Nunca é demais lembrar também de "Maus", e esses três trabalhos juntos me fizeram refletir e concluir que os quadrinhos são (talvez) o meio mais adequado para livros de memórias. Tentava inclusive achar uma explicação para isso.
Talvez seja o uso de imagens, que podem provocar sensações e climas muito mais difíceis de serem alcançados com palavras. Talvez seja a sedução natural da imagem que atraia o leitor. Ou talvez o próprio fato de a leitura de quadrinhos ser uma das nossas primeiras experiências como leitor e, como isso acontece na infância, os quadrinhos acabam se consolidando como um gênero propício para memórias, tanto para quem escreve e desenha como para quem lê.
Enfim, reflexões! De todo modo, o que queria aqui era recomendar os três livros. É uma prova de todo o potencial psicológico-histórico dos quadrinhos. Apesar de termos começado a ler por meio de gibis, quadrinhos não são uma linguagem (só) para crianças. É óbvio que você, se é da área, já sabe, mas é sempre bom ressaltar.
[Marjane Satropi conta aqui a sua infância e adolescência no Irã e na Áustria, des-estereotipando o modo como do Ocidente vemos a vida naqueles lados e retratando momentos histórico-bélicos pelo ponto de vista de como a autora os vivenciou.]
[Alison Bechdel narra a convivência difícil com o pai, uma pessoa apegada a bens materiais que às escondidas mantinha relações sexuais com adolescentes. A autora cresceu nesse ambiente e, ao recriá-lo em quadrinhos, conta-nos como descobriu sua homossexualidade e o modo como a relação com o pai moldou o que ela é hoje.]
[Art Spiegelman ganhou um prêmio Pulitzer especial ao contar em quadrinhos a história de seus pais, sobreviventes do Holocausto. O livro ainda toca na relação conturbada entre Art e seu pai.]
Cutuque sobre a capa dos livros, caso queira comprá-los no Submarino. Ah, antes que pergunte: não ganho nada com isso! Ehehehe.
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