sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Deu a louca no livro impresso


A matéria de capa da edição de fevereiro da Revista da Cultura é sobre narrativas diferenciadas feitas no suporte tradicional, o livro impresso. Por que estou divulgando neste espaço? Bem, não é só porque a reportagem foi escrita por mim. É que alguns livros citados são de quadrinhos ou usam os quadrinhos na mistura de linguagens.

Confira cutucando aqui.

[O desenho acima é de Marcelo Cipis.]

3 comentários:

Ludmila . disse...

Olá, tudo bem?

Li essa matéria sobre o Hipertexto hoje, confesso que tal assunto me fascina muito. Gostei de saber que no Brasil também tem dado seus passos nesse tipo de literatura.

Senti falta, no entanto, de nomes pioneiros nessa área, como Raymond Queneau, criador do OuLiPo e autor de Cent Mille Milliards de Poèmes, ou de Georges Perec, também membro desse grupo, e autor de A vida modo de usar, publicado em 1978, que assim como Afternoon traz histórias que se entrecruzam e se remetem. Esses são só alguns exemplos de uma literatura hipertextual que já existia antes de 1987. Inclusive, os livros de Calvino que você menciona fazem parte da fase oulipien do escritor, juntamente com As Cidades invisíveis.

Extremely lound and Incredubly close do Foer, já foi traduzida, sim, para o português, o que ainda não foi e acredito que nem será é seu novo livro, o delírio de qualquer apaixonado por essa literatura, Tree of Codes que é inspirado em Rua dos Crocodilos de Bruno Schulz e tem um formato ousado mas ainda similiar ao livreto de poemas do Queneau.

Acho esse assunto extremamente apaixonante, curioso e é muito bacana poder dialogar com alguém que também nutra esse tipo de interesse.

Abraços e parabéns pela matéria.

Augusto Paim disse...

Ludmila, adorei teu comentário no blogue.

Sobre o Queneau, eu não o esqueci não. Na verdade, ele era o nome principal da pauta. Apenas transferi o case dele para uma postagem em particular que ainda sairá no Cultura News.

Quanto aos outros nomes, é muito bom você citá-los. Essa reportagem ficou enorme; mesmo assim, a quantidade de informações existentes sobre esse tema é ainda mais ampla, o que implicou em decisões, ângulos, enfoque, enfim, toda essa coisa jornalística. Seria impossível de qualquer forma citar tudo na reportagem, acabaria ficando um texto meio enciclopédico, que dificilmente seria lido até o fim, então eu quis mesmo era que o texto indicasse um caminho em aberto para quem quisesse explorar mais. Como tu fez.

A ideia era deixar claro que os casos citados eram apenas alguns de vários, não os únicos.

Parabéns pelo conhecimento do tema e obrigado por compartilhar esse conteúdo por aqui.

Abraço.

Paula Mastroberti disse...

Olá, Paim. Li sua matéria na Revista. É um assunto que não só me fascina, como faz parte de minha pesquisa de doutorado. Além disso, também sou uma escritora que trabalha narrativas híbridas há algum tempo. Apenas trabalho para uma área na qual esse jogo é considerado natural: a literatura juvenil. Sobre isso, eu gostaria de acrescentar às suas suposições que, além da influencia recente dos suportes plurimidiáticos na literatura contemporânea, é preciso ressaltar a influencia do livro infantil e juvenil na formação de gerações de escritores (eu inclusive) desde a invenção do livro-brinquedo e dos chapbooks na Inglaterra vitoriana. Não tenho dúvida de que o germe de uma literatura que integra design, efeitos gráficos e imagens, mesmo antes dos quadrinhos está no histórico da produção editorial dirigida à infância (estagio pelo qual todos passamos). Comprovadamente, o livro infantil não só soube explorar, muito antes do adulto, os recursos tecnológicos de impressão desde o século XIX, mas foi também o catalisador principal do desenvolvimento do design de livros e sua exploração estética. Abraço.