sábado, maio 16, 2009

Risco na internet

Repassando release...


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Edição de Risco está na internet

A coletânea de cartuns, charges, quadrinhos, caricaturas e ilustrações editada pela GRAFAR - Grafistas Associados do Rio Grande do Sul, EDIÇÃO DE RISCO, indicada para Melhor Publicação de Cartuns e Melhor Publicação de Charges no Troféu HQ Mix 2007, está disponível a partir de hoje para download no site www.vagaodohumor.com .

A GRAFAR, em parceria com o site Vagão do Humor, disponibiliza o livro EDIÇÃO DE RISCO para todos aqueles que queiram conhecer um pouco do trabalho e da diversidade dos artistas gráficos gaúchos.

A EDIÇÃO DE RISCO surgiu no final de 2005 através do grupo de discussões via internet da GRAFAR, com a proposta de se fazer uma publicação independente em homenagem aos 30 anos do primeiro livro coletânea de cartuns do Rio Grande do Sul, o QI 14, editado em 1975 que contou com a participação de Armando Coelho Borges, Batsow, Canini, Edgar Vasques, Edson, Fraga, Juska, Luis Fernando Veríssimo, Pacheco, Rekern, Ronaldo, Santiago, Tarso e Torquato Ssó.

Editorado por Leandro Bierhals (Hals) e Eugênio Neves, respectivamente presidente e secretário da GRAFAR, a EDIÇÃO DE RISCO conta com a participação de 33 artistas, numa gigante lista formada por Alisson Affonso, Bendati, Bier, Byrata, Cristiano Ribeiro, Donga, Edu, Eugênio Neves, Gabriel Renner, Gelson Mallorca, Gilmar Fraga, Guazzelli, Hals, Juska, Kayser, Koostella, Lancast Mota, Leandro Dóro, Lila Mota, Luciano Canteiro, Mateus Figueiró, Máucio, Max Ziemer, Moa, Pedro Alice, Ricardo Machado, Rodnério, Ronaldo Cunha Dias, Schroder, Tacho, Tatiana Tesch e Wagner Passos.

Lançada em 2006 no 2° Espraiar do Cartum Gaúcho na Praia do Cassino em Rio Grande, a EDIÇÃO DE RISCO seguiu depois para uma série de lançamentos que aconteceram em Porto Alegre, Arroio Grande, Passo Fundo, Santa Maria, São Paulo, Rio de Janeiro e em Stuttgart na Alemanha.

A proposta de disponibilizar o livro EDIÇÃO DE RISCO via internet é de tornar acessível para todos, em todas as partes do mundo, num número ilimitado de cópias, esta publicação que entra para a história das artes gráficas, como mais uma iniciativa de organização coletiva da arte e do humor do Rio Grande do Sul.

Download do Livro Edição de Risco: www.vagaodohumor.com

quinta-feira, maio 14, 2009

Mawil

No comecinho de março encontrei o quadrinista alemão Mawil em Berlin. Esta é uma história que ainda vou contar por aqui. Interessante agora é dizer que faz um bom tempo que sou fã do trabalho dele. Acho que você já sabia...

Como um teaser de algo que ainda vou escrever (não sei quando), linco uma história em quadrinhos do Mawil, que ele autorizou pôr no cabruuum. Cutuque aqui! É em alemão, mas vale a pena no mínimo ver os desenhos.

No mais, todo o site do autor é recomendabilíssimo. Veja!

Jornais devem se inspirar em HQ, diz especialista espanhol

Segue notícia encaminhada por Leandro Dóro, quadrinista gaúcho e membro do grupo de discussões sobre Jornalismo em Quadrinhos. O Dóro me comentava terça-feira sobre uma recomendação internacional para o uso de reportagem em quadrinhos como alternativa contra a suposta morte dos jornais impressos.

Ei-la!

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Jornais devem se inspirar em HQ, diz especialista espanhol

por Gustavo Viana, para a Gazeta Mercantil (Caderno C - p. 2, 20/08/2008)


São Paulo, 20 de Agosto de 2008 - Os jornais precisam usar formas mais criativas de informar os leitores, fugindo do tradicional título-texto-foto, sob o risco de perderem espaço para outras mídias. Essa é a opinião do presidente da Society for News Design - SND (Espanha), Javier Errea, que palestrou sobre "O Design dos jornais hoje e no futuro", durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e que terminou ontem em São Paulo.

Os jornais precisam usar formas mais criativas de informar os leitores, fugindo do tradicional título-texto-foto, sob o risco de perderem espaço para outras mídias. Essa é a opinião do presidente da Society for News Design - SND (Espanha), Javier Errea, que palestrou sobre "O Design dos jornais hoje e no futuro", durante o 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e que terminou ontem em São Paulo.

Para Errea, os periódicos precisam usar narrativas adaptadas ao conteúdo, com diferentes formatos. "Esse modelo (título-texto-foto) não pode ser a única forma de informar, é monótono".
O espanhol, que também é diretor da Errea Comunicacíon, defende a tese de que os jornais precisam se aproximar da linguagem das revistas, quadrinhos e até dos livros infantis, por exemplo, e usar ferramentas como jogos, músicas, números, quadrinhos e infográficos. Para ele, esses novos formatos e experiências são aplicáveis também em jornais sérios, como os econômicos. "A credibilidade de um jornal não pode ser abalada por causa da sua criatividade", diz Errea, mostrando uma matéria de um tradicional jornal europeu sobre o Fórum de Davos, na Suíça, toda em formato de quadrinhos. "Porque os jornais só fazem essas experiências nos suplementos especiais? Temos que converter todo o jornal e um suplemento especial", diz Errea.

O executivo ressalta que as mudanças no design devem ser feitas sem prejudicar o conteúdo. "Existe uma gama de recursos que podem ser usados, mas a informação tem que ser boa". Ele discorda da estratégia de alguns jornais de se tornarem mais leves para atrair o público jovem. "Existem livros infanto-juvenis como Harry Potter com 200 páginas e sem fotos. Não é isso que vai atrair os jovens", diz.

Errea, no entanto, aponta alguns exageros, como de um jornal espanhol que mudava a cada dia a posição da sua logomarca para dar lugar às chamadas. "Um dia uma leitora ligou para perguntar se o nome do jornal havia mudado para "Corneados", lembra Errea, em referência a uma chamada no alto da capa do jornal para uma matéria que mostrava pessoas que foram golpeadas durante uma perseguição de touros nas ruas de uma cidade espanhola.

Errea também criticou as novas formas de publicidade empregadas nos jornais, em meio às notícias. "Entramos em uma zona de risco. Com esses novos formatos de publicidade, as vezes não conseguimos distinguir o que é publicidade e o que é informação", diz Errea, citando o uso de publicidade no meio de gráficos e "imagens do dia" nas páginas esportivas de jornais brasileiros.

O presidente da SND comentou também a tendência dos jornais de diminuírem de tamanho. "O jornal de domingo, por exemplo, precisa ter menos páginas. Domingo é dia de passear, ir no futebol, ficar os filhos, se o leitor for ler todo o jornal não terá tempo de fazer tudo isso", diz Errea, que discorda da opinião de que com o crescimento da internet o jornal deve virar uma espécie de reduto para grandes ensaios. "Muitas pessoas, como eu, tem o jornal como principal fonte de informação, então o jornal deve ser um meio de notícias", disse.

As vendas de jornais cresceram 8,1% no País no primeiro semestre do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, reflexo do crescimento da economia e do aumento das vendas de jornais populares. Foram vendidos uma média de 4,39 milhões de exemplares por dia.

segunda-feira, maio 11, 2009

Grupo de Jornalismo em Quadrinhos

Decidi criar um grupo de discussão sobre o tema Jornalismo em Quadrinhos. A idéia é incentivar pessoas interessadas nesse gênero jornalístico-quadrinístico a construir conhecimentos coletivamente, via colaboração.

Para os realmente interessados, a descrição dos objetivos é esta:

"Eis um espaço para discussão e troca a partir do Jornalismo em Quadrinhos, entendido aqui como um gênero jornalístico recente que necessita de estudos e práticas. Essas trocas podem ser de vários níveis, como:

1) discussão sobre a linguagem dos quadrinhos aplicada ao jornalismo

2) discussão sobre o Jornalismo em Quadrinhos e sua inserção no campo do jornalismo (temas como 'ética', 'engajamento', etc)

3) discussão sobre a história do Jornalismo em Quadrinhos

4) partilha de conhecimentos, tanto acadêmicos quanto informativos

5) partilha de publicações (artigos, reportagens, etc)

6) muita ludicidade. Afinal, embora esse não seja um grupo de lazer, somos pessoas ligadas ao menos por um interesse em comum.

A idéia, portanto, é discutir Jornalismo em Quadrinhos, e essa discussão pode (ou deve, eu diria) ocorrer multidisciplinarmente. O importante apenas é o Jornalismo em Quadrinhos seguir sempre sendo o foco do grupo.

No mais, sejamos bem-vindos!"

Se você segue interessado depois de ler tudo isso que pus entre aspas aí em cima, cutuque aqui para entrar no grupo.

Para o Dia das Mães

Esta saiu ontem no blog da Grafar:

Referências do obra e do lugar original de publicação você encontra aqui.

sexta-feira, maio 08, 2009

Quadrinhos "alemães" feitos em Porto Alegre

O Marko Ajdaric, do Neorama dos Quadrinhos, disse para eu olhar o site da artista Ana Luiza Koehler. Digo para você fazer o mesmo.

Entre obras de um portfólio incluindo ilustrações para livros alemães (a Ana mesmo fala alemão), encontram-se quadrinhos bastante recomendáveis. Bem, isso tudo está lá no site. Não perca mais tempo aqui. Vá lá olhar!

quinta-feira, maio 07, 2009

Para usar em aula de química

Decorar a tabela periódica sempre foi uma das tarefas mais difíceis da escola, talvez até mais do que decorar a tabuada (relativizando, claro, o grau de dificuldade em relação à idade do aluno). Mas os super-heróis estão aí pra ajudar os fracos e oprimidos, então fica mais fácil.

Eis uma tabela periódica de super-heróis:


Detalhes sobre a tabela (além dela ampliada) você tem cutucando aqui!

quarta-feira, abril 29, 2009

Você já leu os mangás dum tal de Shakespeare?


Foi o companheiro Beto Frizero, do Locutório, quem descobriu essa: a loja online do Shakespeare's Globe Theater vende versões em mangá da obra do dramaturgo ingl... enfim, você sabe quem é Shakespeare!

Veja aqui as tais versões!

terça-feira, abril 28, 2009

Os quadrinhos contemporâneos

Saiu texto meu sobre quadrinhos na edição online da revista Continuum, do Itaú Cultural. Começa assim:

"Os quadrinhos contemporâneos
Rafael Sica, Mawil e revista Graffiti são exemplos de como a arte contemporânea se manifesta nos quadrinhos."

Se o tema interessar e você quiser ler a resenha, cutuque aqui.

segunda-feira, abril 27, 2009

Absolutamente nada a ver com quadrinhos!

Pra esse post, não vou tentar achar gancho nem nada. Simplesmente vi algo legal e decidi postar. Não tem nada a ver com quadrinhos.

É que eu zapeava a tevê e dei de cara com o clipe duma música no programa Vila Sésamo, na TV Cultura. A canção é linda e por isso decidi postá-la:

Só Eu Sou Eu
(Arthur Nestrovski, Marcelo Jeneci)

Tem muita gente

Muito linda
Nessa terra
Nas minhas contas
São oito bilhões
Mais eu

Tem Ronaldinhos
E Rainhas Da Inglaterra
Mas nada disso
Muda que
Só eu sou eu

Só eu sou eu
Só eu sou eu
Além de mim
Não tem ninguém
Que seja eu

Vem cá, menina
Vem brincar comigo
Que outra criatura igual
Jamais nasceu
Vem cá, garota
Vamos lá, juntinhos
Ainda bem que a gente é
Você e eu

Você e eu
Você e eu
E cada um
É cada um
E cada eu

quinta-feira, abril 23, 2009

A Malu Magalhães dos quadrinhos

Fiquei com inveja do último post do Paulo Ramos. Não é ele o pai, mas foi ele quem lançou o João Montanaro ao mundo, falando sobre ele no Blog dos Quadrinhos. Cutuque aqui para ver.

O menino, ao que parece, já era conhecido, mesmo tendo apenas 12 anos. Eu, porém, fui um dos últimos a saber.

Eis o blog do guri, para você entender porque esse auê em cima dele.

Faz lembrar a Malu Magalhães. É preciso dizer, porém, que deve haver uma boa estrutura familiar por trás para lidar com essa fama precoce que, todo mundo sabe, traz seus problemas. O João ao que parece, porém, está bem encaminhado.

Sucesso e parabéns pelo trabalho, menino!

sábado, abril 18, 2009

Alemanha em espanhol

Esta quem cordialmente me mandou foi o Marko Ajdaric, do Neorama dos Quadrinhos.

Para você se interessar, precisa cumprir dois requisitos:

1) ler em espanhol.
2) ter interesse em coisas da Alemanha, principalmente quadrinhos.

Se você os cumpre, cutuque aqui!

Tudo muito confuso...

Este é um blog sobre quadrinhos, não de música. Mas quando um quadrinista faz um trabalho musical, acho que ele pode ser pauta neste blog, não? Ou merece a citação apenas um músico que faz um trabalho envolvendo quadrinhos?

Olha, não sei não, mas na dúvida decido lincar. Eis a pauta a que me refiro!

domingo, abril 12, 2009

Intervenção quadrinística em Porto Alegre


O post anterior, apesar de pequeno, é altamente recomendável, não deixe de lê-lo. Mas a vida é como um blog, tem-se que ir pra frente, e por isso faço nova postagem, diminuindo a importância da anterior.

Hoje o post é sobre uma iniciativa muito interessante feita pelo quadrinista autodenominado Lehgau-Z-Qarvalho. Veja o blog dele cutucando aqui. Ele mora em Porto Alegre e teve a idéia de fazer uma espécie de intervenção urbana quadrinística, largando envelopes com a HQ "Lori-Val e Suru-Jel" por cantos e recantos da capital gaúcha. Quem acha as obras é convidado a visitar o blog do projeto e divulgar o achado. Cutuque no link amarelo que recém coloquei para chegar lá e ter mais informações.

No mais, talvez você não tenha sorte de encontrar o tal envelope na rua. Talvez nem more em Porto Alegre. Ou pode até achar que tenha antraz e deixar de lado. Então, como não há perigo de infecção pela internet, publico aqui o quadrinho, enviado pelo autor:


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Um adendo dado pelo próprio autor ao ler este post: "Só há uma questão: os envelopes já extrapolaram Porto Alegre. Estão sendo distribuídos em Curitiba, Gramado, Canela e Japão; e embarcam logo mais (às 19 horas) para a Flórida (minha irmã mora lá e está levando uma série que eu fiz especialmente para ela!). Envio também, ainda esta semana, para a Grécia (onde tenho uma amiga, aqui de Porto Alegre, que está lá a trabalho), para São Paulo (um pedido de distribuição de uma amiga virtual), e em Caxias do Sul, onde fui convidado a participar de uma evento relacionado aos quadrinhos, no dia 25 de abril."

sábado, abril 11, 2009

Quadrinhos na Alemanha

Que interessante! Estou às vésperas de voltar ao Brasil e me encucava com não ter cumprido meu projeto de apresentar organizadamente no cabruuum um pouco dos quadrinhos alemães. Aí, procurando links para uma reportagem que em breve lincarei aqui, dei de cara com isto.

Eu gastaria energia e não faria um trabalho tão completo...

Dica

O quadrinista André Diniz mantém o espaço online Nona Arte, recomendável para quem está de olho no uso pedagógico dos quadrinhos.

terça-feira, abril 07, 2009

domingo, abril 05, 2009

Eva oriental


Esse maravilhoso trabalho, de autoria do iraniano Hamid Barhami, eu descobri visitando o blog da Grafar. Recomendabilíssimo, aliás!

Dom Quixote no sertão baiano


A obra acima foi feita por Bira Dantas em homenagem às mil tiras da Turma do Xaxado, trabalho quadrinístico-pedagógico muito premiado de Antônio Cedraz.

Bira Dantas recentemente adaptou Dom Quixote para a linguagem das HQs, daí se explica o mote.

quinta-feira, abril 02, 2009

Mobilização pode funcionar neste país

Acabo de receber notícia do Beto Frizero, do Locutório:

"Augusto, uma nota rápida para o CABRUUUM: através do site MobieMobz - no qual espectadores se unem para pedir reapresentações de filmes que saíram de cartaz -, os portoalegrenses conseguiram uma exibição extra de 'Persépolis', o filme dirigido pela autora da própria HQ. Legal isso, não? Abração, Beto."

O email de confirmação da empresa veio abaixo:

"Olá,
Sua mobilização foi um sucesso e será a próxima sessão da MovieMobz!
É com grande prazer que confirmamos a sessão do filme Persépolis no cinema Unibanco Arteplex POA.
Confira os detalhes:
Local: Unibanco Arteplex POA - Shopp. Bourbon - Rua Túlio de Rose, 80, 2.º piso - salão 301/B - Passo da Areia - Porto Alegre
Dia: 7 de abril, terça-feira
Horário: 21h50
Valor do ingresso inteiro: R$ 6,00
Lembramos que a sessão é aberta. Convide seus amigos! Clique aqui para ver a programação completa da semana.
Atenciosamente,
- Equipe MovieMobz"

sexta-feira, março 27, 2009

HQs e a cultura do download

O blog Baixa Cultura postou uma série de quadrinhos sobre o tema "free download" (ou, se você estiver vendo do outro lado, "pirataria"). Cutuque aqui!

quarta-feira, março 25, 2009

Recomendação interna

O leitor Linus Giovanni deixou um comentário muito cheio de vida no post sobre o filme "Watchmen". Tentei achar os contatos do autor para agradecer pessoalmente, mas não consegui. De qualquer forma, recomendo que você vá lá e olhe. É um exemplo de como se pode fazer crítica a uma obra de arte de maneira vívida e inter-relacionada, cheia de outras histórias por trás.

sexta-feira, março 20, 2009

Obama nas alturas


"Obama vira personagem erótico em gibi japonês

da Folha Online

A revista japonesa de quadrinhos eróticos 'Kairakuten' decidiu causar polêmica ao colocar o presidente americano Barack Obama em sua edição de abril de 2009. [...]"

sábado, março 14, 2009

A man who didn't watch "Watchmen"


Não li "Watchmen", não assisti "Watchmen". Digo isso com sinceridade, pois não quero que você fique com uma falsa impressão deste blog. Não é bom para o nosso relacionamento.

Não li e não vi, mas sei que devo ler e ver. A hora certa chegará. Preciso dizer, porém, que não sou um work-a-holic dos quadrinhos. Leio com calma, divulgo com calma, me interesso com calma.

Ainda bem que os colaboradores (leia-se "gente que envia texto sem esperar receber nada ($$) em troca") preenchem essa lacuna que deixo faltando. Hoje quem me salva é Danilo Kossoski, que já colaborou com o cabruuum. O Danilo escreve sobre suas impressões ao assistir e ler Watchmen. Como contraponto, veja também o comentário de Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos, sobre o filme, cutucando aqui.

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Watchmen: o filme e a HQ

por Danilo Kossoski*

Poucas coisas me atraem mais do que o cinema. É verdade que a pipoca é caríssima, o atendimento nos guichês é péssimo. As crianças ficam gritando durante a sessão. E os adultos não desligam o celular, e atendem no meio do filme, dizendo “não posso falar agora, estou no cinema...”, e seguem falando por pelo menos um minuto.

Apesar de tudo isso, ainda é possivel ficar satisfeito quando a gente termina de assistir a um filme, com a certeza de ter visto o lançamento de uma excelente produção.

E, felizmente, ainda existem excelentes produções. Ultimamente a sétima arte tem buscado inspiração nos quadrinhos, e alguns resultados têm sido muito bons. Foi assim com o Batman em seus últimos dois filmes. E agora o filme Watchmen consegue, novamente, a façanha de realizar uma brilhante adaptação.


Quando soube que Watchmen estava para chegar aos cinemas, e que era a baseado em uma HQ (ou graphic novel), perguntei a mim mesmo: Watchmen? Eu nunca tinha ouvido falar. Ainda bem que sempre é tempo para uma atualização.

Uma rápida busca na internet ofereceu razoável gama de informações. Entre elas encontrei um site [que parece estar com problemas técnicos agora] de onde foi possível fazer download dos 12 capítulos da História em Quadrinhos Watchmen. E a leitura do primeiro capítulo me fez perceber o óbvio... eu precisava ler todos.

Watchmen é uma HQ fascinante, repleta de detalhes nos traços e no enredo. Ao aliar a ficção com fatos e personagens históricos, a trama convence o leitor, quase como se a leitura fosse demonstrar o futuro do próprio espectador. Mas não é fácil descrever as sensações que a HQ desperta. Basta dizer que a leitura da história até o capítulo 10 me fez desejar ver o filme, mais do que já desejei ver qualquer outra adaptação para o cinema.

Isso motivou grande receio, também. Quando a expectativa é muito grande, a tendência à decepção é proporcional. Mas então assisti ao trailer no Youtube, li algumas matérias a respeito, e estava convencido de que o filme seria uma experiência única. Felizmente, não me enganei.

O filme Watchmen consegue reproduzir cenas idênticas às encontradas na HQ. Os personagens são, a maioria, muito parecidos com os encontrados nas páginas de quadrinhos. E até a voz deles, se considerarmos os recursos empregados no uso de balões na HQ, estão de acordo com o esperado.


A primeira metade do filme pode provocar arrepios àqueles que, como eu, acabaram de ler a HQ feita na década de 1980. É como experimentar uma seqüência de déjà vus, apesar de saber que eles virão.

A magia de qualquer boa história em quadrinhos está no fato de, entre um quadro e outro, o leitor criar mentalmente o movimento dos personagens. Já me aconteceu de ler um gibi do Pato Donald, por exemplo, e depois não lembrar se a história era de uma HQ ou de um desenho animado, tal é o processo que nosso cérebro é capaz de desenvolver.

Mas foi a primeira vez que experimentei isso diante de um filme. Lembrando agora das cenas, não sei distinguir quais vi no filme e quais li nos quadrinhos. Os atores foram escolhidos a dedo, com feições que remetem aos personagens originais. O mesmo acontece com os trajes dos heróis mascarados, os diálogos, as expressões faciais, e os cenários. O quarto, o porão, a banca de revistas, a escadaria, a calçada, a porta... Tudo no filme parece seguir a HQ. Até mesmo a transição entre um capítulo e outro pode ser reconhecido no filme, apesar de não estar evidente para alguém que não leu a HQ.


Claro, como disse, essa é a primeira parte de um filme de 166 minutos. Na seqüência, o roteiro toma algumas liberdades que criam um princípio de desconforto no espectador atento.

O personagem Roschach é ameaçado por um sujeito com uma serra elétrica, quando no original ele é ameaçado por um cara segurando um maçarico. É o sinal que demonstra que uma guinada está para acontecer no filme. Uma das personagens diz “confie em mim”. Pelo amor de Deus! Deveria haver uma legislação que proibisse o uso de um clichê como esses.


Entretanto, as comparações divergentes terminaram minutos depois, porque eu havia tomado o cuidado de ler apenas 10 dos 12 capítulos da HQ. Desse modo, fui ao cinema ainda sem a certeza de qual seria o final.

Se o desfecho me pareceu deprimente, por um lado; por outro, refletindo sobre a história toda, reconheci que fazia todo o sentido, e deixei a sala de cinema satisfeito. Me perguntava se o final da HQ seria mesmo aquele e, no dia seguinte, matei minha curiosidade, lendo os dois capítulos que faltavam.

O final do filme tem uma variação, sim, mas não compromete o aspecto geral da obra. A mensagem de esperança, de que a verdade nunca morre totalmente, está presente em ambas as produções. E o destino dos personagens principais também não muda.

Um aspecto negativo do filme talvez seja a impossibilidade de trazer as analogias e metáforas presentes na HQ. Mesmo sendo um filme considerado de longa duração, não traz nenhum item adicional aos quadrinhos. Faz alterações, mas não soma novidades. E a maioria das mudanças é meio que sem propósito, a não ser a explicação final, que pareceu ter o objetivo de simplificar um trecho de maior complexidade da HQ.


Mas, de maneira geral, é preciso reconhecer o mérito da produção, que na maior parte do tempo é fiel à histórica série dos quadrinhos, e que serve como celebração a uma obra inteligente como é a HQ Watchmen – cujos créditos vão para Alan Moore (argumento) e Dave Gibbons (arte).
Ainda dá tempo de assistir no cinema. Mas, se for possível, a leitura prévia da HQ é altamente recomendada ao espectador, que terá a chance de reconhecer no filme algumas “informações bônus” que só podem ser notadas pelos leitores. Além de facilitar a compreensão do início da história.

*O autor é jornalista e cartunista

quinta-feira, março 12, 2009

Mais Crumb

Cada post do blog do Nirso é uma preciosidade rara (redundância proposital para explicar a qualidade do blog). Mas trata-se de um blog sobre discos raros e coisas afins. Eu não teria porque divulgá-lo aqui, a não ser que achasse um gancho muito mirabolante com quadrinhos.

Sorte que às vezes o gancho já vem pronto. Foi o caso de hoje.




O post do blog do Nirso já explica muito bem do que se trata, não preciso repetir, apenas replicar: "Na verdade, essa é uma coletânea feita por Robert Crumb, quadrinista underground americano. Na década de 80, foi pedido a ele que desenhasse pequenos cartões com imagens de grande músicos do blues, country e jazz, para que acompanhassem reedições em vinil desses mesmos artistas. O resultado final pode ser visto em um livro chamado 'Robert Crumb's Heroes of Blues & Jazz', que acompanha um CD com essa coletânea."

Outras informações + imagens dos cartões + a obra para download você consegue direto no post mencionado. Cutuque aqui!

segunda-feira, março 09, 2009

Instigante

Fuçando pelo youtube, achei este trecho do documentário sobre Robert Crumb:



Eis quem é o Crumb, se você ainda não ouviu falar.

domingo, março 08, 2009

Gonzojornalismo em quadrinhos

Reuben da Cunha Rocha, citado no post anterior, fez um texto no Baixa Cultura (blog altamente recomendável que discute copyleft e creative commons) relacionando jornalismo e quadrinhos, dois temas que seguido aparecem juntos também aqui no cabruuum. Cutuque aqui para ler!

O tema do post é uma HQ citando jornalismo gonzo, um estilo que pouca gente conhece. Se você é um desses que ainda não ouviu falar, eis a oportunidade para aprender do que se trata.

quinta-feira, março 05, 2009

Rumos de volta

Já canta há tempos o célebre cantor gaúcho Luis Marenco:

"O amor ao chão não tem preço, se aprende deste piazinho
O brabo é achar o caminho, pra retornar ao começo."

("Filosofia de Andejo", Luis Marenco e Jayme Caetano Braun.)

Eu retorno ao começo divulgando a abertura das inscrições para o programa Rumos Itaú Cultural. Cutuque aqui para ler mais!

Pois foi como uma atividade para o programa Rumos que este blog nasceu, no já longínquo 2005...

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Por falar em blog, meu companheiro de Rumos, de blogosfera e de interesses literários Reuben da Cunha Rocha criou um blog para divulgar atividades ligadas ao Rumos 2009-2010. Cutuque aqui!

quarta-feira, março 04, 2009

Dança mórbida

A editora L&PM acaba de lançar no Brasil o livro "Valsa com Bashir", livro de quadrinhos de Ari Folman e David Polonsky inspirada na obra indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro este ano. Eis um trecho da resenha:

"Certa noite em Beirute, no ano de 1982, em plena Guerra do Líbano, enquanto soldados israelenses patrulhavam a cidade, membros da milícia cristã invadiram os campos de refugiados de Sabra e Chatila e iniciaram o massacre de centenas, senão milhares, de palestinos. Ari Folman era um desses soldados israelenses, mas por mais de vinte anos não conseguiu lembrar nada daquela noite nem das semanas que a antecederam. Até o pesadelo de um amigo perturbá-lo e engendrar nele a necessidade de escavar a verdade e responder à questão crucial: o que ele estava fazendo nas horas da carnificina?" [leia mais]

A editora disponibiliza para download 8 páginas do livro. Cutuque aqui para ler!

segunda-feira, março 02, 2009

Peter Parker dançando nos céus de Nova Iorque

"Homem-Aranha vira musical da Broadway

Do Jornal do Comércio

O Homem-Aranha chega a Broadway. Um dia isso teria que acontecer, porque o personagem tem muitos fãs pelo mundo afora. O interessante é quem vai dar letra e melodia à história do super-heroi: o vocalista Bono Vox e The Edge, dois integrantes do grupo de rock irlandês U2. A estreia do musical está marcada para 18 de fevereiro de 2010, em Nova Iorque. É o que informa a editora estadunidense Marvel, criadora do personagem. 'A luta do Homem-Aranha cativará os espectadores através de uma história conhecida, na qual aparecerão tanto antigos como novos e inesperados personagens, que se enfrentarão em um final surpreendente mostrando uma nova faceta fascinante do super-herói', explica a editora em comunicado."

[leia mais]

Portal alemão

No Brasil, há inúmeros sites, blogs e portais voltados à noticiação, comentários e venda de quadrinhos. Inúmeros mesmos. Daria para contar nos dedos, mas não sei quantas pessoas precisariam para fazer a conta.

Eu ainda não havia visto nada do tipo na Alemanha. Confesso também que não estava procurando. Mas aí, por meio do Marko Ajdaric, do Neorama, conheci o SplashComics, que conta com uma estrutura enorme. Tem equipe de redação e tudo o mais.

Pena que é em alemão... Mas você pode apreciar os desenhos!

domingo, março 01, 2009

Não é quadrinho, mas estou orgulhoso!

Peço desculpas por não falar hoje de quadrinhos, mas eu também preciso de espaço para escoar minha produção pessoal. Ademais, se você gosta do tipo de quadrinhos que eu gosto, vai gostar também do que tenho para apresentar. É ligado à arte, ou seja, tangencia o tema deste blog.

Entrou hoje no ar minha mais recente reportagem, minha estréia como correspondente internacional. Fui à cidade de Karlsruhe, na Alemanha, a pedido do Itaú Cultural, para visitar uma instituição mundialmente reconhecida que trabalha com arte eletrônica e arte contemporânea.

Bem, o texto começa assim:

"Um lugar para as velhas novas mídias

Na Alemanha, o instituto ZKM propõe soluções para a conservação de obras de arte contemporânea e eletrônica

Quando o visitante chega ao balcão para pedir informações, uma luz circular o encontra. Vai-se para o lado, a luz vai junto. Não há como fugir dela. O visitante foi pego. Logo, uma voz fala. As pessoas ao redor não estão prestando atenção. Sim, só ele a ouve."


(...)

[leia até o fim]

domingo, fevereiro 22, 2009

Release do Marko Ajdaric

Em decorrência do apoio recebido de artistas e editoras ao evento Coxias de Caxias, agora Marko Ajdaric, editor da maior newsletter da Nona Arte do Mundo, o Neorama dos Quadrinhos, está empenhado em realizar uma mostra com um conceito simples, mas inovador: uma exposição em que os visitantes possam não somente ter uma idéia ou uma 'aproximação' do que se produz no mundo, hoje. Não: o visitante terá a oportunidade de folhear, como se estivesse em uma feira do livro, uma ampla exposição dos quadrinhos no mundo, hoje.

O mecanismo da mostra é assim: para o Coxias de Caxias, que inclui a parte de vendas de obras sobre quadrinhos (através do contato com Cristiano Bartz Gomes - mantese.livreiro@terra.com.br) tudo o que nos chega, salvo quadrinhos pornográficos, é exposto, nas várias edições do evento, que passa a ser mensal, em março.

Uma parte dessa mostra será selecionada para compor uma Mostra Mundial de Quadrinhos, que já tem, com apoio de universidades, na sua agenda, 7 cidades do Rio Grande do Sul. Outra cidade gaúcha que deve receber a nossa empreitada é Santa Maria, onde contamos com o apoio e torcida do quadrinhista Byrata e da gibiteria Zona Franca, do Jesus Nabor Ferreira. Festivais em outros países já foram contactados, também.

A mostra não procura exibir 'mais do mesmo'. Queremos que muito mais pessoas descubram o quanto os quadrinhos amadureceram, como expressão de arte, nesta década. A descrição completa dos objetivos pode ser lida aqui.

A mostra está concebida da seguinte maneira, até a data:

Mais de 200 publicações com trabalhos representativos de quadrinhistas de mais de 40 países, além de livros teóricos e revistas sobre quadrinhos. 70 publicações com trabalhos representativos de quadrinhistas do Brasil, além de livros teóricos e revistas sobre quadrinhos. Uma mostra com trabalhos de desenhistas brasileiros que trabalham para editoras do chamado quadrinho comercial, nos EUA. Uma pasta com textos impressos, cujos autores nos autorizem a impressão.

Um esforço adicional está sendo feito para realizar vídeos como ESTE, para ajudar na compreensão e divulgação das obras expostas.

O próximo Caxias de Caxias acontece no dia 14 de março, e vai homenagear Altair Gelatti. A lista de artistas brasileiros representados, na parte expositiva e de vendas, já chega a mais de 80. Uma lista das pérolas internacionais que estarão à mostra neste Coxias ainda será publicada na Agenda Virtual da Cultura, onde já se publicou a lista dos primeiros 45 brazucas. O endereço é o mesmo: na livraria O Livreiro, que fica na Rua Garibaldi, 964, no centro de Caxias do Sul.

Para manter contato com Marko Ajdaric: MSN neoramaqq@hotmail.com Skype: markoajdaric

A convocatória mundial em
Inglês
Alemão
Castelhano
Catalá
Galego
Italiano

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Seja Stan Lee

Essa quem me mandou foi o amigo Beto Frizero, do Locutório.

Se você, que nem eu, está um pouco viciado no BuddyPoke do orkut, vai gostar deste jogo da MarvelKids também. Você monta seu próprio super-herói a partir de modelos pré-prontos.

Comece a brincar cutucando no ícone abaixo:

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Fiz Mundo - parte 2

Se você não viu a parte 1, cutuque aqui! Mas já aviso para os desavisados: não tem nada a ver com quadrinhos. Trata-se de um programa internacional sobre a visão que os estrangeiros têm do nosso país. A proposta foi discutir a identidade nacional a partir do olhar alheio.

Bueno, preciso dizer que ficou realmente muito bom. E não só porque fui um dos idealizadores (e realizadores)...

A segunda parte segue abaixo, em dois blocos.

Bloco 1:


Bloco 2:

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Cultura (nipônica)

Este doc sobre mangá rodou na tv Cultura. Reproduzo abaixo as informações, para quem quiser assistir.

"Traço japonês l e Traço japonês ll ( Unicsul)
De Erika Bundzius

Traço japonês é uma série composta por dois documentários preocupados em desvendar a manifestação da arte e da cultura pop do povo nipônico. Nesta primeira parte, vamos viajar pelas histórias e os personagens que compõem o fantástico mundo dos mangas.

Já a segunda parte mostra como os desenhos animados japoneses, 'os Animês', saem do papel e invadem as telas da Tv, dos games e até dos cinemas em todo o mundo."

A parte 1:



A parte 2:

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

De Santa Maria (RS) para o mundo. E para o espaço sideral.

"Um vôo pela história
por Sílvia Medeiros, do jornal Diário de Santa Maria
HQ celebra 30 anos do Esquadrão Centauro, da Força Aérea Brasileira, com o personagem Xiru Lautério, de Byrata."

[leia mais]

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Quadrinhos para crianças bem-educadas

"Quadrinhos conquistam espaço na literatura escolar
da Agência Estado

MEC distribuirá 23 HQs neste ano para escolas públicas do país. Obras representam 4,2% dos 540 títulos que devem chegar até março."

[leia mais]

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Fiz Mundo

Eis um projeto que idealizei e executei a partir da Alemanha (informações detalhadas você tem cutucando aqui). Não tem nada a ver com quadrinhos, mas é uma baita proposta! O tema: como os estrangeiros enxergam o Brasil.

Bloco 1:


Bloco 2:


O programa continua semana que vem...

sábado, janeiro 31, 2009

Usando o espaço do cabruuum para divulgar uma iniciativa realmente diferenciada (da qual participo, claro!)

FIZ + SOTAQUES TRAZ EDIÇÃO INTERNACIONAL

Programa espalha seus videorrepórteres pelo mundo e descobre o que pensam ingleses, alemães, argentinos, indianos, norte-americanos, guineeses e colombianos, sobre o nosso país

Conhecido por ser um programa que não apenas descentraliza discussões, mas privilegia a pluralidade do modo de falar brasileiro, o Fiz+Sotaques mostra que as possibilidades do jornalismo colaborativo com a internet, de fato, não têm fronteiras. Nos dias 2 e 9 de fevereiro o Canal FIZ TV (tanto pela TVA, quanto pelo site www.fiztv.com.br) exibirá duas edições especiais feitas a partir de videorrepórteres espalhados pelo planeta.

"Se o colaborativo do Sotaques funciona tão bem nacionalmente, num país tão grande como o nosso, por que não funcionaria em distâncias maiores como entre Buenos Aires e China? Foi o que pensei e o Leandro aceitou na hora", conta Augusto Paim, viderrepórter do Sotaques e idealizador das edições especiais. "Assim fizemos. Pensamos em uma pauta e contactamos alguns amigos. Eles gostaram da ideia e o resultado será exibido nos dois próximos programas", resume o diretor Leandro Lopes.

As edições internacionais colocarão em discussão o "como" o mundo vê o Brasil e o "porquê" dessas visões. Por exemplo, será que tem estrangeiro pensando que o país do futebol é habitado por macacos? Será que somos, para eles, uma imensa floresta amazônica? Na edição de 2 de fevereiro, uma alemã, três ingleses, dois argentinos, uma indiana, um norte-americano, um guineese e um colombiano revelam o que pensavam antes de conhecer o país e o que pensam após conhecê-lo. "Esse primeiro é o "como" dessa discussão. São estrangeiros dando suas opiniões sobre o país. Na semana seguinte (dia 9), teremos um sociólogo comentando os "porquês" dessas visões. Afinal, somos o que mostramos ser para o mundo?", revela Leandro.

O Fiz+Sotaques é o primeiro programa de jornalismo colaborativo da internet e vai ao ar todas as segundas-feiras, às 21h15, no canal 16 da TVA analógica e no canal 20 da TVA digital, em São Paulo (capital e interior), Santa Catarina (Florianópolis e Camboriú), Paraná (Curitiba e Foz do Iguaçu), Rio de Janeiro (capital) e Minas Gerais (Uberlândia). Os programas também estão disponíveis no site do FIZ TV, para qualquer lugar do Brasil. Para conhecer melhor, basta acessar a página www.fiztv.com.br ou o blog dos bastidores do programa www.sotaquesdobrasil.blogspot.com.

FIZ TV
O FIZ é o primeiro e único canal de TV colaborativo do Brasil. Pertencente ao Grupo Abril, com menos de dois anos de vida, o projeto já conseguiu criar uma forte comunidade de produtores de vídeo na web e uma linguagem ousada e inovadora dentro da televisão brasileira. Nos últimos meses, o canal dedica-se para que produtores de todo o país enviem não somente vídeos, mas também programas formatados e pensados para uma nova televisão. A criação de um pioneiro sistema de remuneração somado à grande liberdade editorial que o canal dá aos produtores permite que público acompanhe, cada vez mais, o surgimento de novas e boas idéias no universo audiovisual brasileiro.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Rabenau, aquele que...

Uma tira que vejo sempre no jornal Meppener Tagespost, onde faço estágio, é do Rabenau. Cutuque com o mouse sobre o nome em amarelo para migrar para o site do autor. Mas, aviso, é em alemão.

Melhor ver uma tira como exemplo. Também é em alemão, mas posso traduzir:


O título: "As maravilhosas experiências de Rabenau"
Ele pergunta: "Você já dormiu com muitos homens?"
Ela responde: "Não. Só com você."
Pausa. Aí ela acrescenta: "Com os outros eu ficava acordada."

Nem todas as tiras de Rabenau são assim engraçadas (tá bom, nem tanto!). Mas em todo caso é um quadrinista alemão, e já vale pelo exotismo.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Berlin em quadrinhos

A Europa vive uma fase de grande ênfase ao quadrinho de fundo histórico, à biografia em quadrinhos e à autobiografia, ou seja, à não-ficção (mesmo que sempre haja um pouco de ficção até na realidade vivida diariamente). A editora Carlsen tem publicado muitas obras desse tipo. Vou apresentando algumas aos poucos.

Uma delas é "Berlin", trilogia de Jason Lutes (autor também de "Houdini" e "Narren").


Um link da wikipedia em português apresenta brevemente o autor para você. Ele é inspirado pelo trabalho de Hergé e Scott McCloud. Se você quiser ir mais longe no seu conhecimento de Jason Lutes, tem este link em inglês da livraria Lambiek, de Amsterdam. E mais esta entrevista, também em inglês, do site Sequential Tart. No mais, no youtube há um vídeo em que o autor fala dos bastidores da obra.




"Berlin" se passa entre 1928 e 1933 e mostra a realidade social da capital alemã nesse momento, embora seja uma realidade ficcionada. No mais, outro dia falo aqui de outras dessas obras européias de não-ficção. (Jason Lutes é estadunidense, mas a obra dele é sobre aqui.)

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Piada de gente grande

Hoje abri o jornal Meppener Tagespost na página 2 e dei de cara com esta charge aqui, do Klaus Stuttmann:



Traduzindo, para você também achar graça (ou não!): o personagem no meio diz: "Olá, eu sou Davi. Quem é você?" Nos dedos dos pés do gigante estão escritas palavras como "Afeganistão", "crise financeira", "Irã", "Iraque", "clima", "pobreza" e assim por diante. Já deu para pegar a idéia, né?

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Dando atenção para o cabruuum

Eu estava googleando atrás de informações sobre um evento de Jornalismo em Quadrinhos que acontece na Itália e certa vez dei por acaso na internet. Nessa googleada dei sorte de encontrar excelentes artigos sobre quadrinhos, nada a ver com o que eu estava procurando (se alguém souber desse evento, por favor, me avise!), mas impossíveis de não serem lincados aqui. Alguns textos são relativamente antigos, mas seguem fundamentais.

Lá vai!

- Uma entrevista com o Álvaro de Moya, bem conhecido de qualquer pessoa que comece a pesquisar sobre quadrinhos.

- Um breve artigo sobre Jornalismo em Quadrinhos, ideal para quem ainda não foi apresentado a ele.

- Um artigo sobre os elementos da narrativa presentes no jornalismo, citando minhas principais referências jornalísticas, literárias, quadrinistícas e cosmológicas. Acho até que já havia lincado o artigo aqui.

- Uma gostosa sopa de links servida pelo Universo HQ há alguns anos, falando sobre por que os quadrinhos são importantes, mostrando iniciativas pioneiras e valorizando a nona arte em geral.

- Do último link, fui parar nessa HQ sobre o presidente Lula, ilustrada por Bira Dantas. É da época da primeira disputa pela presidência, eu nem tinha blog de quadrinhos nem nada para saber disso. Mas antes tarde do que nunca!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Crise familiar

Você me cobra, cabruuum, por eu estar te dando pouca atenção. Quer dizer, pouca não. Apenas um pouco menos do que antes.

Isso é inevitável. Nasceu teu irmão mais novo, o AugustFest, e agora preciso repartir meu carinho e cuidado.

Mas não pense que papai esqueceu de você, não! Apenas neste momento teu irmão bloguinho está precisando um pouco mais de mim...

Em breve voltaremos a passear os dois juntos, para tomar sorvete.

Sem ciúmes, tá?

domingo, janeiro 11, 2009

Reforma mal-feita

No contexto da reforma da língua portuguesa, publico aqui um trabalho antigo do quadrinista Máucio, gentilmente cedido por ele. Foi publicado originalmente em 1995, na revista Garganta do Diabo nº 8. Essa revista é um ícone do quadrinho do Rio Grande do Sul.



Lingüístas, não fiquem de cara com o título deste post. Entendam o meu lado. Daqui a poucos anos, quando estagiários de cursos de história vierem fuçar no carcomido cabruuum, que cultivei com tanto amor à antiga língua portuguesa, esses estagiários vão sentir cheiro de coisa velha, post amarelado, palavras com "th". E eu vou ter que aprender tudo de novo aquilo que tanto me orgulhava saber...

Estórias passadas

Uma vez por semestre, acho, dou uma vasculhada em posts antigos do cabruuum, para mexer em lembranças e notar como o tempo passa. Fiz uma dessas pesquisadas ontem e dei de cara com um post muito especial para mim. Cutuque aqui para ler! É sobre o livro "Estórias Gerais", de Wellington Srbek e Flávio Collin, grandes nomes (e pessoas por trás desses nomes) do quadrinho nacional.

Pois bem, a roda do tempo não pára. Agora há pouco, por uma conjunção internáutica de links, fui parar no blog do Srbek (não leia este post em voz alta se não quiser passar vergonha ao pronunciar o nome). Altamente recomendável o blog, diga-se de passagem! Decidi lincá-lo no cabruuum.

Pois, com isso, divulgo passado e presente em um único post.

***

O Srbek me passou agora o link para o site Mais Quadrinhos, na seção em que ele conta bastidores pormenorizados da feição de "Estórias Gerais". Cutuque aqui, pois vale a pena! Mesmo!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Lá vem o alemão, cheio de paixão

Estou aqui no intervalo para almoço no meu primeiro dia de estágio no jornal Meppener Tagespost, da cidade de Meppen, no norte da Alemanha. Estou aproveitando o tempo livre, após o esforço tentando escrever minhas primeiras notícias em alemão, para atualizar este cabruuum (que está deixando de ser um humilde blog).

Divido a sala com um jornalista só, pois aqui não é aquela loucura das redações brasileiras, onde todos os jornalistas ficam na mesma sala. Em cima da mesa dele tem um jornal holandês. Este aqui:



Folheei-o e dei de cara com este quadrinho:


Mais do que isso, não posso dizer. Apesar de o holandês ser parecido com o alemão e possível de compreender mesmo sem dominar o outro idioma (semelhante ao que ocorre entre o português e o espanhol), não consegui entender o quadrinho. Em todo caso, vale pela apreciação do desenho e pelo estranhamento cultural e idiomático. Sim, que fetiche encontrar com um quadrinho holandês! Mesmo sem poder entender.

terça-feira, dezembro 30, 2008

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Recém saído da casca

Notícia do site Omelete:

"Adaptação para quadrinhos de 'O Pequeno Príncipe' sai no Brasil" [leia mais]


domingo, dezembro 21, 2008

Errata + download

Carlos Ferreira disponibilizou a versão em pdf do seu livro "Caos". Cutuque aqui para baixar!

Carlos também corrigiu uma informação do post anterior: "a versão em pdf é completa, não a primeira da mini série. Mas uma novidade: Caos é parte de uma trilogia, CAOS, COSMOS, ENTROPIA."

Ficamos no aguardo então das outras obras!

sábado, dezembro 20, 2008

Ajudando a divulgar o caos

Carlos Ferreira, quadrinista e blogueiro (entre outras coisas), cuja crítica metafísica a um trabalho de quadrinhos eu elogiei outro dia, me enviou em pdf o livro que lançou esta semana em São Paulo. Chama-se "Caos". Na verdade, é apenas o primeiro volume de uma série de seis.


Para poupar repetições do que já foi dito, replico aqui o release:

"Em um dia qualquer, Cao, nerd apressado para não perder o seu programa de tevê, encontra um estranho olho no caminho de casa. Fã de Will Black, uma personagem da série de tevê Religio, série que Cao acompanha metodicamente, desperta mais a sua atenção com um detalhe no episódio inédito onde uma coincidência, um outro estranho olho também é encontrado por Will Black. Isso desperta em Cao mais atenção nas nuances da série que emergem em sua vida. Aos poucos ele irá perder o seu senso de realidade, assim como Will Black. Isso levará aos dois à mesma jornada surreal, intimista e de profundo horror.

Caos é uma história em quadrinhos que mistura vários gêneros como o suspense, realismo fantástico, drama e horror. Não é nada convencional. É quadrinhos que experimenta novos desafios na linguagem e na narrativa da nona arte. História em quadrinhos que já foi publicada em 2004 e agora, quatro anos após, é reeditada pelo próprio autor para dar início há uma nova proposta editorial, o selo de quadrinhos Ferreteria. A trama de Caos é centrada na personagem Cao (alter-ego de Carlos Ferreira) e na personagem Will Black (paródia da personagem Frank Black da extinta série de tevê Millennium de Chris Carter).

Carlos Ferreira é gaúcho. Roteirista e desenhista, uma das referências dos quadrinhos de autor underground dos pampas, é cineasta, diretor de tevê de diversas séries realizadas na RBSTV, filial da ( Globo) entre elas: Histórias Extraordinárias. Publicou nas revistas Dundum, Peekaboo, Made in Brasil, La Voz del Bajo, Olho Mágico e outras, em diversos países como Argentina, Alemanha e Japão. Em 2009 é previsto o lançamento de Os Sertões, pela editora Agir, polêmica adaptação para quadrinhos que Ferreira assina como roteirista. Obra realizada com o seu comparsa, o desenhista Rodrigo Rosa."

São 224 páginas, que li em alguns minutos, pois cada quadro ocupa uma página inteira. Me faltou uma visão do todo, ou seja, me faltaram os outros cinco volumes, mas já há o que dizer. Trata-se de uma obra para quem, como eu, gosta de psicologia, psicanálise ou apenas de observar o ser humano em seu íntimo, sem o aparato científico. E nos auto-observar também, ser humanos que somos. Os desenhos, em preto e branco (aliás, muito bons, atendo-se apenas ao essencial da representação imagética de determinado objeto ou corpo, valorizando a composição em detrimento da firulagem artística), retratam o lado Sombra das personagens e, consequentemente, do leitor. Sim, porque no fundo a obra me parece ser sobre isso, sobre o lado sombrio que todos carregamos, os medos, os desejos reprimidos, as frustrações, a vontade de ser não sendo, a aculturação repressiva. Não que sejamos maus, diga-se de passagem. Apenas não somos somente bons.

Enfim! Pelos desenhos e pelo profundo subtexto, Caos é uma obra que vale a pena ser lida. Mas não antes de dormir, por favor!

domingo, dezembro 14, 2008

Baixa que eu quero ver!

Os companheiros Reuben da Cunha e Léo Foletto montaram uma parceria de peso, o que seria natural de acontecer, já que os dois foram apresentados um ao outro pela minha pessoa, que é bem pesada. O principal fruto (já que penso em comida no momento) dessa parceria é o Baixa Cultura, um blog para cultura livre e downloadagem geral e liberada.

Sou amigo dos dois, mas não divulgaria o trabalho deles só por amizade, já que este humilde blog tem o enfoque temático bem definido. Acontece que a dupla fez três posts nesta semana falando sobre quadrinhos.

No primeiro, Reuben divulga blogs e sites que disponibilizam scans de HQs. A propósito, há permanentemente uma coluna há direita no Baixa Cultura direcionando a homepages do tipo.

No segundo post, Léo fala sobre um banco de dados de webcomics em espanhol, mas que você já consegue ler se entender portunhol.

E o terceiro post, autoria de Reuben, fala da nova série de André Dahmer, autor do famigerado Malvados.

Bem, já linquei com quadrinhos, agora digo: visite o Baixa Cultura sempre! É realmente um trabalho de primeira, independente do tema!

terça-feira, dezembro 02, 2008

HQ investigativa

"Quadrinhos mostram primeira dama da França como maquiavélica.
do Correio da Bahia
A primeira edição de uma história em quadrinhos sobre o primeiro ano do governo do presidente francês Nicolas Sarkozy já se esgotou nas bancas do país - o detalhe é que a obra mostra a suposta influência que a primeira-dama, a cantora e ex-top-model franco-italiana Carla Bruni, tem em assuntos de Estado. [...] A obra é a terceira HQ do jornalista Philippe Cohen sobre Sarkozy. Com o primeiro, ele inaugurou o que os franceses chamam de 'HQ investigativa', pois narra a biografia do presidente. As obras misturam fatos reais e imaginários."
[leia mais]

História DOS quadrinhos

O quadrinista Carlos Ferreira têm publicado fotos (com textos) da I Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro no seu blog "Quadrinhos criticados". Para quem gosta de notar como o tempo passa, o tempo voa (o evento pioneiro aconteceu em 1991), vale a pena ler o registro das experiência alheias.

É... 1991 já parece uma passado distante!

segunda-feira, novembro 24, 2008

Cabruuum, ano 4

E eis que o cabruuum completou, na última sexta-feira, 3 anos de idade. É um bebê ainda, mas já fala, e fala sobre quadrinhos.

(Se bem que, no padrão blogueiro, 3 anos é no mínimo juventude.)

Para comemorar a data, que para mim é realmente muito importante (eu nem precisaria dizer isso, mas agora já disse e não vou apagar o que escrevi, é mais fácil continuar escrevendo sempre pra frente, pra frente, pra frente...), publico aqui um texto da Babi Borghese, do Itaú Cultural, em homenagem ao cabruuum e a outros cinco blogs contemporâneos. Sim, pois este humilde blog surgiu em decorrência do programa Rumos, do Itaú Cultural, como atividade final do Laboratório Multimídia de Jornalismo Cultural, em novembro de 2005. Participei do programa com mais 13 (na época) estudantes de outros estados brasileiros. Dos quatorze blogs, restaram hoje seis.

Bem, após a contextualização, segue o texto.

Ah, antes o link para o primeiro post do cabruuum. Saudosismo em doses homeopáticas não faz mal a ninguém.

Agora sim, o texto da Babi!

***

Ano passado, logo depois de comemorarmos dois anos desses quatro blogs (se você quiser saber quais são os outros três, parafraseando o Augusto, cutuca aqui, aqui e aqui), o Rumos Jornalismo Cultural, padrinho de todos, reunia na sede do Itaú Cultural em São Paulo os 14 selecionados da primeira edição (2004-2005) e os 17 da segunda (2007-2008). Eu não via os antigos rumeiros há meses e a alegria do encontro se traduziu num imenso abraço coletivo, bem na frente da nova rumaria, que olhava aquela explosão de saudade e carinho num misto de surpresa e admiração.

Cada um mata a saudade como pode. Como não posso abraçá-los a toda hora, procuro cutucar sempre os quatro blogs para lembrar do Anderson (que foi mudando seu artorpedo aos pouquinhos e hoje tá mais pra poesia do que pras gadgets do milênio), do Augusto (quem faz ou gosta de quadrinhos tem que acompanhar o cabruuum), da Elisa (que começou publicando seus poemas e hoje abre espaço no caliope pros colegas, especialmente os ibero-americanos) e do Leandro (que ao se mudar de Aracaju deixou de pegar no pé da imprensa sergipana pra falar do jornalismo cultural em geral no mascandocliche, muita coisa assinada por ele mesmo na Rede Minas, diga-se de passagem).

E agora também posso cutucar o
blog da Ludmila, reativado depois de uma pausa pra balanço, quase sem mudanças – o oraboa continua a tratar de música boa - e o novo blog da Júlia, que não é o que nasceu no Rumos, mas de qualquer forma, a vontade de blogar começou ali, então... continua valendo. E além disso, suas mini-crônicas do cotidiano de Beagá é uma delícia de tutumineiro!

É minha forma de lembrar deles, de sentir que estamos perto ainda que distantes (viva a internet!). E com isso, acabo lembrando dos outros oito, porque são todos uns queridos...

A exemplo da primeira geração de jornalistas que recebeu apoio do Itaú Cultural, certamente a segunda não vai decepcionar e novos projetos sairão dessa experiência. Ainda não sei o que vai ser dos 17, mas só espero uma coisa: que o abraço coletivo que darei ao encontrá-los vire uma tradição e se torne um símbolo da união de todos os selecionados no Rumos Jornalismo Cultural de todas as edições.

Que no ano que vem, ao celebrar mais um aniversário desses seis blogs, os recém-contemplados na edição 2009/2010 possam presenciar mais um abraço coletivo dos que terminaram a jornada. E em 2011, 2013, 2015... e que a gente tenha muitos novos blogs, sites, artigos, livros e o que mais vier pra comemorar!

Babi Borghese


***

Obrigado, Babi. Obrigado a quem me lê.

Obrigado, cabruuum!

domingo, novembro 23, 2008

Comics für Einsteiger

Nos últiimos três meses, desde que eu vim parar na Alemanha, tenho atualizado este humilde blog bem menos do que eu gostaria. Isso em vésperas de o blog completar 3 anos!

Mas não é omissão da minha parte. Sigo trabalhando com quadrinhos por aqui, procurando novidades, tocando projetos ligados a quadrinhos, falando sobre quadrinhos. O que eu descubro não vem parar logo no cabruuum porém por dois motivos. Primeiro, porque estou sem acesso à internet em casa, o que torna atualizações mais complicadas, na medida em que quando entro na internet numa lan tenho muito trabalho para pôr em dia e pouca grana para pôr na máquina. O segundo motivo, bem mais convincente, é que o material ao qual estou tendo acesso é em alemão. Minha cabeça precisa de um certo tempo para processá-lo.

Enfim, hoje tem coisa nova. A funcionária da biblioteca pública de Haselünne realmente gostou de mim. Veio me trazer do acervo três livros que ensinam a fazer quadrinhos. Antes de ela voltar com eles, pensei que ao menos um seria tradução de algum trabalho clássico da área, mas os três eram inéditos para mim. Ei os livros:


Dou as eferências bibliográficas corretas:

"Karikaturen zeichnen für Einsteiger" ("Desenhando caricaturas para principiantes"), de Walter Halbinger. Editora Augustus (não é parente), 1998. Impresso em Augsburg, Alemanha.

"Comic-Zeichnen für Einsteiger" ("Desenhando quadrinhos para iniciantes"), de Bernd Natke. Editora Augustus (não é parente mesmo, juro), 1998. Impresso em Augsburg, Alemanha.

"Comiczeichnen leichtgemacht: Helden und Schurken" ("Desenhando quadrinhos fácil: heróis e violões"), de Christopher Hart. Editora Benedikt Taschen, 1998. Impresso em Köln, Alemanha.

Todos os três livros, em folheadas atentas, me pareceram bons, embora o segundo seja mais completo. Se você deseja fazer o quase impossível - aprender a falar alemão e a desenhar ao mesmo tempo - pode começar com esses aí.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Guerra por um exemplar

Taí uma obra que eu gostaria de ter em mãos neste exato momento, para poder escrever aqui com profundidade sobre ela.


As coisas acontecem, porém, quando você não mais lá está.

Fica um humilde link de consolação.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Chibata

Esta quem me passou foi o amigo Beto Frizero, do Locutório:



"Olinto Gadelha Neto e Hemeterio lançam Chibata!
por Pedro Brandt, do Correio Braziliense

No começo do século passado, a vida na Marinha brasileira era especialmente difícil para os marujos. Por mais que a Proclamação da República tivesse abolido os castigos físicos na instituição, apenas um ano depois as punições voltaram a ser oficializadas. As faltas, dependendo do caso, eram punidas com dias na solitária e chibatadas (que poderiam chegar a 25). Para piorar, o que se via na prática era muito mais que punições visando domar a índole dos subalternos – a chibata era usada por qualquer motivo. Quem mais sofria eram os marujos negros – ou seja, a maioria nas embarcações. Inconformados com a situação – maus-tratos, soldo irrisório e rações estragadas – um grupo de marujos e oficiais de baixa patente começou a se organizar no que ficou conhecido como a Revolta da Chibata. O episódio, que até algumas décadas era um assunto tabu, inspirou a história em quadrinhos Chibata!, da dupla cearense Olinto Gadelha Neto e Hemeterio."

[leia mais]

No email do Beto, ainda havia esta pequena entrevista com um dos autores:

"Três perguntas para - Olinto Gadelha Neto
Como foi a pesquisa para a obra?

Pesquisa, roteiro e desenhos levaram dois anos. A pesquisa foi feita usando um vasto leque de materiais, especialmente livros. Alguns, como a 'bíblia' do assunto, A revolta da chibata, de Edmar Morel, se tornaram referência constante. Era preciso, aqui e ali, consultar livros mais genéricos sobre a história brasileira da época para pinçar um detalhe ou outro. A realização do roteiro deve muito à Biblioteca Pública Menezes Pimentel, aqui de Fortaleza. Eventualmente, uma viagem ao Rio de Janeiro, cenário do livro, selou a pesquisa e ajudou a pôr em ordem a geografia de cenas e o encaixe de certas passagens.

Alguma informação foi mais difícil de encontrar?

É preciso não esquecer que parte do enredo do livro é ficção, tanto para adicionar tempero, como para completar severas lacunas que existem na história de João Cândido. Não há registro documental de certos períodos da sua vida, apenas alguns fatos, datas, nomes de lugares onde viveu. A infância de João Cândido, por exemplo. O que fiz foi adequar essas partes dramatizadas ao todo da história. Então, ficção une-se aos fatos, retratados logo em seguida, fechando a saga. Um personagem, assim, épico não surge pronto como herói. É preciso entendê-lo, dar sentido a sua vida e a sua luta, saber de onde vêm suas motivações e como surgiu o instinto para a liderança.

Você inseriu diversas personalidades brasileiras na história. Isso foi uma liberdade artística ou elas realmente tiveram esse envolvimento?
Na verdade, foram ambos. Oswald de Andrade, por exemplo, foi testemunha dos eventos da revolta, tendo escrito um pequeno (e bastante cômico) depoimento sobre a noite em que os marujos se amotinaram. Aparício Torelly, o Barão de Itararé, também foi parte tangencial dessa história. Ao publicar duas reportagens sobre a revolta, foi recolhido na porta do jornal, conduzido à força por homens da Marinha que o espancaram e o soltaram nu, no meio da rua. Conseguiram, assim, suspender a série de reportagens investigativas sobre os fatos (seriam dez) e provocaram no impagável Barão a criação da placa 'entre sem bater.'"

quarta-feira, novembro 05, 2008

Cinema e quadrinhos, duas linguagens justapostas

A edição deste mês da revista Continuum, do Itaú Cultural, traz uma ilustração do Eloar Guazzelli envolvendo story board. O tema da edição é a relação do cinema com a vida.

Cutuque aqui para ver o trabalho.

É para refletir sobre as diferenças e semelhanças entre essas duas linguagens.

Teorizando em alemão

Estou muito contente com a minha mais nova aquisição em matéria de quadrinhos, o livro: "Comics-Handbuch: für Eltern, Lehrer, Erzieher". Este aí na foto.


Trata-se de uma coletânea de artigos organizados por H. Jürgen Kagelmann e voltados para pais, professores e educadores que querem trabalhar com quadrinhos no processo pedagógico. Sei que se trata disso por causa do subtítulo. O resto do livro não entendi mais nada, apesar de ter me surpreendido com a vasta referência bibliográfica nas últimas páginas, obras que eu realmente desconheço.

O importante é que paguei só 50 centavos por um livro que promete. Promete para daqui uns dez anos, quando eu finalmente dominar o idioma alemão (no momento, é ele que me domina). A barganha se deu porque visito semanalmente a biblioteca pública da cidade à procura de clássicos da literatura alemã e obras de quadrinhos em geral. Tem um saldão permanente lá, com livros bem conservados e muito baratos. Falei para a bibliotecária que escrevo sobre quadrinhos, ela se interessou e agora começou a guardar o que chega lá sobre isso. Foi então que o Comics Handbuch veio parar em minhas mãos. Já comprei vários outros livros de quadrinhos, que vou divulgando por aqui aos poucos, à medida que for lendo. Sim, porque o fato de aliar texto e imagens auxilia na compreensão, então posso ler.

Agora, um livro teórico sobre quadrinhos... Eu e você vamos ter de esperar mais um pouco.

sábado, novembro 01, 2008

Quadrinhos e a vida...

Me parece que quem critica alguma coisa, seja quadrinhos, literatura, música ou o que quer que seja, às vezes reflete mais sobre a obra e mesmo sobre a relação da obra com o mundo do que o próprio autor. Naturalmente, falo dos bons críticos, os que não se atém apenas a questões técnicas e não temem expor sua visão de mundo. Pois eu gosto da visão de mundo desta crítica de Carlos Ferreira, feita a partir de quadrinhos que ainda não tive acesso. Aliás, não chamo atenção para a obra à que a crítica se dirige, mas sim para a reflexão que surge a partir dessa obra. Afinal, o que é importante: seguir o mercado ou seguir a si mesmo? Onde está o conteúdo que pode nos tornar original? Por que ser original? Só por ser? O que queremos com nosso trabalho? O que queremos com nossa vida?

No que tange a essas questões, posso dizer que o texto do Carlos Ferreira me bateu fundo.