quarta-feira, dezembro 28, 2005

Post sujo, porém de boa índole!

Se é pra se botar fora, vamos nos botar fora mesmo!

Digo isso porque vou insistir no tema quadrinhos-subliminaridade-sacanagem. Pior: vou fazer resenha de obras que falam disso.

Primeiro, tem este aqui: Super-heróis e a filosofia. Anti-jornalisticamente, largo aqui o release que recebi:

"Depois de Matrix, Seinfeld, Star Wars, Harry Potter, A Família Soprano, Buffy - A Caça-Vampiros e Os Simpsons, chegou a vez de explorarmos o mundo dos Super-Heróis e ver o que a Filosofia tem a nos dizer a respeito desses superpoderosos. O que Aristóteles, Nietzche, Platão e Freud têm a ver com as histórias em quadrinhos? O que os super-heróis têm a ver com a filosofia? O ícone da cultura popular não é tão inocente como parece; além de divertir o leitor, a história em quadrinhos expõe de forma perspicaz questões referentes à ética e à moral, que todo ser 'normal' enfrenta no dia-a-dia. Definições de bem e mal; os limites de violência e a utilização dela como meio eficaz de combate aos vilões; definição de humanidade, justiça, amor e amizade são assuntos correntes nos quadrinhos e que agora são discutidos de forma magistral em ensaios de 16 filósofos e especialistas em quadrinhos (entre eles o roteirista Mark Waid). Por que ser um super-herói? Por que ter moral? Qual a verdadeira identidade do Homem de Aço: Superman ou Clark Kent? Como a fé católica do Demolidor o afeta no combate ao crime? Um superpoderoso pode ter amigos? Se em nosso mundo existissem pessoas assim, como você reagiria? Descubra você também o que há por trás dos músculos, das capas coloridas e das máscaras!"

Depois, tem esta coleção aqui, bem brasileira: Quadrinhos Sujos. André Dib, do Diário de Pernambuco, escreveu a respeito:

"Se você pensa que sátiras a personalidades em situações sexuais é uma novidade que veio com as montagens eletrônicas da internet, é bom dar uma olhada na coleção Quadrinhos Sujos, que acaba de chegar às lojas. Assinada pelo baiano Gonçalo Junior, que já nos deu A Guerra dos Gibis e Tentação à italiana, a compilação vem em uma caixa de quatro livretos de 96 páginas cada, e compreende o período entre os anos 30 e 50, quando os norte-americanos publicavam clandestinamente os artesanais Tihuanas-bibles, também conhecidos como dirty comics. Nessa época, era possível encontrar aventuras homossexuais do Pato Donald, ou então formando um triângulo amoroso com Minnie e Mickey. Também havia Carmem Miranda e suas bananas, Popeye e seu poderoso espinafre. Personalidades do cinema, como Ingrid Bergman, e o Gordo e o Magro, e ainda líderes e bandidos da época, como Mussolini, Hitler (torturando mulheres e acariciando homens), Al Capone e Jesse James, em situações de impublicáveis perversões. 'O leitor brasileiro é um privilegiado, porque esse material é raro e totalmente clandestino nos EUA. A tiragem era pequena, e os anônimos faziam porque o negócio era lucrativo', diz Gonçalo Junior, o responsável pela antologia. Cada livrinho tem um prefácio analítico, inclusive explicando a origem do nome Tijuana-bibles, já usado por D.H. Lawrance no fim do século 19. 'O catecismo americano', é o subtítulo anunciado na caixa que protege os livros, fazendo referência aos famosos livrinhos desenhados por Carlos Zéfiro a partir de 1950, e que serviram para a educação sexual de muitos brasileiros. A semelhança, de acordo com Gonçalo, fica somente no formato de impressão. 'Tenta-se dizer que os Tijuanas seriam os pais de Carlos Zefiro. Não é verdade. Ele criou uma sátira sobre romances em quadrinhos água com açúcar, editados no Rio de Janeiro. Ele copiava cenas descaradamente, e tentava o mesmo pretenso teor literário, adicionado do teor pornográfico. Os Tijuanas tentavam agredir os personagens famosos. Se Zéfiro tinha um propósito de excitar o público, os Tijuanas usavam o sexo para sacanear os personagens, e num contexto mais amplo, questionar uma série de valores do estilo de vida americano', ressalta o pesquisador. 'Os Tijuanas influenciaram muito mais autores como Robert Crumb, porque tem o sexo explícito e a crítica ao way of life americano', opina. Ele inclusive afirma não temer problemas com direitos autorais, já que, para além da pornografia de mau gosto, o que está no centro é o valor antropológico dos Tijuanas-bibles. 'São HQs racistas, preconceituosas, parte de um fenômeno que aconteceu nos Estados Unidos dos anos 30. Durante a recessão, as histórias em quadrinhos eram uma válvula de escape, e os artistas avacalharam tudo', diz Gonçalo."

Já ia ficando por aqui, neste novo e humilhante post "ctrl C + ctrl V", mas achei mais coisa. Desta vez, mando só o link. Lá vai!

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