segunda-feira, maio 26, 2008

Torres trigêmeas 2

Geralmente evito de comentar o porquê de eu achar geniais alguns trabalhos que publico aqui. O motivo é simples: se é genial, é também óbvio. E se eu explico o trabalho, parece que estou duvidando da sua perspicácia, leitor. Em todo caso, percebo que nem sempre se chega aonde se quer chegar, e uma visão de genialidade pode ser muito diferente da(s) outra(s).

Em outras palavras, registrar a maneira como eu enxergo genialidade no cartum do Santiago, publicado no post anterior, pode não só servir de caminho para uma leitura mais embasada, mas também estimular alguns leitores a dizer: "ah, eu tinha interpretado de outro modo. No meu ponto de vista, isso quer dizer que..."

Por isso digo agora que esse trabalho do Santiago me chama a atenção porque realoca uma idéia bastante conhecida da ilusão de ótica, que é essa questão das duas barras que parecem três, ou vice-versa. Quer dizer, a idéia, por si só, é bastante conhecida, e o princípio que a norteia é aplicável em vários casos, como este das patas do elefante (o link remente a outras ilusões de óticas igualmente interessantes. Vale a pena explorá-las, embora não sejam da mesma natureza do problema das barras). Ou seja, por si só, a ilusão de ótica no cartum do Santiago não justifica a genialidade. O que a justifica, na verdade, é a reapropriação do já conhecido, o uso disso dentro de um contexto histórico, numa ótica que ninguém antes mexeu. No caso, o "11 de setembro".

É o que me motiva a olhar o trabalho do Santiago e dizer: "bah, que sacada!".

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