HQs de super-heróis são influenciadas por ameaças sociais, diz estudo
Por Marcus Ramone (17/11/05)
Por Marcus Ramone (17/11/05)
Muitos psicólogos acreditam que as pessoas ficam mais agressivas e menos interessadas em sentimentos e emoções nos tempos de crise social ou economia tumultuada. Sobre isso, a próxima edição da revista norte-americana Political Psychology publicará um estudo que mostra resultados interessantes: os quadrinhos de super-heróis também reagem dessa forma, nas mesmas circunstâncias. Os autores do estudo pesquisaram, quadrinho por quadrinho, oito títulos lançados entre 1978 e 1992, para registrar como as mulheres e as minorias eram tratadas; a forma agressiva com que as autoridades eram mostradas; as cenas de violência; o número de reflexões (balões de pensamento em vez de diálogos) e outros tópicos. No geral, os pesquisadores avaliaram que as mulheres falavam menos e que havia um grande número de painéis com cenas violentas durante esse período em que os Estados Unidos estiveram, algumas vezes, ameaçados por conflitos internos ou externos. Na pesquisa, foram usadas HQs da Marvel que até hoje são publicadas. Quatro eram de super-heróis convencionais que representam virtudes norte-americanas como patriotismo (Capitão América) e cidadania (Homem-Aranha); o restante foi de personagens não-convencionais, com temas sobre perseguição social (X-Men) e amoralidade urbana (Demolidor). Comparando as vendas desses gibis, surgiu outro dado curioso: os personagens não-convencionais venderam mais exemplares de seus títulos durante os tempos de estabilidade social do que nos períodos de ameaças, enquanto os outros mantiveram a vendagem de suas HQs estabilizadas.
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