Mas essa aventura meio mochileira, meio chique não seria assunto aqui se não tivesse algo a ver com quadrinhos. E tem: na terra do Quino e da Maitena, encontrei algumas coisas bem interessantes. De supreender. Lá vai:
* Pelo que entendi, histórias em quadrinhos são chamadas de historietas ou cómics na Argentina. Se houver algum especialista no idioma lendo este blog, por favor corrija ou confirme!
* Numa banca, encontrei uma revista intitulada Coné. Guardei o nome e pesquisei agora. Na verdade, trata-se de um personagem de uma outra história, protagonizada pelo personagem Condorito. O Condorito foi criado pelo chileno René Ríos. Parece que o personagem é muito idolatrado na América de língua espanhola. Algo como a Turma da Mônica. Eu até diria que lembra o Zé Carioca, se o Condorito não tivesse surgido se contrapondo à Disney.
Pois bem, o Coné (à direita) é o sobrinho do Condorito (acima, pilchado) e tem uma revista própria. Foi essa revista que eu acabei descobrindo na banca.
* Agora mudando a mídia: eu estava tentando conhecer um pouco mais as bandas argentinas numa loja de cd, quando dei de cara com isto:
Trata-se da capa de um dos álbuns da banda La Máquina de Hacer Pájaros. Muito boa a sacada, obviamente puxando a sardinha pro nosso lado...
* Comprei na conhecida livraria El Ateneo, na rua Florida, em Buenos Aires, o livro Humoris Causa, do cartunista argentino Caloi. Só o nome já motiva a ler, não? Pois eu comprei porque uma breve folheada já me mostrou que era algo de grande qualidade. Tinha visto este desenho:
Bem, depois fui vendo uns outros desenhos e fui me surpreendendo. Caloi tem uma variedade de estilos de desenhar que impressiona: impressiona pela capacidade de variar o traço e pela qualidade alcançada em cada uma dessas variações. E o estilo de humor também é muito diversificado. É comum o desenho de temas absurdos, como um cavalo-estátua que joga seu cavaleiro-estátua do pedestal. Caloi também costuma brincar com os traços do desenho, fugindo da lógica: setas de trânsito que atingem os carros, a linha da grande área que faz o jogador tropeçar e cair quando vai bater o pênalti...
O cartunista argentino ainda criou um personagem de histórias em quadrinhos, o Clemente, cujas tiras são publicadas no jornal Clarín.
Você pode ver um bom exemplo do trabalho do Caloi cutucando na seção Caloidoscopio do www.caloi.com.ar. Os desenhos que eu gostaria de mostrar não estão lá, mas aí já se pode tirar uma média. Qualquer hora escaneio trechos do livro e posto aqui no blog. O importante é que o cara é bom e me faz pensar no tipo de cultura que permitiu que surgisse na literatura um Jorge Luis Borges e um Julio Cortázar.
Bueno, é isso, hermano!
3 comentários:
Esse augusto... tem sempre um gancho debaixo na manga... Eita vidão! Argentina, Uruguai, Chile... Quando crescer quero ser assim...
Hola
Efectivamente, en Argentina a los quadrinhos se les dice historietas.
Buena compra con el libro de Caloi, un grande, que lo disfrutes.
historietas, assim tb eram chamados os quadrinhos no Brasil quando eles começaram a ser publicados por essas bandas, só não sei quem influenciou quem...
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