sábado, maio 29, 2010

Comics alemães

Na semana passada, minha rede de neurônios estendeu-se além dos limites - inclusive desgastando e dando nós em alguns pontos - e as sinapses transformaram-se em tempestades de relâmpagos. Tudo isso, pois eu estava preparando uma apresentação sobre quadrinhos alemães. Detalhe: a apresentação seria EM ALEMÃO.

Pois hoje fiz o que tinha de ser feito, e tudo saiu muito bem, obrigado.

(De nada.)

Não sei se você que me lê tem algum interesse em aprender o idioma alemão, mas, de qualquer forma, gostaria de compartilhar algumas palavras que aprendi durante o processo:

Tagestrips = "tiras diárias"
Sonntagsstrips = "tiras dominicais"
Sprechblasen = "balões de fala"
Denkblasen = "balões de pensamento"
Panel = "quadrinho" (um único quadro da página)
Onomatopöien = óbvio, não?
Comiczeichner = quadrinista
Comicbuch = livro de quadrinhos
Comicfigur = personagem
Superhelden = super-herois

Se você tem vontade, capacidade e neurônios ociosos (isso é muito importante, pois eles serão irreversivelmente comprometidos no processo), publico logo abaixo o resumo da apresentação. Em alemão, mesmo. O texto fala brevemente sobre o início dos quadrinhos alemães e sobre os principais autores contemporâneos. Só os que eu admiro, claro. E que fazem obras com temas maduros, que é o que eu gosto em se tratando de quadrinhos. Lá vai:

***

Deutsche Comicgeschichte

1832 wurde Wilhelm Busch geboren, ein deutscher Künstler, weltweit bekannt dank seinem 1865 veröffentlichten Werk „Max und Moritz - Eine Bubengeschichte in sieben Streichen“. Das Buch wurde in Brasilien von Olavo Bilac unter dem Titel „Juca e Chico - História de dois meninos em sete travessuras“ übersetzt. Die Bildergeschichte erzählt das Abenteuer der spitzbübischen Brüder Max und Moritz, die ein moralisches, tragisches Ende nehmen. Busch mischt Dichtkunst mit Illustrationen, was damals etwas Neues war. Trotzdem es sich noch nicht um richtige Comics handelt, gilt Busch bis heute als einer der Pioniere der Weltcomicgeschichte. In Deutschland gibt es sogar einen sehr wichtigen Preis, der „Max und Moritz-Preis“ heißt.

Einige deutsche zeitgenössische Comicautoren

Mawil ist das Pseudonym von dem Berliner Comiczeichner Markus Witzel. Er ist 1976 geboren und studierte Kommunikationsdesign an der Kunsthochschule Berlin-Weißensee. Sein bekanntestes Werk heißt „Wir können ja Freunde bleiben“, eine gleichzeitig traurige und lustige Geschichte über seine gescheiterten Beziehungen mit Frauen. Er erfand auch die Figur Supa-Hasi, sein Alter Ego. Mawil ist nämlich als autobiografischer Autor bekannt. Er ist Mitbegründer der „Monogatari“-Gruppe und des „Monogatari“-Verlags. Heutzutage werden seine Comicstrips im Tagesspiegel veröffentlichtet.

Reinhard Kleist ist 1970 bei Köln geboren, studierte an der Fachhochschule für Grafik und Design in Münster und zog daraufhin nach Berlin. Dort teilt er das Atelier mit Mawil und noch zwei anderen Comicautoren. Kleist ist ein biografischer Autor: er zeichnete die illustrierte Biografie über Johnny Cash, Elvis (das war eine Anthologie, die er herausgegeben hat) und Fidel Castro (die noch nicht veröffentlichtet wurde). Seine Reisebücher „Havanna“ und „Amerika“ sind auch bekannt. 2008 wurde er mit dem „Max und Moritz“-Preis für „Cash – I see a darkness“ für das beste deutsche Album ausgezeichnet.

Jens Harder war auch ein Mitglied von „Monogatari“ und studierte mit Mawil. Harder interessiert sich besonders für Comicjournalimus: er recherchiert wie jeder andere Journalist, aber seine Reportagen erscheinen in Comicformat. „Cargo“ ist eine Comicreportage, die er auf Anfrage das Goethe-Institut organisiert hat. Das Institut sendete ihn und andere deutsche Autoren nach Tel Aviv, um an einem interkulturellen Austausch teilzunehmen. Außerdem wurde Harders fiktionales Comicbuch „Leviathan“ 1994 mit dem „Max und Moritz“-Preis ausgezeichnet.

Isabel Kreitz ist zur Zeit eine der bekanntesten deutschen Autorinnen der Welt. 1967 geboren, studierte sie an der Fachhochschule für Gestaltung in Hamburg. Ihr 2008 veröffentlichtes Buch „Die Sache mit Sorge – Stalins Spion in Tokio“ ist ein Comic-Album über Geschichte und Politik. Sie arbeitet auch als Journalistin.

Der 1979 geborene Arne Bellstorf studierte Illustration an der Hochschule für Angewandte Wissenschaften in Hamburg. Sein Werk „acht, neun, zehn“ ist eine melancholische Erzählung über einen Jungen und seine Pubertät auf einem Dorf in Deutschland.

Sascha Hommers Album „Vier Augen“ erzählt über das Drogenproblem von Jugendlichen in Deutschland. Der Autor ist 1979 geboren und lebt in Hamburg.

GRANDE livro do rock

Fiquei sabendo do vídeo abaixo por intermédio do Marcelo De Franceschi, um dos responsáveis pelo site sobre direitos autorais e cultura livre BaixaCultura:



Antes que você pergunte: eu sei sim que está em alemão, o que é uma sacanagem. Mas o vídeo é bem feito. E as imagens são universais.

Para quem se interessar mais, recomendo o texto do ilustrador Paulo Chagas, que resenhou o livro no blog do jornalista Márcio Grings. Cutuque aqui para ver. No fim do post há um
outro vídeo, não tão empolgante quanto o primeiro, porém em português.

segunda-feira, maio 17, 2010

Jornalismo em Quadrinhos paraibano

Na semana passada, tive uma agradável surpresa proporcionada por esse diminuidor de distâncias que é a internet. Por meio do jornalista-quadrinista gaúcho Leandro Dóro, fiquei sabendo da existência de um jornalista-quadrinista paraibano chamado Audaci Junior. Ao tomar conhecimento da sua produção, percebi que você precisa tomar conhecimento da produção dele também. Bem, este post é para servir de diminuidor de distâncias, então vamos lá!

Para começar, o Audaci mantém uma página na internet com resenhas sobre livros em quadrinhos. Até aí, nada de mais, se não fosse o fato de as resenhas serem feitas em quadrinhos. Mais legal ainda é o fato de Audaci escrever/desenhar sobre o livro em questão reproduzindo o estilo do próprio autor. Bem, veja como é isso na prática, cutucando aqui.

O Audaci também mantém uma coluna fixa no site Quadrinho.com. Chamo a atenção para a série de postagens que ele fez sobre o tema Jornalismo em Quadrinhos. Cutuque aqui para começar a ler, mas não esqueça de cutucar nos outros cinco links lincados ao fim do texto. Audaci explica de maneira simples, acessível e ilustrada como surgiu o jornalismo em quadrinhos, quais são os principais nomes no Brasil e no mundo e aponta alguns dos desafios do gênero.

Em 2003, Audaci graduou-se na Universidade Federal da Paraíba entregando como trabalho final um livro-reportagem em quadrinhos. Que, inclusive, foi publicado pela editora Marca da Fantasia. Confira aqui.

Espero ter feito uma boa ação pondo vocês em contato. Valeu ou não valeu a pena conhecer o Audaci?

E você, o que tem para mostrar a ele? Apresente-se!

segunda-feira, maio 10, 2010

Super-rabinos!

Outro dia falei aqui sobre super-heróis islâmicos. Agora retomo o assunto etnico-religioso sob uma perspectiva ainda mais interessante.

O Museu Judaico de Berlim está com uma mostra sobre quadrinhos e judaísmo. Veja cutucando aqui. O link vai levar a uma notícia em português. No texto, mostra-se como alguns dos mais importantes super-heróis - Hulk e Super-Homem, por exemplo - foram criados por quadrinistas de origem judaica. O texto ainda fala de "Maus", obra de Art Spiegelman, que aborda o tema do Holocausto. A diferença é que, no caso dos super-heróis, o judaísmo muitas vezes estava presente na história, mas não de forma declarada.

Realmente, muito interessante.

Recomendo a visita ao site do Museu Judaico. É em inglês. Ali é possível ter uma visão mais ampla da mostra, que também fala de tiras e quadrinhos underground. Cutuque aqui.

***

Uma breve reflexão: é notável como os temas etnico-religiosos são comuns nos quadrinhos de não-ficção. Além de "Maus", pode-se citar a obra de Joe Sacco. Ou "Persépolis", de Marjane Satrapi. Só para citar os que me ocorrem agora. Deve haver muitos outros.

A quem está no meio acadêmico, fica a sugestão: uma pesquisa sobre o tema seria muito bem-vinda!

terça-feira, maio 04, 2010

Notícias noticiosas

Para este blog não ficar tanto tempo desatualizado, linco aqui duas notícias. Pretendia apurá-las, checá-las e usar outros verbos jornalísticos antes de finalmente publicá-las, mas como o tempo é apertado e você é capaz de fazer isso por si mesmo...

Lá vai:

1) "Quadrinista brasileiro Galvão é lançado na Itália." Cutuque aqui. [O link dá acesso a press kit!]

2) "Dramaturgo César Vieira: 'Minha peça de teatro foi plagiada.'" Cutuque aqui. O autor acusa de plágio o livro de quadrinhos "A Revolta da Chibata".