quinta-feira, novembro 22, 2007

ArTorpedo, Calíope, cabruuum e Mascando Clichê: 2 anos juntos!

No ano passado, dia 29 de novembro, o meu amigo Léo Lopes, bloguista do Mascando Clichê, escreveu aqui no cabruuum um texto que ironicamente é até hoje o melhor post deste humilde blog. Tudo mérito do Léo, não estou me autodepreciando não. Pois há vários posts aqui que eu considero memoráveis (inclusive o pioneiro, nunca é demais recordar, pois cortou as fitinhas do blog, inaugurando o vôo com balões onomatopéicos).

O primoroso texto do Léo foi em comemoração ao primeiro ano do cabruuum, do ArTorpedo, do Calíope e do Mascando Clichê, blogs irmãos por criação, pois surgiram juntos como atividade final do programa Rumos Itaú Cultural de Jornalismo Cultural, no fim de 2005. Ano passado, a comemoração do aniversário foi feita assim: eu escrevi no blog da Elisa, que escreveu no blog do Anderson, que escreveu no blog do Léo, que escreveu aqui.

Bem, você obviamente já reparou que agora estamos no fim de 2007... Dois anos de blogs, portanto! Desta vez, a dinâmica da comemoração vai ser um pouco diferente: eu escolhi aquele que considero o melhor post do ArTorpedo e vou publicar aqui; o Anderson, vice-versamente o fará com um post deste humilde blog (pelo jeito vai ser o texto do Léo, não?); e a Elisa e o Léo farão o mesmo, entre si.

De modo que aqui vai o melhor post do ArTorpedo, no meu ver. O post que trouxe ao meu conhecimento um conceito novo, que definiu intelectualmente aquilo que eu vagabundamente considerava apenas como "o ato de sapiar". Hoje, tomando chimarrão em frente ao computador, sapiando por essa internet adentro, já sei que não estou apenas vagabundeando por aí, nem mesmo flanando ao léu: estou eu CIBERFLANANDO!

E é, penso, graças a ciber-flâneries como você, leitor, que eu, Elisa, Léo e Anderson estamos aí já há dois anos. Obrigado a você e parabéns a todos nós! Que logo estejamos pensando na comemoração do terceiro ano!!!

Ps.: não deixe de visitar os outros blogs!

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A vagabundagem iniciática do Ciber-flânerie

Texto publicado originalmente no blog ArTorpedo, no dia 25/10/2006.

E assim vivem os poetas-vagabundos a vagar pelas ruas de Paris, Veneza, São Paulo. Não importa o lugar, eles transformam a cidade a partir de seu olhar. Baudelaire eternizou o flâneur, essa figura que anda ocioso, gratuito e errante, sem a pressa dos que se preocupam com o relógio. Ele é quem faz seu tempo, e o espaço é refeito no seu eterno caminhar.

Assim, olhar/ler e andar/escrever formam o movimento duplo da flânerie, que Mafesoli chamou de “vagabundagem iniciática daqueles que se perdem nas malhas urbanas, pois não é apenas errância por lugares instituídos, mas também produção de sentido”, disse. O flâneur recria o ambiente urbano, tornando-o mais agradável para se viver.

No mundo digital não é diferente. André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, criou o Ciber-flâneur a partir do flâneur de Baudelaire. Assim como o errante urbano, ele mergulha no cibermundo perdendo-se na rede, clicando e deixando-se levar a outros e mais outros espaços, extraindo materiais para escrever, tendo como base as impressões de sua viagem.

“O Ciber-flânerie é flânerie por espaços relacionais criados por estruturas de informação eletrônica como sites, homepages, portais e documentos, sob forma de interatividade digital com interfaces gráficas e informações binárias, a exemplo de textos, sons, imagens fixas e animadas. O Ciber-flânerie deixa suas impressões nos portais e variados sites”, explica.

Para Lemos, o cibernauta é exemplo de flânerie contemporânea. Não se sabe onde pode chegar quando o Ciber-flâneur busca a imersão. A cada link se aporta a novos espaços digitais. A partir desse simples gesto, vai deixando sua marca pelo caminho, apropriando-se silenciosamente dos espaços, deslocando-se e escrevendo pequenas histórias. “Não é à-toa que somos ‘caçados’ pelas impressões eletrônicas que deixamos na Rede”, afirma.

Esse deslocamento é possibilitado pelo hipertexto que organiza a informação digital através das conexões da noosfera, permitindo a exploração de leitura-navegação e o deixar-levar não-linear. Lemos diz que “longe de ser apenas um novo suporte técnico para a informação, com os hipertextos o que está em jogo é toda uma outra forma de conceber a produção e apreensão da informação e do conhecimento, especialmente a partir dos links, ao mesmo tempo que é uma reconfiguração, dinâmica e inacabada do espaço”.

Imagine que o ciberespaço seja agora os muros das cidades que contam historietas de fúria e amor; as escrivaninhas que abrigam cartas e rascunhos de poemas; mesas de bar que ouve as lamúrias e casos bem e mal sucedidos; a sacada do café em que se pode observar o ambiente e o movimento da cidade que não pára. “Navegar no ciberespaço é andar num labirinto onde escritor e leitor se confundem, aventureiro e conformistas convivem lado a lado”, diz Lemos.

Para o cronista carioca do início do século XX, João do Rio, “é preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidade malsã e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar”. Dessa forma pode-se recriar o ciberespaço como quis Pierre Lévy, tornando-o um lugar que se constrói coletivamente, numa experiência cotidiana sem privações e isolamentos.

8 comentários:

Anônimo disse...

ehhhhhhhhh!!!! :-DDD

Anônimo disse...

Augusto, valeu por estar sempre próximo e ser sempre um contribuidor geral - desde várias boas opinião até as correções textuais que você sempre está disposto a fazer! Elisa, sem palavras para agradecer! Muito obrigado mesmo. E muito obrigado também por trazer para nós - seus leitores - tanta coisa boa de se ler. A vocês dois e ao Anderson também, só posso dizer que foi um presente enorme ter conhecidos vocês e ter compartilhado tanta coisa boa! E esses mais de 700 dias de blog! Obrigado por tudo. Tomara que um dia a gente tenha a oportunidade de trabalhar juntos, fisicamente!

Anônimo disse...

Por que não desconfiei que o texto era esse? hehehehehehe

Anônimo disse...

Como não se emocionar apagando as velinhas, como? Começamos todos estudantes e escrevemos hoje jornalistas. Parabéns a todos. Leo, meu precioso irmão (que dói em meu peito a sua dor mais leve); Elisa, um (a)Buzzo de delicadeza e poesia e; Augusto Paim, a quem abri meus braços, minha casa, minha vida. Meu amigo do pretérito futuro mais que perfeito. A todos um imenso, enorme, exagerado... obrigado. Beijos.

Anônimo disse...

Rumaria querida... mal posso esperar para encontrar todos pessoalmente em dezembro! Há muito o que comemorar, muito o que brindar e cumprimentar e matar saudades ...
vai ser maravilhoso e estou contando os minutos!
beijíssimos e parabéns a todos
Babi

Unknown disse...

Coisa linda partilhar como leitora da sabedoria de vocês, meus queridos. Beijos enormes de saudade e ansiedade em revê-los.

Leonardo disse...

Como dizia para Augusto no msn,
é legal essa iniciativa de vcs. Cria-se uma rede de blogs informalmente, o que quase sempre é bom, embora seja melhor ainda uma rede formal.
Parabéns para vcs todos!

Anônimo disse...

Augusto Paim, queria dizer que gostei muito do seu blog também. Leio sempre o mascando chicle e agora serei seu leitor também. Parabens a todos!