quarta-feira, dezembro 07, 2005

Arquétipos (você não vai ver nenhuma imagem neste post porque isso tudo é mental)

Me escreveu esses dias a companheira Milena, comentando o post O (des)equilíbrio dos Malvados:

"Gostaria de acrescentar algo sobre arquétipos... Não só a linha, mas as demais formas terão um sentido arquetípico. Entretanto, os arquétipos não são configurações estanques, são significados com as interpretações individuais. Dizer que os cones dos malvados representam violência e o círculo do rosto a contrapõe é uma leitura de quem vê, no caso a sua... Se quiser, podemos ampliar as discussões. Abraço!"

Bem, não houve nenhuma contradição com o que escrevi aqui. Mesmo assim, foi importante a Milena ter destacado isso.

No mesmo dia em que fiz o post, lembro que o professor Adair Caetano Peruzzolo falou exatamente sobre essa questão no Grupo Imagem: "os sentidos são indecidíveis" (não lembro de qual autor é a citação). Dizia o professor que se um brasileiro lesse um sentido e os outros 170 milhões lessem o contrário, não haveria como dizer que o pobre teimoso estaria incorreto. Vale o exemplo do Galileu Galilei, que cismou em dizer que a Terra era redonda (ora, que absurdo!).

Claro que há espaço para leituras individuais, mas a idéia de arquetípicos prevê justamente que essas leituras fazem parte da nossa constituição biológica e, portanto, são intrínsecas a toda a nossa espécie. Assim, você vê algo pontiagudo (uma faca, um alfinete, uma pedra lascada...) e lê perigo. E vê uma linha suave (o horizonte, um lago...) e lê justamente suavidade. É a sua natureza falando mais alto!

***

Mas deixa eu contextualizar. O Adair é orientador do Grupo Imagem, grupo de estudos sobre imagem dos cursos de Comunicação Social da UFSM (ó o currículo lattes dele!), do qual eu participo. Estamos indo para o nosso quarto ano de atividades e já estudamos vários autores: Adonis A. Dondis, Eliseo Véron, Phillipe Dubois (o livro dele O ato fotográfico tá passando de mão em mão por lá), Jacques Aumont... No momento estamos trabalhando em cima deste texto aqui, do Grupo ITACA-Uji, da Espanha.

Cada integrante do Grupo Imagem lida com uma área de expressão. Este ano, recém saídas do forno, quatro monografias. Sobre semiótica aplicada a relações públicas, documentário, jogos interativos de computador e fotojornalismo. Ano que vem sai sobre animação, história em quadrinhos (eu, eu, eu!!!), VT publicitário, traillers...

Enfim, é bastante coisa. Se quiserem saber mais, é só perguntar! Aceitamos sugestões, críticas, comentários, orçamentos milionários! Eheheheh.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Claro que há espaço para leituras individuais, mas a idéia de arquetípicos prevê justamente que essas leituras fazem parte da nossa constituição biológica e, portanto, são intrínsecas a toda a nossa espécie."
Não seriam culturais os arquétipos? Ou seja, construções da mente, e não corpóreas, portanto, não necessárias na espécie, mas esperáveis no seio de uma dada cultura?