
- Descompactador Demente (que continuamente despeja mais e mais material na linha de produção)

Para se candidatar, sua identidade civil precisa ser revelada(*) e também cumprir alguns requisitos:

- ter curso superior completo ou em andamento, preferencialmente na área de Comunicação
- domínio da língua portuguesa e interpretação de textos
- bom nível de inglês (leitura e interpretação)
- bom conhecimento de cultura geral
- habilidade em pesquisa pela internet
- bom texto
- residir na cidade de São Paulo
- para se candidatar a Assistente Editorial, ter no máximo 25 anos
- para se candidatar a Editor, mínimo de dois anos de experiência em função equivalente

São diferenciais:

- ser leitor de quadrinhos de super-heróis
- ter a força de vontade de um Lanterna Verde
- ter o espírito de equipe de um integrante do Quarteto Fantástico
- possuir a capacidade de planejamento e organização do Batman
- ter o heroísmo, a determinação e a responsabilidade do Peter Parker
- superpaciência digna de um funcionário do J. Jonah Jameson (item importante!)
- ter como lema a frase "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades"
- ler mentes ou prever o futuro

Os interessados devem enviar seus Arquivos Secretos (currículo) juntamente com um texto de exatamente 2100 toques (incluindo espaços) apresentando um encadernado DC ou Marvel lançado pela Panini em 2007 e uma biografia de algum roteirista/desenhista de quadrinhos com exatamente 1000 toques (incluindo espaços) para o e-mail fabiano@mythoseditora.com.br com o assunto Currículo Assistente Editorial ou Currículo Editor, conforme for o caso, e aguardar contato. Lembre-se: paciência é um dos itens necessários!
Iremos avaliar o texto e a capacidade de pesquisa do candidato, não apenas conhecimento decorado. Receberemos currículos até o dia 19/09/2007.

Para mandar currículos que não são especificamente para esta vaga, por favor, envie para rh@mythoseditora.com.br. Freqüentemente precisamos de Revisores, Tradutores (principalmente de Inglês, Francês, Alemão e Japonês) ou Diagramadores (domínio de In Design, Illustrator, Photoshop e conhecimentos da área).

(*) Sossegue, sua superidentidade secreta será salvaguardada de supervilões em um sigiloso servidor.

domingo, setembro 02, 2007

Caro leitor!

Você deve ter estranhado, faz mais de semana que não aparece nenhum post novo aqui no cabruuum. Pois bem, eu estava viajando.

Pra piorar, semana que vem embarco em outra viagem, e na semana seguinte mais uma. São oportunidades de trabalho (e de lazer, não vou mentir), não posso desperdiçá-las. Vai ser difícil, então, atualizar o blog por esses dias.

Portanto, este post é para avisar que, provavelmente, só poderei retomar as atividades normais do blog lá pelo dia 20 de setembro. O que não é carta branca pra você não visitar mais o cabruuum. Há muita coisa aqui que não tem prazo de validade.

Sugiro, nesse meio tempo, que você leia os trabalhos lincados na série Jornalismo em Quadrinhos. Já saíram quatro posts, e ainda vão haver muitos outros.

Mas bem, bem. Tenho de sair pra não perder meu horário! Eheheh. Grande abraço, leitor.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Que fique registrado!


Fiquei sabendo que o jornal Folha de São Paulo publicou, no último domingo, uma reportagem em quadrinhos do Joe Sacco. Com chamada na capa, inclusive. Estou atrás de algum exemplar para ler com calma e analisar aqui. Enquanto isso, mando o link para a reportagem, (re)publicada no Blog Imprensa, da Conrad (você tem de cutucar nas figuras pra ampliar).

Desde já, considero um marco para o Jornalismo em Quadrinhos no Brasil. Afinal, trata-se do principal jornal do país abrindo espaço para esse formato novo de reportagem jornalística. Quem sabe o que pode aparecer a partir de agora?

***

No mais, a revista Piauí também publicou uma HQ do Sacco (auto-retratado aí em cima). Pelo que entendi, porém, é um trabalho ficcional. Veja aqui!

domingo, agosto 19, 2007

Série Jornalismo em Quadrinhos - parte 4

Dando continuidade à série, apresento agora o pesquisador e jornalista:

Raphael Veleda
Formado em jornalismo pela UniCEUB no fim do ano passado, o Raphael dividiu a monografia em três capítulos. No primeiro, ele discorre sobre a História das histórias em quadrinhos; no segundo, Raphael fala do jornalismo, principalmente das formas alternativas de reportagem (ali achei esta frase ótima, muito bem-humorada, o que faz a gente gostar de ler a mono: "Thompson escreveu histórias de uma maneira parcial e alcoolizada"); no terceiro, Raphael vai pra junção lógica dos outros dois capítulos e fala do Jornalismo em Quadrinhos. Toda a monografia é um resgate histórico, com muitas informações, pelo que pude observar em uma passada de olhos.

Enfim, baixe-a:

A arte seqüencial das histórias em quadrinhos como forma de linguagem jornalística

quinta-feira, agosto 16, 2007

O duzentés... O ducentéz... O dusentéc... Enfim, o post de número 200!

Não faz muito sentido aqui eu, um jornalista recém-saído da academia (com sua crítica bem embasada sobre a guerra da audiência), querer comemorar os 15 mil acessos e 23 mil page views alcançados pelo cabruuum em menos de dois anos de existência. Não faz sentido mesmo.

Muito menos ainda apontar que esses resultados foram alcançados em agosto, justamente o mês do desgosto. Qualquer ironia em cima disso seria um clichê, não vou cair nesse erro.

(Embora suspeite que acabo de cair nele...)

Mas bem, vou cair em outros erros, então. Pois este é o ducentésimo post do cabruuum. Isso significa que por duzentas vezes me sentei aqui em frente ao computador para falar algo acreditando que alguém aí do outro lado leria, nem que seja por piedade. Eheheh.

Mas é claro que estou brincando! Sou um preguiçoso nato, e não escreveria aqui se não soubesse que você lê. E que gosta. Aliás, seria ótimo que você, que não gosta tanto, ou que vê falhas, ou que tem sugestões, você que tem algo a dizer pra mim, por favor, diga. Ainda não tenho cacife pra contratar um ombudsman pro meu blog, embora bem quisesse.

Mas o que eu ia dizendo (eis outro post em que me perco totalmente, enrodilhado nas próprias linhas de raciocínio) é que o erro em que vou incorrer hoje é o da autopromoção. Pois o meu amigão Anderson fez um texto sobre mim (veja bem, não é sobre o blog) e publicou-o lá no ArTorpedo. Divulgo aqui porque me senti lisongeado e, não só pra rimar, emocionado. O texto representa pra mim uma gratificação tão grande que paga tudo o que eu poderia estar ganhando como jornalista, se usassse todo o tempo que dedico a este blog para fazer matérias frias, chonhas, que nem eu leria.

Enfim, agradeço a você, leitor, que permitiu que este humilde blog chegasse até aqui. Passos lentos, bem lentos, mas a impressão que tenho é que são passos dados por pés que sobem degraus. Quem saberá o que há no próximo andar, hein?

Bem, bem! Agradecido por tudo!

***

Ps.: pra entender o texto do Anderson: ano passado estive na Bahia (pulei Carnavel e tive minha carteira de motorista roubada) e em Aracaju (eu e o Anderson tomamos muitas e muitas cervejas numa tarde ensolarada e sergipana, vendo uma ponte ser construída). O Anderson fez esse texto em função de uma brincadeira entre alguns amigos. O mote era fazer referência ao sotaque baiano sem se desligar do objetivo de cada um dos blogs (o do Anderson é sobre novas tecnologias, principalmente de celulares). No fim, só o Anderson fez o texto, que ficou lindíssimo e cheio de referências. Vale destacar o trocadilho com o nome dum filme brasileiro recente. Vamos ver se você sabe qual é...

Superjornalistas

Eu adoraria encaixar o trabalho abaixo na Série Jornalismo em Quadrinhos, mas infelizmente não dá:

Jornalismo nas histórias de super-heróis: os quadrinhos de Clark Kent e Peter Parker

Afinal, o trabalho de conclusão de curso do jornalista Maurício Kanno (com orientação do Waldomiro Vergueiro), na Eca-USP, versa sobre o modo como é feita a representação dos jornalistas nas histórias em quadrinhos do Homem-aranha e do Super-homem. Ou seja, une jornalismo e quadrinhos, mas não chega a tocar no Jornalismo EM Quadrinhos. O que não quer dizer, claro, que o trabalho não seja digno de ser divulgado aqui: apenas não entra na série.

Pois bem, basta cutucar em cima do título da monografia, ali em cima, que a internet te leva ao arquivo, em pdf. E o Maurício também fez um texto para o site do NPHQ, onde ele entra em detalhes. Todos os links foram fornecidos pelo próprio Maurício, o que me poupou um trabalhão (você não faz idéia da labuta que é espalhar esses links amarelos pelos textos).