Cutuque com o mouse sobre o livro para ir pro site da editora. "Contracultura através dos tempos" defende a tese de que houve uma contracultura socrática, uma contracultura taoísta, uma contracultura zenbudista, uma contracultura sufista, e por aí vai, passando pelos trovadores, os transcendentalistas, o Iluminismo e a Paris do início do século 20, até chegar às contraculturas reconhecidas como tais (aquelas que surgiram a partir da década de 1950, no rastro da Bomba de Hiroshima). Os autores - Ken Goffman e Dan Joy - defendem que esse é um fenômeno tão antigo quanto a internet a carvão e o guaraná com rolha, e necessário para o funcionamento dinâmico da sociedade, no sentido que provoca mudanças comportamentais. Claro que, assimilada pela cultura hegemônica, a contracultura perde boa parte do seu poder de fogo. Mesmo assim, a assimilação de traços fundamentais dessas contraculturas faz com que a sociedade mude alguns dos seus valores.
Enfim, pra resumir, esse é daqueles livros que você lê uma vez, pra se desvirginar no assunto, e depois o mantém por perto para consultar.
Mas, claro, este continua sendo um blog sobre quadrinhos, apesar de todas as seduções que surgem para escrever aqui sobre outros assuntos. Sorte minha que sempre tem um gancho. Pois, na página 321, dizem os autores que "[no conturbadíssimo período entre o fim da década de 1960 e o início da de 1970,] Quadrinhos alternativos de gente como Robert Crumb e Gilbert Shelton faziam um humor corrosivo com todo mundo, incluindo os ultra-revolucionários." Crumb, todos conhecem, dispensa apresentações. Mas, confesso, eu não havia ouvido falar de Shelton ainda.
Ao que parece, ele foi tão importante no movimento underground dos quadrinhos quanto Crumb. Veja neste link (em inglês). Sua mais famosa criação são os Freak Brothers, que mal-e-porcamente foram publicados no Brasil, depois de vinte anos de intervalo (isso explica o fato de eu não conhecer o autor).
Aqui tem mais links pra conhecer a obra de Shelton. Cutuque:
* Na Folha Online
* No Sobrecarga
* Na Conrad
2 comentários:
Boa tirada da reta essa de não conhecer o cara porque ainda demorou a ser publicado no Brasil. hehehehehe. Mas o que importa mesmo é a descoberta e o compartilhamento. Quanto ao texto, esse dá vontade de ler o livro da contracultura. Parabéns, Gustin!
Anderson Ribeiro
Eu na verdade primeiro vi a revista dos Freak Bros. num sebo, e só depois ouvi falar do Crumb. Aliás, me explicaram ele como alguém que tinha desenhado algo "estilo The Fabulous FUrry Freak Brothers".
Quanto à contracultura, interessante, Augusto, interessante.
Obrigado pela visita lá. =)
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