Segue notícia encaminhada por Leandro Dóro, quadrinista gaúcho e membro do grupo de discussões sobre Jornalismo em Quadrinhos. O Dóro me comentava terça-feira sobre uma recomendação internacional para o uso de reportagem em quadrinhos como alternativa contra a suposta morte dos jornais impressos.
Ei-la!
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Jornais devem se inspirar em HQ, diz especialista espanhol
por Gustavo Viana, para a Gazeta Mercantil (Caderno C - p. 2, 20/08/2008)
Ei-la!
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Jornais devem se inspirar em HQ, diz especialista espanhol
por Gustavo Viana, para a Gazeta Mercantil (Caderno C - p. 2, 20/08/2008)
São Paulo, 20 de Agosto de 2008 - Os jornais precisam usar formas mais criativas de informar os leitores, fugindo do tradicional título-texto-foto, sob o risco de perderem espaço para outras mídias. Essa é a opinião do presidente da Society for News Design - SND (Espanha), Javier Errea, que palestrou sobre "O Design dos jornais hoje e no futuro", durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e que terminou ontem em São Paulo.
Os jornais precisam usar formas mais criativas de informar os leitores, fugindo do tradicional título-texto-foto, sob o risco de perderem espaço para outras mídias. Essa é a opinião do presidente da Society for News Design - SND (Espanha), Javier Errea, que palestrou sobre "O Design dos jornais hoje e no futuro", durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e que terminou ontem em São Paulo.
Para Errea, os periódicos precisam usar narrativas adaptadas ao conteúdo, com diferentes formatos. "Esse modelo (título-texto-foto) não pode ser a única forma de informar, é monótono". O espanhol, que também é diretor da Errea Comunicacíon, defende a tese de que os jornais precisam se aproximar da linguagem das revistas, quadrinhos e até dos livros infantis, por exemplo, e usar ferramentas como jogos, músicas, números, quadrinhos e infográficos. Para ele, esses novos formatos e experiências são aplicáveis também em jornais sérios, como os econômicos. "A credibilidade de um jornal não pode ser abalada por causa da sua criatividade", diz Errea, mostrando uma matéria de um tradicional jornal europeu sobre o Fórum de Davos, na Suíça, toda em formato de quadrinhos. "Porque os jornais só fazem essas experiências nos suplementos especiais? Temos que converter todo o jornal e um suplemento especial", diz Errea.
O executivo ressalta que as mudanças no design devem ser feitas sem prejudicar o conteúdo. "Existe uma gama de recursos que podem ser usados, mas a informação tem que ser boa". Ele discorda da estratégia de alguns jornais de se tornarem mais leves para atrair o público jovem. "Existem livros infanto-juvenis como Harry Potter com 200 páginas e sem fotos. Não é isso que vai atrair os jovens", diz.
Errea, no entanto, aponta alguns exageros, como de um jornal espanhol que mudava a cada dia a posição da sua logomarca para dar lugar às chamadas. "Um dia uma leitora ligou para perguntar se o nome do jornal havia mudado para "Corneados", lembra Errea, em referência a uma chamada no alto da capa do jornal para uma matéria que mostrava pessoas que foram golpeadas durante uma perseguição de touros nas ruas de uma cidade espanhola.
Errea também criticou as novas formas de publicidade empregadas nos jornais, em meio às notícias. "Entramos em uma zona de risco. Com esses novos formatos de publicidade, as vezes não conseguimos distinguir o que é publicidade e o que é informação", diz Errea, citando o uso de publicidade no meio de gráficos e "imagens do dia" nas páginas esportivas de jornais brasileiros.
O presidente da SND comentou também a tendência dos jornais de diminuírem de tamanho. "O jornal de domingo, por exemplo, precisa ter menos páginas. Domingo é dia de passear, ir no futebol, ficar os filhos, se o leitor for ler todo o jornal não terá tempo de fazer tudo isso", diz Errea, que discorda da opinião de que com o crescimento da internet o jornal deve virar uma espécie de reduto para grandes ensaios. "Muitas pessoas, como eu, tem o jornal como principal fonte de informação, então o jornal deve ser um meio de notícias", disse.
As vendas de jornais cresceram 8,1% no País no primeiro semestre do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, reflexo do crescimento da economia e do aumento das vendas de jornais populares. Foram vendidos uma média de 4,39 milhões de exemplares por dia.
Os jornais precisam usar formas mais criativas de informar os leitores, fugindo do tradicional título-texto-foto, sob o risco de perderem espaço para outras mídias. Essa é a opinião do presidente da Society for News Design - SND (Espanha), Javier Errea, que palestrou sobre "O Design dos jornais hoje e no futuro", durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e que terminou ontem em São Paulo.
Para Errea, os periódicos precisam usar narrativas adaptadas ao conteúdo, com diferentes formatos. "Esse modelo (título-texto-foto) não pode ser a única forma de informar, é monótono". O espanhol, que também é diretor da Errea Comunicacíon, defende a tese de que os jornais precisam se aproximar da linguagem das revistas, quadrinhos e até dos livros infantis, por exemplo, e usar ferramentas como jogos, músicas, números, quadrinhos e infográficos. Para ele, esses novos formatos e experiências são aplicáveis também em jornais sérios, como os econômicos. "A credibilidade de um jornal não pode ser abalada por causa da sua criatividade", diz Errea, mostrando uma matéria de um tradicional jornal europeu sobre o Fórum de Davos, na Suíça, toda em formato de quadrinhos. "Porque os jornais só fazem essas experiências nos suplementos especiais? Temos que converter todo o jornal e um suplemento especial", diz Errea.
O executivo ressalta que as mudanças no design devem ser feitas sem prejudicar o conteúdo. "Existe uma gama de recursos que podem ser usados, mas a informação tem que ser boa". Ele discorda da estratégia de alguns jornais de se tornarem mais leves para atrair o público jovem. "Existem livros infanto-juvenis como Harry Potter com 200 páginas e sem fotos. Não é isso que vai atrair os jovens", diz.
Errea, no entanto, aponta alguns exageros, como de um jornal espanhol que mudava a cada dia a posição da sua logomarca para dar lugar às chamadas. "Um dia uma leitora ligou para perguntar se o nome do jornal havia mudado para "Corneados", lembra Errea, em referência a uma chamada no alto da capa do jornal para uma matéria que mostrava pessoas que foram golpeadas durante uma perseguição de touros nas ruas de uma cidade espanhola.
Errea também criticou as novas formas de publicidade empregadas nos jornais, em meio às notícias. "Entramos em uma zona de risco. Com esses novos formatos de publicidade, as vezes não conseguimos distinguir o que é publicidade e o que é informação", diz Errea, citando o uso de publicidade no meio de gráficos e "imagens do dia" nas páginas esportivas de jornais brasileiros.
O presidente da SND comentou também a tendência dos jornais de diminuírem de tamanho. "O jornal de domingo, por exemplo, precisa ter menos páginas. Domingo é dia de passear, ir no futebol, ficar os filhos, se o leitor for ler todo o jornal não terá tempo de fazer tudo isso", diz Errea, que discorda da opinião de que com o crescimento da internet o jornal deve virar uma espécie de reduto para grandes ensaios. "Muitas pessoas, como eu, tem o jornal como principal fonte de informação, então o jornal deve ser um meio de notícias", disse.
As vendas de jornais cresceram 8,1% no País no primeiro semestre do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, reflexo do crescimento da economia e do aumento das vendas de jornais populares. Foram vendidos uma média de 4,39 milhões de exemplares por dia.
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