quarta-feira, outubro 21, 2009

Se Johnny Cash tivesse visto essa...

Coisa boa quando trabalho e diversão se misturam. Mas isso não é fácil de se conseguir, precisa de um grande empenho. Dá trabalho se divertir no trabalho.

Então, não foi fácil sair assim sorridente nesta foto, ao lado da minha namorada Greta Lemos e do quadrinista alemão Reinhard Kleist, em uma balsa para Niterói, no Rio de Janeiro, onde visitaríamos o Museu de Arte Contemporânea do Niemeyer.



O Kleist é gente finíssima, pessoa de uma simplicidade incrível. Nem parece o autor de uma obra vencedora do prêmio de melhor quadrinho alemão de 2008, a biografia em quadrinhos de Johnny Cash. Você já deve estar sabendo, né? Saiu no site da Rolling Stone Brasil...

Aliás, pensamos que era Johnny Cash o topetudo à esquerda na foto abaixo, tirada na festa de pré-lançamento do livro no Cine Lapa, na College Rock Party, no Rio de Janeiro.

Na verdade, ele é Erik Judson, autor e personagem das histórias em quadrinhos "Rocker", publicadas na revista Jukebox e na Mosh!, esta última já fora de circulação. Renato Lima, de amarelo na foto abaixo, quadrinista, editor e organizador da festa, foi o responsável por todo esse gostoso fuzuê em torno do Kleist no Rio de Janeiro. A moça da foto é Clara Polainas, DJ da festa.


Já o de vermelho é Maurício Garcia, vulgo "Mauk", músico, fã de Johnny Cash. Mauk ia tocar no pré-lançamento sábado à tarde em uma livraria carioca, com repertório especial e gentilmente preparado para o evento. Como a editora não enviou os livros, teve que ser cancelado.

Mas Mauk não se fez de rogado e foi ao Cine Lapa, onde ostentou a sua tatuagem com o tema Johnny Cash, mostrando que é fã mesmo:


Como diria Renato Lima, foi SEN-SA-CI-O-NAL! Mais de 350 pessoas foram à festa num dia em que choveu água e helicóptero no Rio... (seria cômico, se não fosse trágico)

Isso foi no sábado, dia 17. À meia-noite começou o horário de verão. No domingo, perdemos uma hora de vida no Rio e fomos para uma Porto Alegre ensolarada, o que serve de consolo.

Na segunda-feira, 19h, o evento que organizei com extremo empenho junto ao Instituto Goethe de Porto Alegre durante meses. Abaixo, fotos dos momentos antes de começar a entrevista sobre "quadrinhos de não-ficção: uma maneira de transmitir um conteúdo para o leitor".




Sei que essas fotos só tem interesse pros envolvidos mesmo, mas o blog é meu, eu tô feliz, e quero me exibir!

Eis fotos da entrevista, com imagens de livros do Kleist ao fundo.



Kleist havia preparado uma surpresa para o final. Ele quadrinizou a música "Hung my head", que foi interpretada por Cash no disco "American IV". Esses desenhos não estão no livro. Colocamos o som a tocar simultaneamente com as imagens, e essa se tornou a apoteose do evento.


No fim, sessão de autógrafos do livro, ou sessão de desenhos, como mostra a foto abaixo, onde Kleist pacientemente desenha Johnny Cash no livro de cada leitor...


O dia seguinte reservou uma oficina fechada para quadrinistas, onde Kleist explicou seu processo realizando projetos de não-ficção em quadrinhos, da pesquisa ao desenho final, passando pelo roteiro e pelos rascunhos. Foi algo de conteúdo MESMO! E colocado de maneira leve, por alguém que sabe lidar com as palavras. Os participantes elogiaram bastante.

Bem, no fim do dia, Kleist vôou de volta para a Alemanha e deixou aquele vazio no ar, aquele vazio que fica depois de cada transformação. Fica a certeza de que sua passagem por aqui não foi inócua, muito pelo contrário: ele foi embora, mas nos deixou muita coisa.

Tomara que ele venha gerar transformações aqui outras vezes!

***

Ps.: as fotos do evento em Porto Alegre são de Saul Lemos.

5 comentários:

Marcel Ibaldo disse...

Putz!!!
Isso que é programa nerd!!!
Muitíssimo massa.
Oportunidade única de conhecer um verdadeiro artista da área quadrinhística.
Parabéns, cara.

Leonardo disse...

Dae meu velho,

Toda a tua ansiedade das semanas anteriores à chagada do Kleist foi recompensada, hein! Que massa, cara. Pelo post deu pra ver que foi ótimo o evento - e ainda tu viajou pro Rio, que beleza!
Parabéns por tudo, tche. E que venham mais dessas pra ti, porque essa felicidade transbordante no post é contagiante.

abraço!

Robertson Frizero disse...

Augusto, "Como a editora não enviou os livros, teve que ser cancelado" não é uma versão apropriada dos fatos - a livraria carioca que faria o pré-lançamento não entrou em acordo de aquisição dos livros com a editora - queriam comprar livros sem nota fiscal, lembra? - e, além disso, como bem sabes, os livros só ficaram prontos na sexta-feira que antecedeu o lançamento oficial, o que inviabilizou o envio para o Rio de qualquer modo.

Mas, enfim, isso não foi impeditivo para que o livro tivesse uma boa arrancada de vendas em Porto Alegre e muitas encomendas Brasil afora. A imprensa é só elogios à qualidade do trabalho do Kleist e da edição.

E concordo: Kleist é surpreendentemente humilde para alguém tão talentoso e premiado. Foi um prazer tê-lo conhecido, apesar da pouca convivência. Mas, enfim, com os próximos lançamentos dele no Brasil, é bem possível que os contatos se renovem.

Renato Lima disse...

foi DEMAIS!!

e os livros já chegaram aqui para o sorteio na próxima festa!

OBRIGADO, AUGUSTO!!

keep on rockin!

Anderson Ribeiro disse...

"Mas, enfim, com os próximos lançamentos dele no Brasil, é bem possível que os contatos se renovem."... Isso quer dizer que você já tem trabalhos encomendados para traduzir? hehehehe. Uhuuuuuuuuuu. Da´-lhe chapa! como você diz.