Para poupar repetições do que já foi dito, replico aqui o release:
"Em um dia qualquer, Cao, nerd apressado para não perder o seu programa de tevê, encontra um estranho olho no caminho de casa. Fã de Will Black, uma personagem da série de tevê Religio, série que Cao acompanha metodicamente, desperta mais a sua atenção com um detalhe no episódio inédito onde uma coincidência, um outro estranho olho também é encontrado por Will Black. Isso desperta em Cao mais atenção nas nuances da série que emergem em sua vida. Aos poucos ele irá perder o seu senso de realidade, assim como Will Black. Isso levará aos dois à mesma jornada surreal, intimista e de profundo horror.
Caos é uma história em quadrinhos que mistura vários gêneros como o suspense, realismo fantástico, drama e horror. Não é nada convencional. É quadrinhos que experimenta novos desafios na linguagem e na narrativa da nona arte. História em quadrinhos que já foi publicada em 2004 e agora, quatro anos após, é reeditada pelo próprio autor para dar início há uma nova proposta editorial, o selo de quadrinhos Ferreteria. A trama de Caos é centrada na personagem Cao (alter-ego de Carlos Ferreira) e na personagem Will Black (paródia da personagem Frank Black da extinta série de tevê Millennium de Chris Carter).
Carlos Ferreira é gaúcho. Roteirista e desenhista, uma das referências dos quadrinhos de autor underground dos pampas, é cineasta, diretor de tevê de diversas séries realizadas na RBSTV, filial da ( Globo) entre elas: Histórias Extraordinárias. Publicou nas revistas Dundum, Peekaboo, Made in Brasil, La Voz del Bajo, Olho Mágico e outras, em diversos países como Argentina, Alemanha e Japão. Em 2009 é previsto o lançamento de Os Sertões, pela editora Agir, polêmica adaptação para quadrinhos que Ferreira assina como roteirista. Obra realizada com o seu comparsa, o desenhista Rodrigo Rosa."
São 224 páginas, que li em alguns minutos, pois cada quadro ocupa uma página inteira. Me faltou uma visão do todo, ou seja, me faltaram os outros cinco volumes, mas já há o que dizer. Trata-se de uma obra para quem, como eu, gosta de psicologia, psicanálise ou apenas de observar o ser humano em seu íntimo, sem o aparato científico. E nos auto-observar também, ser humanos que somos. Os desenhos, em preto e branco (aliás, muito bons, atendo-se apenas ao essencial da representação imagética de determinado objeto ou corpo, valorizando a composição em detrimento da firulagem artística), retratam o lado Sombra das personagens e, consequentemente, do leitor. Sim, porque no fundo a obra me parece ser sobre isso, sobre o lado sombrio que todos carregamos, os medos, os desejos reprimidos, as frustrações, a vontade de ser não sendo, a aculturação repressiva. Não que sejamos maus, diga-se de passagem. Apenas não somos somente bons.
Enfim! Pelos desenhos e pelo profundo subtexto, Caos é uma obra que vale a pena ser lida. Mas não antes de dormir, por favor!
Enfim! Pelos desenhos e pelo profundo subtexto, Caos é uma obra que vale a pena ser lida. Mas não antes de dormir, por favor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário