quarta-feira, setembro 27, 2006

CABRUUUM International "Arghhhhh" News

Semana passada, na quarta-feira, comemorou-se os 171 anos do início da Revolução Farroupilha, aqui no Rio Grande do Sul. Mas calma, você não precisa ficar preocupado, a revolução já acabou. Eheheh. A não ser pelo ponto de vista do cartunista Jô, também daqui de Santa Maria, que fez o desenho aí embaixo e gentilmente cedeu (o desenho, não ele mesmo, quero deixar bem claro! Ehehehe) pra publicar no CABRUUUM!!!!!!

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De 3 a 5 de novembro, acontece em Teresópolis, RJ, o I Festival Nacional de Quadrinhos e Cinema de Animação da Região Serrana do estado do Rio (pare e respire. Pronto, agora pode continuar), vulgo AnimaSerra. Vai haver inclusive um concurso de tiras, cujo prazo de inscrição dura até o dia 13 de outubro. Pegue mais informações no site, cutucando no link aí em cima!

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Caso você passe pela República Sérvia no próximo mês ou em novembro, dê uma olhadinha no cartaz aí do lado. Dá até pra imprimir e levar embaixo do braço, pra ler no avião. Como dizem os comerciais de turismo, "consulte seu agente de viagens"!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Adote o CABRUUUM!!!!!!!

Minha amiga Ane Witt cumpre um papel social muito importante aqui neste blog: ela deixa comentários com freqüência (não só ela, claro, não serei injusto). Acho que ela quer estragar a relação doentia (mas amorosa) que eu e o computador estabelecemos. Ciumenta! Eheheheh.

Bueno, ela é fãzona do rock do U2 e fez duas HQs sobre isso. Eis ambas aí embaixo. Fico tremendamente (e rebolandamente também) feliz por essa colaboração inusitada. Ainda mais que hoje comemoram-se exatos 30 anos da reunião que posteriormente resultou na formação do U2 (Larry, um dos componentes, botou um bilhete no mural da escola endereçado a quem estivesse a fim de montar uma banda. O pessoal que se interessou compareceu na casa dele no dia 25 de setembro de 1976).

Daí que, por causa dessa colaboração, tive uma ótima idéia (pra mim, claro). A partir de hoje está oficialmente aberta a campanha "Adote o CABRUUUM!!!!!!! criando uma marca pra ele". É sério, faz tempo que acho feio o nome do blog, escrito aí em cima da descrição, com aquelas letrinhas miúdas...

Uma idéia que tive era fazer uma nuvem cinzenta sendo atravessada por um raio, e o nome CABRUUUM!!!!!! escrito com letras impactantes, como a onomatopéia do trovão mesmo. Mas eu não sei desenhar...

Bom lembrar que o blog está prestes a completar um ano de existência (em novembro) e de ter seu centésimo post publicado. Poderia ser um presente de aniversário, não?

Bueno, chega de blá-blá-blá. Veja aí embaixo as HQs da minha querida amiga Ane.





sábado, setembro 23, 2006

Desenhistas, invadam a Área 51!!!

Eeheheh. Deixa eu me explicar, antes que eu caia na rede de busca do FBI: "Área 51" é um novo site para os desenhistas desse Brasil varonil. Como diz na página inicial, "A Área 51 é um espaço para ilustradores mostrarem sua arte, trocar idéias e principalmente um lugar para quem procura um artista para associar ao seu trabalho. Apresentar quem faz a quem procura ilustrações é a nossa função."

O pessoal que faz o site tem também um blog, onde está explicado direitinho quem são os responsáveis pelo projeto e como ele surgiu. Também há links para matérias sobre o site que saíram na imprensa.

Ilustrador ou não, vá lá dar uma olhada (os links estão espalhados aí em cima, no texto)! Nem que seja só para ver os desenhos!

quarta-feira, setembro 20, 2006

LATUFF

Antes fosse só uma onomatopéia o título deste post. Poderia ser uma onomatopéia de guerra, quem sabe. Assim ainda teria algo a ver com o verdadeiro assunto de hoje.

Mas não. Latuff é o sobrenome de Carlos, um cartunista brasileiro que tem usado seu trabalho para defender a causa palestina (ou, antes, opor-se à causa israelense e estadunidense). Veja um pouco da história e do pensamento dele cutucando aqui e aqui!


["Nós estamos aqui para trazer a democracia! Repita depois de mim: De-mo-cra-ci-a!"]

[Morra!]


Os desenhos acima são bons exemplos do teor do trabalho dele (veja mais cutucando aqui e aqui). Para você ter uma idéia, após o episódio das charges de Maomé, houve um concurso promovido por um site iraniano para charges sobre o Holocausto. Latuff foi o primeiro brasileiro a ter trabalho publicado lá.

Pois bem, a companheira Elenara Iábel publicou no blog dela uma mensagem do Latuff com o título "DIREITA ISRAELENSE AMEAÇA CARTUNISTA BRASILEIRO". A coisa é séria. Carlos Latuff está sendo ameaçado pelo Likud, um partido de Israel. No blog de Elenara há a tradução das palavras publicadas no site do partido, mas você pode ler no original se souber o idioma.

Eis alguns trechos:

"Ele é o cabeça de uma das maiores indústrias de propaganda e incitamento contra Israel. Ele destila veneno por toda parte. O dano que ele está fazendo a Israel, junto a juventude mundial, é enorme. Ele é um dos mais influentes anti-sionistas da rede mundial de computadores, um talento gráfico fantástico e um grande cartunista. Ele sabe como influenciar através da Internet. É o campeão da indústria de maldades iraniana e seus cartuns participam da galeria de negação do Holocausto de Teerã. "

"Chamo vocês a serem ativos. Não existe qualquer instituição que possa enfrentar essa guerra genocida. Nem o Ministério de Relações Exteriores, nem o Ministério da Defesa ou qualquer outro ministério. Nós devemos, como sugere Carlos, nos unir e agir em conjunto."

"Nós estamos testemunhando uma ação sistemática que visa dar legitimidade para atacar o 'demônio sionista'. Carlos Latuff se destaca nessa forma de propaganda. O problema será resolvido - a 'solução final' - pelo presidente iraniano, que adora esses tipos de desenhos e cartuns, a Alemanha nazista, a negação ao Holocausto, o Hezbollah e seus mísseis. Esta é a razão pela qual ele precisa de uma usina nuclear para matar aquelas criaturas asquerosas que Latuff está desenhando, e então o mundo será um lugar melhor. Houveram outros que tentaram isso antes, lembram-se?"

O portal de jornalismo Comunique-se também escreveu matérias a respeito. Inclusive procurou a embaixada de Israel no Brasil para saber como ela se posiciona no assunto. Um trecho significativo da resposta que recebeu:

"Da mesma forma que o Sr. Latuff tem o direito de se expressar, também tem esse mesmo direito o site do Likud."

É uma questão delicada, como tudo que envolve o conflito entre árabes e palestinos. Também não é a primeira vez que os quadrinhos se envolvem nisso. Além do episódio das charges de Maomé, há os livros do jornalista-quadrinhista Joe Sacco. "Palestina - Na Faixa de Gaza" inclusive é tema da minha monografia.

Bueno, é isso. Achei que você precisava saber dessa situação envolvendo o Latuff, o Likud e, principalmente, os quadrinhos!

sábado, setembro 16, 2006

CABRUUUM "Arghhhhh" News

O correspondente (e amigão) Anderson, de Sergipe, me avisou: nos dias 7 e 8 de outubro, acontece o HQ Festival 2006, lá em Aracaju. Visite o site! Parece ser um mega-evento.


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E vão até o dia 22 de setembro as inscrições no Salão de Desenho para Imprensa, aqui pertinho, em Porto Alegre. Veja a notícia!

quarta-feira, setembro 13, 2006

CABRUUUM "Arghhhhh" News

Notícia fresquinha, pra quem pretende cruzar por Porto Alegre até o dia 8 de outubro. Trata-se da exposição do artista chileno Gonzalo Cárcamo (para saber mais sobre o cara, cutuque aqui ou aqui).

Eis duas pinturas do Cárcamo, só pra você ter uma idéia:



Ele também faz caricaturas, como esta aqui, da Elza Soares:


E o Cárcamo acaba de adaptar para os quadrinhos a obra "O Amigo Fiel", de Oscar Wilde.

Bueno, pra saber mais sobre a exposição em Porto Alegre (qual é o endereço, de que horário até que horário é a visitação etc), cutuque aqui!

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E o cartunista gaúcho Bier me autorizou a publicar no CABRUUUM!!!!!! uma charge sua (ou seria cartum? Quem poderá me socorrer?!). Ei-la:

Eheheheh. Eu achei ótima.

Ademais, procurando algum link que explicasse pra você, sem rodeios, quem é o Bier, acabei encontrando a Página do Gaúcho, um portal que tem uma seção com minibiografias dos cartunistas gaúchos. Se você cutucar no link aí em cima, vai dar direto nessa página.

segunda-feira, setembro 11, 2006

76% cem porcento

Está aqui na minha frente, ao lado do monitor, a revista mineira Graffiti (o slogan estampado na capa é "76% quadrinhos"). Eu soube que essa revista existe em dezembro, lá em São Paulo, por meio do jornalista Israel do Vale, que conhece a turma que faz o periódico. O Israel foi nosso editor no Laboratório de Jornalismo Cultural do programa Rumos, do Itaú Cultural.

Pois bem, passaram-se os meses, eu esqueci da pauta. No meio de julho, porém, numa banca montada no chão com panos esticados, lá em Floripa, durante a reunião anual da SBPC, encontrei a edição número 13 da Graffiti pra vender. Comprei.

Essa introdu-enrolação não é à toa, não. É pra explicar como a revista é de gabarito e, ao mesmo tempo, como é difícil encontrá-la. Tanto é que só posso deixar o link de um site que diz que tem pra vender, além da opção de compra pelo próprio site da Graffiti.

Outra coisa: eu geralmente me pego pensando em como abordar as pautas aqui no blog de um jeito diferente. Não diferente assim, só pra ser diferente mesmo, fazer um auê. É que há pautas que já são bem exploradas, já saíram nos principais veículos de HQ e, no meu ver, eu não tenho por que ficar repetindo tudo aqui. Daí mando o link; se você se interessar, vai lá e lê mais.

Hoje eu vou fazer bem isso. Eis o link pro site da Graffiti. Numa breve olhada, você já vai se dar conta que não é algo do além: quem faz a revista tem conteúdo, disso não há dúvida. Isso fica ainda mais evidente na leituras das histórias em quadrinhos: é certo que todos os quadrinistas têm uma formação (literária, principalmente) bem ampla. O difícil é mostrar isso pra você, sem a revista.

Mas a tenteada é livre. Daqui pra baixo, eu vou pegar história por história da Graffiti nº 13 e tentar ressaltar aquilo que eu percebi. Logicamente, é apenas o que eu pude perceber, não tudo o que pode ser percebido (e há casos, admito, em que ainda não tenho alfabetização o suficiente em leitura de imagens pra poder captar tudo que envolve a história). Também vou colocar breves ilustrações nos comentários, já que a minha amiga Angélica Lüersen se prestou hoje a brigar com pilhas e tomadas na tentativa de fazer sua máquina fotográfica digital funcionar e, assim, deixar este post muito mais bonito (pois, convenhamos, só os textos seriam um saco!) Enfim, lá vai:

"Agulha"
É uma mistura de colagem, desenho e texto. Nesse caso, a minha limitação falou mais alto: não saberia mais o que dizer. Mas o secretário da Grafar, Eugênio Neves, quando lhe mostrei a revista disse: "Que bela composição!"


[um pedaço da página]

"Metamoresia"
Uma bela história, muito bem desenhada, como todas as histórias da Graffiti (o que me chamou atenção foi o fato de essa alta qualidade gráfica estar associada à mesma altura de qualidade narrativa, em toda a revista). Metamoresia conta uma lenda (ou mito, não sei bem a diferença) ocorrida numa pequena aldeia. É uma história fantástica, que fala de poesia, amor, transformação. Interessante é o fato de o título aparecer somente na última página, bem diferente do que costuma acontecer na maioria das HQs. Nesse caso, essa ousadia casou perfeitamente com o teor da história.

[a última página - não há perigo, pelo estilo da história, de eu estragar tudo contando o final]


"A metamorfose do coração"
Na verdade, não é uma HQ, mas sim uma entrevista com o italiano Giuseppe Bagnariol, médico que tem uma visão bem metafísica, misturando noções de espiritualidade, sobre a medicina. É realmente muito interessante, mesmo que em algumas partes do texto você pense: "Isso eu não concordo!". O início me chamou a atenção, por falar da metamorfose como um símbolo da transformação do ser humano, tanto na literatura quanto na mitologia. Ao que parece, a entrevista representa os 24% da revista que não são quadrinhos. Então compensa!

"A morte do guarda-livros"
Quatro páginas, dois quadros em casa uma, com o texto-legenda embaixo. Lembra a tela de um cinema. O guarda-livros está datilografando, na máquina de escrever, seu testamento. O que escreve soa como um deboche à burocracia.

[um dos quadros que, isolado, parece meio depressivo]


"Esofromatem-a"
Uma paródia da famosa obra "A metamorfose", do Kafka (o título da HQ é justamente o nome do livro de trás pra frente). Em vez de acordar transformado em inseto, Gregor Samsa "encontrou-se em sua cama metamorfoseado num monstruoso ser humano". Ehehehe. Não há necessidade de dizer mais, né!

[Gregor acordando]


sem título
E praticamente sem palavras. Uma história muito colorida, que sabe explorar muito bem os recursos de produção de sentido no uso de cores. Bastante simbólica, também. Um mago coloca um relógio em seu caldeirão e tira um coração. Numa mesa de operações, o médico abre o tórax do paciente e se surpreende por encontrar lá um relógio, no lugar do miocárdio. O médico pega o objeto na mão e comenta: "Está partido!"

(O coração? O relógio? Os dois?)

Por quase não ter palavras, principalmente por isso, essa história te deixa pensando, pensando, pensando...

"Transmutações políticas"
A prova cabal das potencialidades da linguagem de histórias em quadrinhos. Cada quadro dessa história (que começa falando de coelhos e termina em Brasília, num enredo extremamente amarrado, uma obra exemplarmente aberta) faz referência a muitos conhecimentos prévios do leitor, faz ironias de alto nível e tem uma ousadia gráfica tão notável (e tudo isso está tão coeso) que manda pro beleléu qualquer noção de que história em quadrinhos é coisa pra criança. Você precisa de uma boa base para poder ler "Transmutações" e perceber as referências à psicologia, à literatura, à arquitetura... E tudo isso em somente quatro páginas!!! Confesso, fiquei realmente impressionado...!


[difícil achar um quadro que resuma tudo o que quero mostrar...]


sem título
Um conto em quadrinhos. Uma obra com clima, que reverbera depois de terminada. Enfim, literatura!

Os desenhos, lembrando xilogravura, são em preto e branco, cheio de penumbras. As narrações associam a um ritual antigo ("os jovens mostram respeito aos mais velhos", "o jovem guerreiro se banha no sangue da primeira presa") e alguns dos balões, num bela e criativa solução gráfica, são ilegíveis (pois, no contexto da história, realmente não importa o que está sendo dito pelo personagem, mas sim que ele está dizendo alguma coisa).


Um senhor está pintando uma moça em seu ateliê. No meio da história, o velho vai ajeitar um pano na modelo, nua: "Previsível como as lendas, o pano cai. O rei está nu. A fonte da vida está a um palmo. O cheiro da floresta úmida."


"O caminho de volta até minha poltrona é de kilômetros [sic]. E sou, de fato, enfim, um homem velho quando sento nela. Depois é tudo muito rápido. Uma história longa fácil de resumir. Namorado. Grávida. Dinheiro. Antigo como a terra."

Agora a frase que me significou muito: "Como sabemos que algo mudou e acabou?"

Aí a resposta: "Gestos. Sinais. Palavras. Símbolos. Oferendas."

Eu diria: poesia pura!!!

"Verdades tropicais"
Uma versão parodiosa da famosa história de um náufrago que vai parar em uma ilha de canibais. O que achei interessante é que o autor desenha o "bilau" e a "tcheca" dos personagens (afinal, todos nós temos nem que seja um desses órgãos, então por que não desenhá-los, hein?!?!). E ele faz isso dum jeito bem inocente, não pornográfico (você não achava que todos os personagens dos gibis não tinham sexo? Nunca mostravam, ora!!!).

"Film noir"
Uma porção de quadrinistas pra quem mostrei a Graffiti durante o 3º Cartucho, o Encontro de Cartunistas Gaúchos, olhou a capa da revista e disse: "É um desenho do Guazzelli!". O Guazzeli é gaúcho e bem conhecido. No caso da edição número 13 da Graffiti, a sua história bem surreal foi escolhida para terminar a revista e ser capa e contracapa da edição. Trata-se de um autor com estilo!



***

É isso. O que eu posso dizer, pra resumir, é que essa é a melhor revista de HQ que já tive em mãos. Justamente por eu há tempos acreditar que os quadrinhos têm um potencial artístico enorme que pode ser utilizado para passar mensagens profundas, complexas, como em grandes obras da literatura. A Graffiti, portanto, tirou isso do meu ideal e colocou em prática.

domingo, setembro 03, 2006

Bafafá no Amapá!

A notícia abaixo tem um pouco a ver com quadrinhos, principalmente pelo fato de tudo ter começado com um desenho. Depois, expande-se para questões políticas, jornalísticas, internéticas e censuréticas (ou censuratísticas; não faz diferença porque eu acabo de inventar a palavra. Eheheheh).

Já adianto que essas outras questões não interessam para este humilde post (embora, você deve ter notado, eu esteja me mordendo pra sair largando minhas opiniões).

Bem, não vou (me) enrolar (mais) nem tentar explicar com as minhas palavras. Eis o e-mail que recebi:


CRISE DA CARICATURA NO AMAPÁ

A proibição de uma caricatura com a palavra "XÔ", em que a letra "O" forma o rosto do candidato ao senado José Sarney, está provocando polêmica no Amapá. A caricatura, de autoria do desenhista Ronaldo Rony, foi pintada em um muro de Macapá e fotografada pelo jornalista Chico Bruno. A blogueira Alcilene Cavalcante viu a foto e resolveu publicar no seu blog.

José Sarney, que já havia tentando, sem sucesso, proibir o mecanismo de busca Google de incluir, em seus resultados, textos contrários a ele, processou Alcilene, pedindo indenização de 100 mil reais e a retirada do blog do ar. O blog foi censurado pelo provedor, mas a irmã da acionada, Alcinéa (que também havia sido processada por Sarney por causa de um comentário de um leitor), iniciou uma campanha entre os blogs amapaenses, que começaram a republicar a caricatura. Alguns desses blogs e sites também foram processados, mas receberam a adesão de outros blogs nacionais e internacionais. Atualmente mais de 120 blogs estampam a caricatura num protesto contra o que consideram censura. A lista dos blogs que entraram no movimento é publicada diariamente no blog de Alcinéa
.
O jornalista Marcelo Tas, apresentador do programa Saca-rolha (da TV Play), publicou a caricatura em seu blog e declarou voto à principal adversária de Sarney, Cristina Almeida.
Em Macapá várias pessoas começaram a estampar em camisteas a caricatura do senador. Desde então, o blog de Alcinéa tem sido representado diversas vezes por Sarney, com pedidos de indenização que já totalizam um milhão de reais. Num das últimas representações, o advogado (que é funcionário do Senado) chamou os blogueiros e jornalistas que trataram do assunto de "um bando de criminosos que usa a internet para cometer crimes".
O que começou com uma simples caricatura pintada em um muro pode se transformar na maior polêmica da vida política de Sarney no Amapá e o caso já está sendo chamado de a crise da caricatura, em referência às caricaturas de Maomé que provocaram protestos violentos por parte dos fundamentalistas mulçumanos.
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Bueno, você já leu o texto, então agora eu dou alguns links pra você saber mais um pouco:
* Blog da Alcinéa - ela está comprando cada vez mais briga com Sarney: postou no blog outros desenhos tendo o candidato como tema e até puxou um texto em francês sobre o que está acontecendo no Amapá.
* Outro blog da Alcinéa - aí você confere mais tiros contra Sarney e também uma lista dos blogs que estão engrossando a campanha de protesto contra a decisão judiciária de tirar seus colegas blogs do ar.
* Blog do Tas - o jornalista vestiu a camiseta da campanha da Alcinéa. Inclusive colou o desenho que identifica a adesão (esse aí embaixo) no blog dele.
* Matéria do jornal Folha de São Paulo - o texto explica mil vezes melhor do que eu tudo o que aconteceu. É até covardia. O máximo que posso fazer é reproduzir um parágrafo que, percebo, apresenta sutilmente informações que podem embasar argumentos de ambos os lados dessa briga. Veja se você também os percebe. Lá vai: "Alcilene Cavalcante assessora a campanha do candidato ao governo João Capiberibe (PSB). O TRE-AP considerou, no entanto, nas decisões em que negou os pedidos contra o site de sua irmã Alcinéa, que os blogs fazem parte de uma 'rede de relacionamento totalmente facultativa e por isso fora do âmbito do direito eleitoral'".